Agência Lusa
O presidente da Associação de
Agentes de Navegação considera que a saída do grupo dinamarquês Maersk do Porto
de Lisboa "é um prejuízo para país" e coloca em causa a viabilidade
da instituição.
![]() |
Foto: Ingo Wagner/EPA
|
O presidente da Associação de
Agentes de Navegação, António Belmar da Costa, considerou hoje que a saída do
grupo dinamarquês Maersk do Porto de Lisboa “é um prejuízo para país” e coloca
em causa a viabilidade da instituição.
António Belmar da Costa
reagia, em declarações à agência Lusa, à notícia avançada hoje pelo Diário Económico de que o grupo
Maersk, o maior armador mundial, comunicou aos clientes e parceiros de que vai
abandonar as operações no Porto de Lisboa.
“A associação tinha
conhecimento desde a semana passada de que o grupo iria sair do Porto de
Lisboa. Temos muita pena do caminho que a situação está a levar. Isto é um
desastre para Lisboa”, salientou o presidente da Associação Agentes de
Navegação de Portugal (AGEPOR).
O Diário Económico de hoje
adianta que esta já é a “segunda baixa entre o clube dos maiores armadores
mundiais que escalavam o Porto de Lisboa e que vão deixar ou já deixaram de o
fazer, depois da alemã Hapag-Lloyd ter trocado a capital por Leixões enquanto
durar a greve dos estivadores”.
Na opinião de António Belmar
da Costa, esta situação não é nova, pois o Porto de Lisboa não tem, ao longo
dos anos, dado garantias de oferecer estabilidade. “Chega-se a esta altura e
temos quase sempre situações de greves. O pior é que não se vislumbra um fim
para isto. Obviamente que os armadores, não tendo confiança, vão paulatinamente
abandonando o porto de Lisboa e não foram só a Maersk e a Hapag-Lloyd há duas
semanas. Têm sido vários a abandonar o porto de Lisboa”, salientou.
De acordo com António Belmar
da Costa, toda a situação no Porto de Lisboa tem um efeito em cadeia. “Isto tem
vindo a colocar em causa a viabilidade do Porto de Lisboa. É um processo
contínuo, não é abrupto. Está-se a destruir a imagem do Porto de Lisboa e
depois para a reabilitar é terrível”, disse. No entender do responsável, tem de
haver “bom senso” e tem de se “perceber que a estratégia que tem sido levada a
cabo vai acabar também com os próprios postos de trabalho”.
António Belmar da Costa
alertou ainda para o prejuízo da situação para o país, uma vez que alguma da
carga que deveria entrar no porto da capital “foge de Portugal” e vai para
outros países. “Estão a esvaziar o porto de Lisboa sem ter a noção do valor
económico que este tem para a região e para o país”, concluiu.
Contactado pela agência Lusa,
o Sindicato dos Estivadores remeteu para mais tarde um comentário à situação.
O Diário Económico indica na
sua edição de hoje que o grupo onde a Maersk está integrada, a A. P. Moeller, é
um dos potenciais investidores no projeto para o terminal de contentores do
Porto de Lisboa, que o anterior governo apontou para o Barreiro. Esta intenção,
diz o jornal, pode estar em risco após o abandono do Porto de Lisboa devido à
greve dos estivadores que começou em novembro e termina a 31 de dezembro contra
a “unilateral declaração patronal da caducidade do contrato coletivo em vigor”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-