Rodrigo Constantino
O site de processamento de pagamentos PayPal interrompeu as contas de pelo menos duas organizações
conservadoras depois que grupos de esquerda as rotularam de “grupos
de ódio”, mas as contas foram restauradas depois de uma forte reação de
usuários online.
O PayPal suspendeu as contas pertencentes à Jihad
Watch e à American Freedom Defense Initiative na segunda-feira. O movimento
aconteceu depois que um repórter da organização de jornalismo investigativo sem
fins lucrativos ProPublica enviou perguntas aos grupos.
“Eu estou contatando você para que você saiba que
estamos incluindo seu site em uma lista de sites que foram designados como de
ódio ou extremistas pela American Defamation League ou o Southern Poverty Law
Center”, escreveu Lauren Kirchner (teria parentesco com o casal que afundou a
Argentina no socialismo?), de acordo com ambas as organizações. Em seguida ela
perguntou se as organizações tinham algum relacionamento com determinadas
companhias.
Robert Spencer, que dirige a Jihad Watch, postou
no site do grupo a resposta que ele enviou à jornalista do ProPublica:
A intenção de suas perguntas, e sem dúvida do
seu artigo em seguida, será tentar obrigar esses sites a interromper
qualquer conexão conosco com base em nossa oposição ao terror jihadista. Você
está confortável com o que está fazendo? Não só está inibindo a análise honesta
da natureza e da magnitude da ameaça da jihad, mas está ajudando na tentativa
de negar às pessoas uma plataforma baseada em suas opiniões políticas.
Isso poderia voltar e mordê-la se suas próprias opiniões ficarem fora de moda.
Você já viveu em um estado totalitário, onde os poderosos determinam os
parâmetros do discurso público e eliminam toda a voz dos impotentes? Você
realmente quer morar em um agora? Você pode descobrir, quando chegar lá, que
não é tão maravilhoso como você pensou que seria.
Pamela Geller, que lidera a
American Freedom Defense Initiative, postou em seu site a resposta dada ao
ProPublica também:
Uma vez que você começa a desligar as pessoas com
base na afirmação de que elas operam “grupos de ódio”, você faz o uso de
tais plataformas dependentes de defenderem certas opiniões políticas.
Cuidado, porque, ao fazê-lo, você estará estabelecendo um precedente perigoso:
um dia, suas próprias opiniões podem estar fora de moda, e você
será eliminado.
E como esperado, apenas algumas horas depois da
troca de emails, a Jihad Watch e o AFDI relataram que suas suspeitas de que a
repórter do ProPublica estava fazendo ativismo político disfarçado de
jornalismo demonstraram ser bem fundamentadas. Spencer e Geller publicaram em
seus respectivos sites o email que receberam do PayPal:
Revisamos recentemente o seu uso dos serviços do
PayPal, conforme refletido em nossos registros e em seu site
https://www.jihadwatch.org. Devido à natureza de suas atividades, escolhemos
descontinuar o atendimento ao cliente de acordo com o Contrato de Usuário do
PayPal. Como resultado, colocamos uma limitação permanente em sua conta.
A organização de Geller
recebeu o mesmo aviso. Os dois pediram aos seus apoiadores que ligassem e
enviassem mensagens ao PayPal em resposta ao banimento. E parece que a empresa
entendeu o recado. Em pouco tempo, as duas entidades receberam mensagens de que
sua conta no PayPal havia sido reativada. Mas a mensagem continha também um
alerta contra “mensagens de ódio ou intolerância racial”:
Se ficamos cientes de um site ou organização
que usa nossos serviços que possam violar nossas políticas, nossa equipe
dedicada de profissionais realiza uma revisão completa. Em última análise, uma
decisão é tomada e comunicada à organização. Nessa instância, fizemos a
determinação de levantar a limitação aplicada à sua conta associada à Política
de Uso Aceitável.
Apesar de ter a conta
reativada, Spencer decidiu interromper por conta própria o uso do serviço da
PayPal. “Não tenho a intenção de restaurar os botões do PayPal na Jihad
Watch. Eu sei agora o que eles defendem, e não pretendo me colocar sob sua
misericórdia novamente”, escreveu Spencer.
Ainda assim, ele considerou a
reviravolta da PayPal uma “vitória”. “Pessoas livres ainda existem nos Estados
Unidos, e os fascistas que se chamam de ‘antifascistas’ não vão vencer”,
escreveu.
Título, Imagem e Texto: Rodrigo Constantino, Gazeta do Povo, 23-8-2017
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