segunda-feira, 17 de junho de 2013

Os incendiários da elite não aceitam ser enquadrados pela lei que serve ao povo

Reinaldo Azevedo
Vejam esta foto, publicada na VEJA desta semana.


Contei aqui outro dia que tomei umas borrachadas invadindo um prédio do Crusp, na USP. Doeu, mas não fui chorar no colo de mamãe. A PM estava lá para proteger o dito-cujo e impedir a invasão. A gente decidiu levar a operação adiante. O que esperar? A polícia tentou impedir no corpo a corpo, não conseguiu, houve uns safanões, e a invasão se consumou. Ficamos lá dentro por um bom tempo. Depois de uma negociação, o prédio foi desocupado. Ninguém portava paus, pedras, lança-chamas, rojões, coquetel molotov, porrete, nada disso. O Brasil vivia a fase já da ditadura esculhambada, mas ditadura era. Nem por isso, cobríamos o rosto como bandidos do Comando Vermelho ou do PCC ou usávamos máscaras. No tempo em que fiquei na USP, não me lembro de uma só dessas ações — incluindo umas três invasões à Reitoria — que tivesse resultado em danos ao patrimônio da universidade. Ao contrário: havia a orientação para que não se quebrasse nada. As pichações eram feitas em papéis de rolo, afixados depois às paredes. Nada parecido com a nojeira que vi nas invasões em anos recentes. Ação política, mesmo quando equivocada, não pode se confundir com banditismo.
Voltemos, então, à foto lá do alto. Quem leva um lança-chamas para uma manifestação está em busca de quê? De paz? Não me parece. Também se viram coquetéis molotov, rojões, paus, pedras e o infalível spray, que vai sujando tudo. Quase 300 ônibus foram depredados. Duas estações de metrô foram seriamente danificadas. Desde o primeiro dia, os líderes das manifestações deram inúmeras declarações afirmando que a manifestação seria pacífica, sim, desde que a polícia se comportasse. O que isso quer dizer? O óbvio: serão pacíficos desde que possam fazer o que lhes der na telha. Ou, então, partem, como partiram, para a porrada. E depois saem por aí exercitando o discurso das vítimas.
Jornalistas também resolveram surfar na onda. Ora, se estão metidos no que acabou virando um campo de batalha, é grande o risco de que sejam atingidos. É lamentável? É, sim, mas esse risco é parte do ofício. Quando policiais, na quarta jornada de manifestações sabidamente violentas, fazem revistas em manifestantes, estão apenas cumprindo a sua função. Há inúmeros vídeos no YouTube com provocações baratas, feitas por profissionais de imprensa. Lamento! Deveriam estar lá como juízes isentos do confronto. Se deixam claro que têm lado — e que, pois, o policial será necessariamente demonizado —, estão se comportam, eles também, como manifestantes. Não podem aspirar às duas coisas: à imunidade da profissão e ao furor da causa.

Traço de classe
E os manifestantes? É notável como alguns truculentos, que se comportam como horda fascistoide, viram, de súbito, bebês chorões. Embora falem como oprimidos, estão, na verdade, acostumados a um país em que as leis existem para os outros — quase sempre, para os pobres. Acham que podem sair por aí quebrando, incendiando e pichando sem que nada lhes aconteça. Por alguma razão, acreditam ter direito a uma espécie de imunidade.
Aliás, esse comportamento não se verifica só nesse caso. Não faz tempo, vimos alguns grupos organizados na USP em defesa do seu suposto direito de fumar maconha nas dependências da universidade. Também queriam que a Polícia Militar fosse impedida de entrar no campus, como se aquele fosse um outro território, apartado do Brasil; como se a Constituição e o Código Penal não tivessem vigência naquele lugar. Em nome dos “direitos”, advogam é uma sociedade de privilégios.
Não, não estou associando uma militância à outra. Estou apenas demonstrando que certas camadas sociais no Brasil não querem jamais ser alcançadas pela lei. Basta-lhes não gostar da legislação em vigor para, então, se sentir no direito de desrespeitá-la. E não deixam de ser bem-sucedidas em suas incursões no mundo da delinquência. Tão logo o “estado repressor” se manifesta — segundo códigos legais —, uma pletora de entidades, inclusive a OAB (o que é uma vergonha), corre em seu socorro. São tratados como verdadeiros heróis. Ou como bibelôs do “progressismo”.

“Vai pegar bandido!”
Muitos desses que se conferem todos os direitos não têm vergonha nenhuma de exercitar seu preconceito: “Por que a polícia não vai pegar bandido?”, indagava um. “Eu não sou bandido!’, vociferava outro. Não??? Indivíduos que, de forma deliberada, levam a cidade ao colapso, interditando vias; que saem por aí metendo fogo no que encontram pela frente; que depredam prédios públicos e privados, é preciso reconhecer, são, sim, BANDIDOS!

Tudo às claras
Polícia e Ministério Público já conhecem as lideranças, já sabem quem faz o quê, quem comanda os extremistas. Agora é preciso tomar as providências para que aquelas ações não restem impunes.
Que ideia na cabeça tem o rapaz com um lança-chamas na mão? 
Título, Imagem e Texto: Reinaldo Azevedo, 16-06-2013

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