Aparecido Raimundo de Souza
“O nosso oligopólio é pior e mais sofisticado
que o da Colômbia”.
Ricardo Semler,
autor do livro ‘Virando a própria mesa’, Editora Best Seller 5ª Edição.
Volta e meia, em nossos textos, denunciamos o
caos algaraviado em que vivem as instituições (se é que assim podem ser
chamadas essas badernas a céu aberto) de segurança Brasil afora, e o medo
aterrador e disforme que envolve a nossa sociedade pela total falta delas.
Aliás, segurança só existe para os ladrões engravatados e os políticos de merda
que sustentamos com nossos bolsos e os suores que escorrem de nossos rostos.
Essas desgraças, somente para lembrar, proliferam em Brasília, a grande latrina
de bosta do planeta.
Como se não bastassem nossas angústias e
apreensões financeiras, somos agora tomados pelo pavor. Pavor de andarmos nas ruas,
como cidadãos comuns, de vivermos uma vida normal sem o temor e o receio de
sermos assaltados ou, quem sabe?, virmos a ser apagados definitivamente da vida
plena, na próxima esquina ou no ponto de ônibus logo adiante.
Necessário se faz que medidas concretas e
urgentes, urgentes e concretas sejam tomadas em defesa da sofrida e empobrecida
população. Cabe ao Estado, ao fodido Estado, a iniciativa de proporcionar
segurança ilibada ao povo. Contudo, o Estado não só por estar fodido como por
não ter pulso, não está nem aí. Quer que toda a população se foda, se lasque,
que vá para o inferno, de uma vez para sempre.
Nesse tom desafinado, topamos com assaltos à mão
armada, em qualquer lugar, em plena luz do dia, sem que nossas polícias
(militar e civil) apresentem o mínimo de condições nas suas atuações, atuações
essas que chamaríamos de “preventivas”. Acautelamento e resguardo, nessa altura
do campeonato existente somente no papel e, mesmo assim, naquele usado nos
banheiros. O agasalhamento ou a salvaguarda que recebemos, não passa de figura
decorativa.
Enquanto isso, nossas autoridades constituídas,
(constituídas aqui entendidas como uma tremenda de uma fraude) lá no grande
avião pousado, vivem com todo aparato a seu dispor. E bota aparato nisso. E o
povo?! Quem dá segurança a ele? Mesma casa sem tranca, como podem nossos
policiais fazer frente aos sofisticados armamentos usados pelos bandidos, se,
em muitos casos (ou melhor, na maioria deles), nem mesmo algemas possuem, para
desenvolverem os exercícios de suas atividades mais prementes?
Amadas e amados entendam o seguinte: verdadeiras
quadrilhas tomaram de assalto o nosso Brasil. O Brasil está sem rumo, sem
prumo, sem chão, como um navio à deriva. E o mar, a seu redor, se apresenta
bravio, labruscamente furioso. Aqui fazemos referência não só aos pilantras que
nos fodem lá do Epicentro, como especificamente metemos no bolo indigesto o
congresso, o senado, a câmara, os ministérios e outras pocilgas com caras de
puteiros e palácios de luzes vermelhas.
Nada de positivo se tem feito para coibir esse
alarmante índice de violência e criminalidade. Acreditamos há muito ter passado
da hora de o governo sair do discurso cheio de palavras bonitas, de mostrar
carinhas de “está tudo bem, tudo nos conforme” e partir para a ação efetiva,
enérgica, notadamente no combate eficiente às distorções e mazelas existentes.
E sabemos, são muitas.
Não é justo com esse povo sem eira nem beira, ao
deus dará, espoliado, esfomeado, privado do básico, para sobreviver. Não é
direito, igualmente, que abnegados policiais exerçam seus trabalhos no
confronto com o dia a dia, sem ter ao alcance de seus arrochos e vexações, os
requisitos e condições peculiares e primordiais, onde muitos, pelos desmazelos
dos sucateamentos em que vivem as suas entidades, se vejam obrigados a fazer
uso de cordas e arames, na detenção de marginais. Isso quando, mesmo lado do
desajuste, lhes falte o bom revolver, a arma pronta e afiada, e no pior dos
mundos, o despreparo inconcebível e vergonhoso, o que muitas das vezes, os leva
as raias da morte prematura.
Assim, senhoras e senhores, é nesse ranger de
dentes, nessa arena de lutas desiguais, irregulares e defeituosas, entre a polícia
desmoronada, estuporada e desestruturada, divorciada dos treinamentos adequados
e cabíveis, usque armas e munições que se possam realmente fazer uso, versus
organizações criminosas e seus sofisticados armamentos pesados, de geração
ultramoderna (como dizem por aí, de ponta) que se situam os nossos Zés Marmitas
e os Antônio Salários Furados. Todavia, caros leitores, esses numerosos Zés e
Antônio, não se olvidem, são eles os representantes do que conhecemos pela
alcunha de sociedade.
Esses miseráveis que tem sobre os costados a
maior carga tributária do mundo, e sem escolas, portanto sem visões de futuros
alfabetizados (ou analfabetizados) por um bando de crápulas e salafrários que
proliferam à nossa sombra como doenças incuráveis, notabilizados pela mídia
como os parlamentares que sustentamos na cidadezinha de Niemeyer. Esses desgraçados que não podem contar com
esses postos de atendimentos bonitos e pomposos, URSs, PAs, UPAs e outros
cagalhões que, na pratica, não prestam nenhum serviço decente aos seus cidadãos
de bem.
Estes assalariados cujos soldos não cobrem as
cestas básicas, a educação dos filhos, a saúde, e se vêm à mercê da
incapacidade de um governante ladrão, safado, pilantra, sem vergonha,
insensível aos seus clamores, a um filho da puta que cruza os braços, lavando,
as mãos como Pilatos e o olho do rabo, como fez Pilatos.
Diante desse quadro medonho e peçonhento, medidas
urgentes precisam ser efetivamente levantadas e coordenadas a termo. Em
contrário, se essa inercia apodrecida e deteriorada persistir, esse nosso
maravilhoso Brasil se transformará na mais nova sucursal de MEDELLIN, que, bem
sabemos, seu quartel general fica situado logo aqui ao lado, ou mais
precisamente no Grande Boeing pousado na imensa pista no Planalto Central.
Título e Texto: Aparecido
Raimundo de Souza. De Assis,
interior de São Paulo, 5-9-2017
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