Gonzalo Guimaraens
1. Os resultados
das recentes eleições parlamentares espanholas deixaram em evidência — talvez
pela primeira vez desde a democratização da Espanha — uma fragmentação política
na qual nem o atual governo PP (Partido Popular), de centro-direita, nem o PSOE
(Partido Socialista Operário Espanhol) conseguiram entrar e sair do pleito
eleitoral com força suficiente para obter maioria absoluta e, assim, formar
governo por si mesmos, como vinham fazendo alternadamente até o momento.
2. O jornal “El
País”, de Madrid, diante desse novo panorama, publicou um inteligente artigo
sobre a “via italiana” eventualmente contaminando a política espanhola, em
alusão ao instável e caótico sistema partidário peninsular, que incluiu
fórmulas enganosas como o “compromesso histórico”, mediante o qual
os democrata-cristãos baixaram a guarda e abriram seus braços aos comunistas. (Bem-vindos
à Itália, “El País”, Madrid, 21 de dezembro de 2015).
3. Para complicar
a presente situação espanhola, dois novos partidos — Podemos e Ciudadanos —
que são tidos como representantes de uma espécie de “antipolítica”, talvez
tenham se transformados no “fiel da balança”: os frágeis controles de governo
que o PP e do PSOE conseguem formar ficaram dependendo de alianças (e concessões),
compactuando com Podemos, partido de esquerda libertária que
alcançou o terceiro lugar, e com o partido centrista Ciudadanos,
que obteve o quarto lugar.
4. Resumidamente,
são os seguintes os resultados das eleições parlamentares, nas quais se disputaram
350 cadeiras:
PP: 28,72% dos
votos e 122 deputados (perdeu 61 representantes); PSOE:
22,1% dos votos e 91 deputados (perdeu 20); Podemos: 20,66%
dos votos e 61 deputados; Ciudadanos: 13,9% dos votos e 40
deputados.
5. À distância,
desde a América Latina, vislumbra-se com preocupação que a fragmentação
política da Espanha pode ser não somente política, mas também mental e
psicológica, abrindo caminho para as novas esquerdas peninsulares, gramscianas e
de tendência anarquista.
6. Nosso sincero
desejo é de que, apelando à lucidez, à sabedoria e ao bom senso, o público
espanhol possa superar a atual encruzilhada e rejeitar as manobras políticas
favorecedoras da fragmentação mental. A América Latina — tão unida à Mãe Pátria
pelos laços históricos, culturais e psicológicos — aguarda com expectativa o
resultado na Espanha, enquanto se preocupa em livrar-se dos fardos socialistas
no Brasil, na Venezuela, na Bolívia, no Equador e em Cuba.
Título, Imagem e Texto: Gonzalo Guimaraens
Tradução: Paulo Roberto Campos, ABIM,
28-12-2015
Links relacionados:
·
Péndulo brasileño y hegemonía izquierdista: http://www.cubdest.org/1406/c1410dilma.htm
·
Resumo do livro “España: anestesiada sin
percibirlo, amordazada sin quererlo, extraviada sin saberlo – La obra del PSOE”
(Covadonga Informa, Año IX, Núm. 123, MarzoAbril-Mayo 1988). http://www.cubdest.org/libros/EspanaAnestesiadaResumen.pdf
· Este texto de “Notas de Destaque Internacional”
(Natal de 2015) — traduzido do original espanhol por Paulo R. Campos —
pode ser divulgado livremente.
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