Gonzalo Guimaraens
Certa mídia procura reduzir suas
críticas aos governos esquerdistas apenas por causa da corrupção, mas as
autênticas manifestações contra tais governos são, em geral, contra a
implantação do marxismo.
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Manifestação contro o governo
PT na Av. Paulista no dia 13 de dezembro. Foto: Paulo Roberto Campos
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1. Fala-se muito, e com razão,
a respeito do desprestígio das esquerdas latino-americanas, incluindo exemplos
de recentes derrotas eleitorais na Venezuela e na Argentina, assim como a perda
de popularidade, no gigantesco Brasil, do ex-presidente Lula — um ícone
publicitário das esquerdas gramscianas — e da atual presidente Dilma Rousseff.
2. Contudo, os analistas, ao
mesmo tempo em que batem justificadamente na tecla da corrupção de importantes
líderes da esquerda, parecem esquecer que a causa mais profunda do problema
reside nas ideologias populistas-marxistas-gramscianas sustentadas por esses
líderes.
3. Com esse silêncio sobre o
papel motriz das ideologias de esquerda, minimizam-se os estragos mentais,
morais e sociais causados durante as últimas décadas por seus líderes,
reduzindo o ocorrido apenas a causas econômicas. Absolvem-se assim,
indiretamente, tais ideologias de sua manifesta e enorme responsabilidade nos
fracassos da Venezuela, da Argentina e do Brasil. No fundo, para protegê-las e
para que se cicatrizem as feridas, preparando com essa tática um eventual
retorno.
4. Nesse sentido, fica difícil
entender — exemplificando com o caso do Brasil — que líderes da oposição e
editores dos principais órgãos de comunicação reduzam suas críticas à
presidente Dilma ao fato de que seu governo é corrupto. Deixam assim a
impressão de que se o governo fosse populista-marxista, mas não corrupto, não haveria
motivos para impeachment. Entretanto, deve ficar bem claro que os fragorosos
fracassos dos regimes populistas são devidos não apenas à corrupção, mas,
sobretudo, à estatização da economia, à asfixia da propriedade privada e a uma
política externa hostil aos aliados naturais, como são os Estados Unidos e a
Europa. A corrupção é a filha da estatização. A estatização promove
clientelismo, propina e falta de fiscalização, e faz proliferar monopólios
estatais, “elefantes brancos” ineficazes, relutantes de atualização
profissional e caldo de cultura para todo tipo de corrupção.
5. No caso da Argentina, não
se pode esquecer que o candidato populista obteve quase 50% dos votos e que
setores influentes do peronismo, contaminados pela luta de classes, estão ativos
e com poder politico. Paralelamente, o vírus chavista e o vírus lulista
continuam presentes na Venezuela e no Brasil, para não falar da Cuba comunista
— o mais protegido ícone revolucionário da história latino-americana — e para
não falar de eclesiásticos latino-americanos, como no caso do Brasil, que
criaram o ícone Lula conforme os parâmetros da “Teologia da Libertação”.
6. Se, realmente, deseja-se
mudar para melhor o curso da América Latina e do Caribe, deve-se ver de frente
o fato de que a essência da ideologia populista-marxista-gramsciana ainda
domina as mentalidades não apenas de líderes políticos, mas também de não
poucos acadêmicos, jornalistas e figuras da própria vida cultural.
Título e Texto: Gonzalo
Guimaraens
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