Rodrigo Constantino
Quando o artista troca sua expressão
artística pelo proselitismo ideológico a arte morre, sai de cena, desaparece.
Em vários aspectos, o próprio conceito de arte é o oposto da propaganda
política.
Arte – ao menos o que merece
tal rótulo – normalmente fala fundo às nossas emoções, de forma atemporal,
justamente porque lida com as angústias e paixões humanas, enraizadas em nossa
natureza. Substituir isso pela mensagem conjuntural e efêmera da política é
cometer um ato de assassinato contra a verdadeira arte.
Infelizmente, temos visto cada
vez mais “artistas” se deixando levar por essa onda proselitista, usando sua
“arte” apenas para divulgar mensagens políticas e partidárias. É um espetáculo
lamentável. E o Oscar, claro, é a apoteose desse fenômeno tosco.
A pressão politicamente
correta dentro de Hollywood tem sido fatal para um julgamento artístico isento,
que deveria analisar apenas os critérios efetivamente artísticos, não seu teor
político. Paradoxalmente, os que mais saem prejudicados com essa postura acovardada
são as próprias “minorias” que esses grupos dizem defender.
Alexandre Borges explica melhor
essa visão, usando como base um excelente texto de Paulo Cruz:

Sou do tempo que o assunto
do Oscar era cinema. Triste momento da politização de tudo.
O maior estrago causado por
essa geração de atores ideologicamente radicais, mimados, alienados e afetados
de Hollywood foi o “Oscars So White”, movimento cotista para o prêmio que fez
tanto barulho ano passado (lembre aqui http://bit.ly/2lY3khD). Perto disso, a gafe histórica de
errar no nome do vencedor do Oscar de Melhor Filme não é nada.
Neste ano, os dois
vencedores do Oscar de Melhor Ator e Atriz Coadjuvantes são negros: Mahershala
Ali, o eterno Remy Danton de House of Cards, e Viola Davis. Mahershala Ali é
também o primeiro ator muçulmano a ganhar este prêmio, o que faz dele um combo
de minorias.
Mahershala Ali e Viola
Davis são dois bons atores, mas como saber agora se o prêmio foi por mérito ou
ação afirmativa? Como ter certeza de que não houve qualquer influência política
na escolha? É uma dúvida que mancha a credibilidade do Oscar e cobre a vitória
de ambos com uma nuvem de suspeição.
Como disse o grande Paulo Cruz, “ser livre é
também ser preterido, e cobrar reparação perene é voltar à escravidão”. Nada a
acrescentar.
Leia o texto na íntegra aqui.
Título, Imagem e Texto: Rodrigo Constantino, Blog do Rodrigo, 27-2-2017
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