Gilmar Lopes
Será que a foto mostrando
uma presa brasileira amamentando um bebê através das grades da cadeia é
verdadeira ou mais uma montagem na web?
A imagem se espalhou através
das redes sociais e em diversos sites e blogs no final de março de 2017.
Nela podemos ver uma mulher amamentando um neném através de um dos vãos
das grades de uma cadeia!
O texto que acompanha a imagem
afirma que o caso estaria acontecendo com frequência no Brasil. Enquanto a
esposa do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral foi solta para cuidar
dos filhos menores de idade, outras detentas estariam amamentam seus
bebês pela grade, diz o texto!
O alerta ainda pede para que
isso seja compartilhado para mostrar a todos como a desigualdade do judiciário
estaria imperando no Brasil.
Será que isso é verdade mesmo?
Verdade ou farsa?
O direito à amamentação é
previsto por lei na Constituição Federal, na Lei de Execução Penal e no
Estatuto da Criança e do Adolescente.
A Constituição Federal
Brasileira (art. 5º, L) determina que as presidiárias devem
permanecer com seus filhos durante seis meses para
amamentação.
A Lei de Execução Penal (LEPl) que trata sobre o ambiente prisional feminino no artigo 83, determina que a prisão feminina tenha berçários para a amamentação.
O Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA) também obriga ao poder público, às instituições e aos
empregadores que sejam providenciadas condições favoráveis ao aleitamento
materno (artigo 9).
É claro que nem todo mundo
segue à risca a Lei, como denunciado em 2014 pelo iG, mas o fato é que essa
imagem é real, mas o caso não aconteceu aqui no Brasil!
De acordo com publicações em língua espanhola, a presa Ruth Abigail Núñez teve
que alimentar sua filha Aluhé de 4 meses na cadeia de uma delegacia em Buenos
Aires (Argentina). O fato ocorreu em janeiro de 2015!
Conclusão:
A foto da mulher
amamentando um bebê através das grades da prisão é real, mas o fato aconteceu em 2015 na Argentina!
Título e Texto: Gilmar Lopes, E-Farsas, 5-4-2017
A FOTO É DE UM SITE ARGENTINO EM 2015.
ResponderExcluirDE UM ARTIGO FEMINISTA CONTRA A SEXUALIZAÇÃO DA AMAMENTAÇÃO.