terça-feira, 11 de julho de 2017

Com Cais do Valongo, no Rio, Brasil ganha seu 21º patrimônio histórico reconhecido pela Unesco

Porto de chegada de quase um milhão de escravos africanos, o Cais do Valongo, no Rio de Janeiro, foi declarado Patrimônio Mundial da Unesco, a agência cultural da ONU.

O velho cais de pedra está agora exposto, após sucessivos projetos de recuperação no Rio

Esse é o 21º patrimônio histórico reconhecido pela ONU no país, em uma lista que inclui centros históricos, parques nacionais e áreas preservadas em várias regiões.

O Brasil foi o principal destino de escravos africanos nas Américas, e o Cais do Valongo se tornou o maior porto de entrada deles no país até meados do século 19. Ele ficou por décadas aterrado e sua riqueza começou a ser redescoberta durante o trabalho de revitalização da zona portuária do Rio para as Olimpíadas de 2016.

"É o mais importante vestígio físico da chegada dos escravos africanos ao continente americano", disse, em nota, a Unesco.

A presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Kátia Bogea, disse que, "o Valongo merece estar junto de lugares como Hiroshima e Auschwitz para nos fazer lembrar das partes da história da humanidade que não podemos esquecer".

Segundo o Iphan, o desembarque de escravos no Rio foi integralmente concentrado na região da Praia do Valongo a partir de 1774, e ali "se instalou o mercado de escravos que, além das casas de comércio, incluía um cemitério e um lazareto".

O calçamento de pedra que constitui o Sítio Arqueológico do Cais do Valongo foi parte das obras de infraestrutura realizadas em 1811, "com o incremento do tráfico e o fluxo de outras mercadorias".

Após a declaração da República no Brasil, em 1889, o cais do Valongo foi aterrado. Com as obras do Porto Maravilha, foram encontrados milhares de objetos pessoais na região, como partes de calçados, botões feitos com ossos, colares, amuletos, anéis e pulseiras em piaçava.
Título e Texto: BBC Brasil, 10-7-2017 

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