1. Foi hoje divulgada (Boletim
Estatístico do BdeP, Junho) a informação relativa ao desempenho das contas
externas no período até Abril, verificando-se que se acentuaram as melhorias já
registadas no final do 1º trimestre.
2. Assim, o sinal VERDE
estende-se agora a todas as componentes mais relevantes da balança de
pagamentos, a saber (valores indicados são do respectivo saldo):
- Balança Corrente = + € 162
milhões (era negativo de € 22 milhões, no 1º trim);
- Balança de Bens+Serviços = +
€ 432 milhões;
- Balança Corrente+Capital = +
€ 868 milhões;
3. Estes dados, do período
habitualmente mais negativo das contas com o exterior (início do ano), mostram
de forma clara que a “Revolução Silenciosa” na economia nacional, fruto do
extraordinário trabalho de empresários e trabalhadores de um sem número de
empresas do sector privado, prossegue o seu curso sem que os seus agentes se
deixem impressionar pelo discurso de “bota-abaixo” que os media e a
generalidade dos comentadores yo/yo diária e incansavelmente proclamam...
4. De especial interesse,
nestes números, a recuperação do ritmo das exportações de mercadorias, que até
Março estavam a crescer apenas 0,5% e que no final de Abril exibem uma taxa de
crescimento de 4%, resultante de uma forte expansão (superior a 17%) nesse
último mês.
5. Ao apreciar estes
resultados, e dando já de barato que vão continuar a merecer o estatuto de
profundo silêncio no plano da atenção dos media, intriga-me particularmente uma
proclamação dos altos representantes da classe empresarial ontem divulgada.
6. Proclamaram S. Exas estarem
contra a “insistência numa receita que não é solução”...
7....eu até compreendo que S.
Exas sintam necessidade de surfar na onda de críticas que por aí vai, para
evitarem ser rotulados de seguidistas da política governamental: está na moda e
ficam mais "janotas" (socialmente falando) assim...não tem nada de
mal, na minha opinião...
8. Mas esta realidade das
contas externas nada lhes diz? Não tem para eles qualquer significado o
extraordinário esforço que tantos e tantos dos seus representados estão
realizando? E não consideram que a solução dos problemas do País, depois do
formidável embaraço e do aperto sofrido com a sujeição a um resgate financeiro,
passa exactamente pela correcção dos enormes desequilíbrios económicos, entre
rendimento e despesa, que acumulamos ao longo de anos e que nos endividou até
ao limite?
9. Ou entenderão, ao invés,
que a solução para os problemas que enfrentamos consiste em voltar às políticas
que nos arrastaram para a situação actual: mais despesa pública para “aquecer”
a economia, mais impostos ou mais endividamento (como, em ambos os casos?),
retorno dos desequilíbrios e, finalmente, nova queda num “buraco sem saída”?
10. Se não é uma coisa nem
outra, então tal proclamação é um realíssimo mistério...
Título e Texto: Tavares Moreira, blogue “4R – Quarta República”, 25-06-2103
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