Buanna Rosa
![]() |
O gestor judicial da FLEX,
Jaime Nader Canha, durante reunião da CPI da Varig. Foto: Rafael Wallace
|
Até o final deste ano, 34
imóveis da Varig serão leiloados e o valor arrecadado será dividido entre os
ex-funcionários da empresa. A informação foi divulgada pelo gestor judicial da
Flex Nordeste Linhas Aéreas, companhia que herdou as dívidas da Varig, Jaime
Nader Canha, durante reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da
Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro que investiga os
desdobramentos da recuperação judicial e da falência da Varig, realizada nesta
terça-feira (05/09). Desde 2012 os ativos da empresa, entre eles imóveis e
obras de arte, estão sendo leiloados para o pagamento de credores.
Jaime Canha informou que ao todo a Varig tinha 155 móveis para serem leiloados. Desses, 96 já foram vendidos e 25 ainda estão em processo de reconhecimento. "Até o momento já foram arrecadados R$ 103 milhões com os leilões", informou. Porém, segundo Canha, para pagar todas as dívidas trabalhistas dos credores da Varig, seria necessário cerca de R$ 1 bilhão. "Esse valor seria o suficiente para pagar pelo menos o mínimo judicial de 150 salários mínimos para cada credor. Mas sabemos que têm trabalhadores que teriam que receber cerca de R$ 500 mil de indenização. Então se todos fossem receber o valor correto esse montante seria ainda maior, ultrapassando R$ 1 bilhão", esclareceu.
Relação com Ayoub
O gestor judicial da Flex também foi questionado sobre sua proximidade com o juiz titular da 1ª Vara Empresarial da capital, responsável pela falência da empresa, Luiz Roberto Ayoub. Canha foi nomeado gestor da Flex em novembro de 2010, pela juíza Márcia Cunha, que trabalhava na mesma vara empresarial que Ayoub.
Jaime Canha informou que ao todo a Varig tinha 155 móveis para serem leiloados. Desses, 96 já foram vendidos e 25 ainda estão em processo de reconhecimento. "Até o momento já foram arrecadados R$ 103 milhões com os leilões", informou. Porém, segundo Canha, para pagar todas as dívidas trabalhistas dos credores da Varig, seria necessário cerca de R$ 1 bilhão. "Esse valor seria o suficiente para pagar pelo menos o mínimo judicial de 150 salários mínimos para cada credor. Mas sabemos que têm trabalhadores que teriam que receber cerca de R$ 500 mil de indenização. Então se todos fossem receber o valor correto esse montante seria ainda maior, ultrapassando R$ 1 bilhão", esclareceu.
Relação com Ayoub
O gestor judicial da Flex também foi questionado sobre sua proximidade com o juiz titular da 1ª Vara Empresarial da capital, responsável pela falência da empresa, Luiz Roberto Ayoub. Canha foi nomeado gestor da Flex em novembro de 2010, pela juíza Márcia Cunha, que trabalhava na mesma vara empresarial que Ayoub.
O gestor declarou que tinha uma relação de proximidade com o juiz, mas não
houve influência na escolha do nome dele para o cargo. "Conheço o Ayoub,
mas fui nomeado pelo meu histórico profissional", declarou. O presidente
da CPI, deputado Paulo Ramos (PSol), questionou o tipo de proximidade que o
gestor mantinha com o juiz. Em resposta, Canha disse que se encontrava com
Ayoub somente uma vez ao ano.
O deputado Tio Carlos (SDD), integrante da CPI, também lembrou que o gestor só
se formou na faculdade de direito em 2010, mesmo ano em que foi nomeado.
"É pouco tempo para apresentar um grande histórico profissional ",
ponderou o parlamentar. No entanto, o gestor justificou que antes de se formar
em direito já era administrador de empresas. "O cargo que eu viria a
ocupar era de gestão técnica e operacional e, por isso, ela procurou uma pessoa
que tinha experiência na área", justificou. O deputado Luiz Paulo (PSDB)
também compareceu a reunião.
Histórico
O grupo Varig foi o primeiro do país a pedir a recuperação judicial, em junho
de 2005, quatro meses após a promulgação da Lei de Falências. A empresa foi
dividida em duas: a nova Varig, que ficou com a marca e sem dívidas, e a velha
Varig, que assumiu um passivo estimado em R$ 7 bilhões. A nova Varig foi
vendida, em 20 de julho de 2006, para sua ex-subsidiária VarigLog, que a
revendeu à Gol em março de 2007.
Com isso, a Gol passou a ter direito aos slots, que são as permissões para
pousos e decolagens nos aeroportos brasileiros. Diante da saturação dos
terminais do país, esses direitos são cobiçados no setor. A antiga Varig, por
sua vez, passou a se chamar Flex em 2008 e seguiu em recuperação judicial. Sem
gerar receita suficiente, a aérea teve a sua falência decretada em agosto de
2010.
Título e Texto: Buanna Rosa, ALERJ, 5-9-2017
Relacionados:
Se quiser assistir à sessão de ontem, 5-9-2017:
ResponderExcluirhttps://youtu.be/_GRPjZxr48c