Economia real cumpre o seu
papel... e os políticos?
Tavares Moreira
Foram ontem divulgados pelo
INE os primeiros dados do comércio internacional de Portugal, referentes ao mês
de Fevereiro último, cobrindo também o trimestre Dezº 2011/Fevº 2012,
verificando-se que o ritmo de crescimento das exportações se mantém bastante
elevado, em especial para países não comunitários (países terceiros).
Concretamente, quando se
compara Fevº de 2012 com Fevº 2011 (variação homóloga), verifica-se que as exportações
globais de bens cresceram 13,2% enquanto as importações caíram 3,5% (neste
último caso sob o efeito da queda das compras de veículos automóveis e outro
material de transporte).
Em termos de regiões, ainda em
variação homóloga, as exportações para a União Europeia cresceram 6,8% e as
importações da EU caíram 8,6%...enquanto que as exportações para fora da EU
cresceram 34% e as importações aumentaram 12,8% (efeito neste caso dos
combustíveis minerais).
Em termos globais e
reportando-nos ao trimestre Dezº2011/Fevº2012, as
exportações registaram uma subida de 10,2% e as importações uma queda de 6%,
do que resultou um aumento da taxa de cobertura das importações pelas
exportações de 78,5%, contra 67% no trimestre homólogo (Dezº2010/Fevº2011).
Poderia estar para aqui a
desfiar mais alguns números, mas considero que estes são bastantes para mostrar
que a economia – a que está sujeita à
concorrência internacional – vai cumprindo notavelmente o seu papel, alheia à
confusão e ao excesso de clarividência que continua a caracterizar os
comentários políticos e económicos...
Assistimos a um contraste impressionante entre o desempenho da economia
real – em especial das empresas que, apesar do ambiente hostil que as rodeia
fazem um esforço notável para ultrapassar a crise que tanto se apregoa, não
esquecendo as famílias que continuam a comprimir as suas despesas – e o da
classe política que parece continuar a viver num mundo irreal...
Para ilustrar esta última asserção, transcrevo passagem de um texto que foi hoje publicado por um ex-PR e que reza assim: “Somos as vítimas das especulações alheias e da ideologia neoliberal... a que os EUA e a União anglo-saxónica primeiro se converteram e nos tentam agora converter”... (O artigo do ex-PR é, como sempre, mais um panfleto político anti PSD, só!)
Nesse mesmo texto, leio ainda
com espanto a declaração de que o Estado (empresas públicas incluídas) continua
a engordar... (ele também!)
Ocorreu-me, a este propósito,
que uma forma de emagrecer o Estado seria oferecer a nós cidadãos o direito de
debitar ao Estado todas as multas por infracções às regras de trânsito que nos
sejam aplicadas...
Estes nossos políticos não têm
mesmo emenda...
Subtítulo e Texto: Tavares Moreira, no blogue “4R– Quarta República”
Edição: JP
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