Maria Lucia Victor Barbosa
No Brasil tropical onde a
moralidade foi sempre frouxa, a corrupção é entranhada no tecido social, a
impunidade predomina, o PT encontrou terreno fértil para se estabelecer e não
dá sinal que vai deixar o inebriante poder.
Além disso, uma das técnicas
petistas para dominar mentes e corações é a propaganda enganosa. Nessa soma-se
a exaltação dos feitos do líder ao temor de criticá-lo o que é interpretado
como sacrilégio.
Outra maneira de engabelar
intelectos não muito atilados é o apelo à vitimização. Baseia-se tal
estratagema nos seguintes dogmas: 1º - O PT não erra. 2º - Mesmo que hajam
“malfeitos” os companheiros devem pairar acima da lei. 3º - Somente os outros
erram. 4º- Especialmente Lula e seus familiares jamais cometem falhas.
Para confirmar tais dogmas ou
mandamentos o PT lançou recentemente uma Cartilha do Cinismo onde é afirmado
que a Operação Lava Jato existe apenas para criminalizar os coitadinhos dos
petistas, inocentes acusados sem provas. Só faltou Rui Falcão, presidente do
PT, pedir a prisão do juiz Sergio Moro, do ministro do STF, Gilmar Mendes, dos
delegados da Polícia Federal, dos procuradores, dos juízes federais. Todos
estão errados, menos os petistas.
Há também outro fator
fundamental do fortalecimento do PT: a falta de uma verdadeira oposição e,
principalmente, o apoio que nunca faltou do PSDB a Lula. Nesse momento crucial
de nossa história os tucanos querem que Eduardo Cunha, tido como o único
corrupto da República, inicie o processo do impeachment de Rousseff, mas querem
também destituí-lo do cargo, virando assim a casaca do apoio para vestirem o
terno do bom-mocismo. Simultaneamente os tucanos se prostram mais uma vez aos
pés do PT e se disponibilizam para apoiar o ajuste fiscal, cujo efeito é
justamente criar condições para a permanência de Rousseff. É o que se chama de
exercício da dubiedade.
Enquanto na política vilezas e
traições se alternam, o descalabro na economia gerado por Lula e sua obediente
criatura vai retirando todas as caridades oficiais dadas pelo governo petista
aos pobres e infernizando a vida dos brasileiros como um todo. Nessa situação,
temeroso de perder seus privilégios e sua vida nababesca, o PT expõem suas
garras totalitárias que, aliás, são por demais conhecidas quando os petistas
desqualificam, agridem, ameaçam os considerados inimigos e usam a violência dos
chamados movimentos sociais sustentados pelo partido.
Exemplo atual foi visto quando
o governo Lula/Dilma se abateu contra caminhoneiros em greve. Além das pesadas
multas que inviabilizaram o protesto, a senhora governanta estigmatizou a greve
como criminosa, porque bloquear estradas é algo criminoso. O MST pode bloquear e
invadir o que quiser. O MTST da mesma forma. Índios também com direito de
agredir quem ousar desobedecê-los. Do mesmo modo a Via Campesina que destrói
pesquisas em fazendas quando lhe dá na telha. A CUT pode bloquear o que desejar
e é especialista em greves políticas. Os petroleiros estão exercendo seu
sagrado direito de greve. Porém, para os caminhoneiros que pedem a saída da
senhora que infelicita o país, tratamento de choque.
O PT ainda tem força e não vai
deixar facilmente as delícias do poder. Por isso Lula está mandando defenestrar
o ministro Joaquim Levy para colocar em seu lugar Henrique Meirelles. Esse
daria um jeito de retomar os erros do passado e aliviar artificialmente as
agruras populares, não sei se por milagre ou por mágica, preparando a volta do
salvador da pátria. Quem sabe o PSDB pode ajudar de alguma forma o companheiro
Lula nesse sentido?
Enquanto o tempo passa e a
governanta vai ficando, os petistas vão pondo sorrateiramente em prática suas
garras neocomunistas e atentando contra o direito de propriedade. Observem com
cuidado a seguinte e pequena nota publicada na Folha de S. Paulo (12/11/2015),
que faz lembrar a Venezuela:
“O prefeito Fernando Haddad
(PT) regulamentou projeto de IPTU progressivo que prevê a desapropriação de
imóveis vazios ou subutilizados em um prazo de cinco anos”. “Pelo decreto, a
alíquota aumenta ano a ano após a notificação do proprietário, até chegar a 15%
do valor venal do imóvel”. Já pensaram se a moda pega?
Título e Texto: Maria Lucia Victor Barbosa, socióloga,
13-11-2015
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