O grupo anti.troika e
anti.euro (PC, BE, esquerda marxista republicana do PS) quer, declaradamente,
corromper a democracia representativa em que vivemos, provocando a queda do
Governo na rua. O que se passa neste momento em Portugal está no limite da
insurgência insurreccional, incluindo arruaças permanentes atingindo a
liberdade de expressão dos membros do Governo, eleitos livremente pelo povo
português.
Estas ações coordenadas por
grupos organizados, alguns sob a capa sindical, representando uma minoria dos
portugueses, tem uma agenda diária de agitação e propaganda puramente
ideológica, a qual encontra na maioria da imprensa, cujas redacções ocuparam
pacientemente durante anos a fio, o megafone perfeito para as suas acções,
simulando uma situação insurreccional que não corresponde à realidade (tal como
se comprovou com as pequeníssimas “grandes” manifestações do passado fim
de semana).
A insatisfação que existe em
relação ao Governo é, obviamente, e sobretudo, democrática, o que pode ser
comprovado pelas sondagens que periodicamente são publicadas. E o debate
permanente dos partidos democráticos sobre a situação política tem observado os
princípios democráticos do debate político, com interpretações diferentes sobre
o momento político, mas partilhando uma plataforma comum de pertença à União
Europeia, à União Monetária do Euro e à Nato.
Mas este tipo de debate não
interessa a quem não é democrático, não interessa aos perdedores do PREC que
quiseram conduzir Portugal a uma nova ditadura depois de termos conquistado a
liberdade em 1974.
O que vemos hoje na rua é o
grau zero de democracia por parte da esquerda não democrática. O que, ao
contrário das suas intenções, a irá separar definitivamente da esquerda
democrática, deixando de a coagir ideologicamente (*) como o tem feito ao longo
dos últimos trinta e nove anos.
Título e Texto: Maurício Barra, Forte Apache,
04-06-2013
(*) impedindo que a
separação das águas seja feita entre democratas e não democratas, impondo à
maioria democrática do partido socialista uma agenda de “esquerda”
exterior ao partido, controlada ideologicamente por uma minoria
antidemocrática herdeira da “verdadeira esquerda de Cunhal”.
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