
Iniciado em São Paulo e
originalmente provocado por um novo aumento no preço das passagens dos
transportes urbanos, rapidamente o protesto se espalhou por 11 capitais
brasileiras e a cada dia recebe adesão de outras.
Imaginando ser um protesto
pequeno como os raros que ocorreram nos últimos anos, os políticos deram aos
policiais ordens para reprimir as manifestações, o que acabou gerando, por
parte da polícia, o uso de força desproporcional sobre uma manifestação até
aquele momento pacífica.
Através das mesmas redes
sociais pelas quais se convocaram os protestos, foram divulgados diversos
vídeos da repressão policial, o que causou uma enorme repercussão nacional e
internacional, gerando protestos de outros milhares de brasileiros em diversas
cidades de outros países, como Nova Iorque nos Estados Unidos, Toronto no
Canadá, Dublin na Irlanda e Berlin na Alemanha em apoio a seus compatriotas.
Os políticos - que só pensam
no próprio bolso, na próxima eleição e em suas reeleições -, atônitos, não
sabiam sequer como reagir e buscavam, entre seus pares e assessores, quais as
atitudes tomar que não provocassem um distanciamento ainda maior de seus
eleitores, que já não se sente representada por eles.
Alguns canais de televisão,
mais dependentes de verbas públicas e de autorização política quando da
renovação de suas licenças, o que consequentemente os torna muito comprometidos
e submetidos à pressão econômica do governo, inicialmente davam a notícia com
pouco destaque.
Percebendo que como divulgadores
de notícias, estavam sendo facilmente ultrapassadas pelas redes socais
atualmente existentes, que a cada segundo divulgavam centenas de novos vídeos
das passeatas e de sua repressão, o que inclusive abre caminho para uma
provável mudança no conceito dos investidores em publicidade, que as desfalcará
de sua principal fonte de renda, passaram a dar destaque e maior cobertura aos
acontecimentos.
A utilização das redes sociais
como meio de divulgação de notícias é uma realidade ainda pouco explorada em
nosso país, e por isso mesmo não estava sendo considerada pelas redes de televisão que
foram atropeladas por elas.
São lições que todos -
políticos, manifestantes e meios de comunicação - deveriam assimilar para uma
nova postura política da população. Ficou claro que os brasileiros despertaram
e descobriram seu poder, tanto que os prefeitos de São Paulo, Rio de Janeiro e
de diversas outras capitais e cidades do interior já revogaram os aumentos. Os
políticos, por outro lado, também acusaram o golpe e certamente passarão a
pensar um pouco mais antes de impor novas regras à população.
Pena que diante de uma chance
fantástica como esta para pressionar os maus políticos que aí estão, os
manifestantes e suas lideranças se deixaram infiltrar por grupos radicais cujo
objetivo principal era o de causar tumulto, vandalismo, depredações,
destruições de bens públicos e privados, de modo a permitir o uso da repressão
policial.
O PT - partido mais criticado
nas manifestações por ser o responsável, tanto pelos maiores problemas atuais
do país como pela autorização do uso de força militar em São Paulo - e os
partidos da base de sustentação do governo enviaram essas pessoas com dois
objetivos bem definidos: causar tumulto e queriam aparecer como apoiadores dos
protestos e não como os governos criticados.
Mas é bom lembrar que,
historicamente, todas as grandes transformações ocorridas nos mais diversos
países começaram com um fato que promoveu a indignação de vários, que se uniram
contra o mesmo.
Manifestações públicas são legítimas na democracia, mas depredação é
crime em qualquer regime.
Título, Imagem e Texto: João Bosco Leal, 21-06-2013
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