Cadê a luz?... Cadê o interruptor?... Velhinhos e velhinhas do Aerus...

Valdemar Habitzreuter

Já faz quase dez anos que as trevas predominam na casa Aerus onde a família variguiana tenta se refugiar e onde seus membros vivem às apalpadelas pelas paredes invisíveis e frias, na ânsia de encontrar um dispositivo que possibilite a vinda da luz com a qual pudessem se orientar, se acalentar e se reanimar no labirinto da vida.

Não é fácil viver na escuridão. Todos nós necessitamos de luz, da luz esclarecedora e propulsora do progresso e de vida melhor. Aliás, houve na História da Filosofia um movimento filosófico, no Sec XVIII, denominado ‘iluminismo’, para despertar a sociedade do sono irracionalista (sem se guiar pela razão) vigente desde a Idade Média, considerada a Idade das Trevas, com suas crenças e teorias retrógradas e estapafúrdias, sem análise e aprofundamento racional, como no caso das religiões que impunham suas doutrinas e seus dogmas misteriosos os quais teriam que ser aceitos pelos fiéis sem os questionar, ou do Estado que se prevalecia da ignorância do povo, posicionando-se acima de qualquer contestação.

Nós variguianos estamos na ‘Idade das Trevas’ e ainda não nos aconteceu o ‘iluminismo’ que afugentasse de vez a escuridão da injustiça que persiste em pairar sobre a família Aerus, embora uma ou outra luz nos tenha dado o ar de sua graça, mas logo tragada pelas tenebrosas forças da escuridão.

Na verdade, falta-nos a luz da vontade política de nossos congressistas que fogem da responsabilidade de trabalhar pelo povo que representam, não comparecem às sessões de votação dos projetos, e sem quórum não há ‘iluminismo’ para iluminar o rumo certo desse país. Nossa classe política é tenebrista e não iluminista.

No entanto, alguns influentes políticos, sensibilizados com o nosso drama, empunham suas tochas para mostrar ao restante de seus pares, que se faz premente uma rápida solução do caso Aerus. Mas, o que vemos? Simplesmente assopram com seus trazeiros fétidos para apagar a frágil luz de nossas esperanças. Muito já se fez para que se chegasse a uma solução. Mas, em vão. E pergunta-se agora: o que fazer de concreto?

Difícil sugerir uma ação concreta, depois de tantas que já foram tentadas. Mas, uma das mais eficazes seria tomar de assalto novamente o Salão Verde da Câmara dos Deputados e permanecer aí o tempo necessário até a aprovação da PL02. Haveria uma visibilidade mais ostensiva que incomodaria os parlamentares que transitam naquele espaço. Mas, quem se habilita a isso? E seria isso ainda viável? Caso sim, ter-se-ia de fazer uma ‘vaquinha’ para os recursos para tal empreitada e prover o necessário aos que lá acampassem, e, inclusive, que houvesse rodízio.

Os antigos filósofos gregos, sim, (respondendo ao Volkart) produziram e exportaram a ‘luz’ da sabedoria e da racionalidade política, com suas discussões e resoluções benéficas na ‘Polis’ (Congresso), mas até hoje a classe política brasileira não se deu conta disso, muito menos proceder à sua importação de tão elevado espírito democrático para dirimir os flagelos que atingem nosso povo.

Título e Texto: Valdemar Habitzreuter, 3-9-2015

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