sábado, 8 de julho de 2017

Charles Moss Duke

É um dos seis astronautas ainda vivos que caminharam na Lua. Aos 81 anos, anda pelo mundo a dar conferências, confessa que teve dúvidas quando John F. Kennedy lançou o programa espacial e conta porque deixou a fotografia da família na Lua

A matéria é de Nuno Tiago Pinto (texto) e Alexandre Azevedo (fotos), em Trodheim, Noruega. Revista Sábado nº 688, de 6 a 12 de julho de 2017

Retirei três respostas. 

Por que deixou a fotografia da sua família na Lua?
A nossa família vivia em Houston, no Texas, perto da NASA. Mas o treino era na Flórida, onde estava a nave, os simuladores, a paisagem lunar…
Saíamos no domingo à noite ou na segunda de manhã e só voltávamos na sexta à noite.

Os meus filhos eram pequenos quando comecei a treinar – e treinamos durante dois anos. Um deles tinha cinco anos e o outro três. Para os entusiasmar disse-lhes: “Vamos à lua juntos? Vocês gostavam?” Claro que eles ficaram entusiasmados. Disse que não podiam ir comigo mas que levava uma fotografia deles e que a ia deixar na lua. Um amigo fotógrafo da NASA tirou-a no nosso quintal.

Tive autorização para a levar e assinamos na parte de trás: “A família do astronauta Charlie Dike, do planeta Terra, que aterrou na Lua.” Quando a deixei cair, numa área que não tinha pegadas, tirei uma fotografia da fotografia. E ainda lá está.

Ainda?
Sim, mas com quarenta e cinco anos de radiação cósmica está toda branqueada, a temperatura é tal que destrói tudo. Não queima, mas o plástico não dura muito àquela temperatura.

Não acredita nas alterações climáticas?
Acredito em alterações climáticas, mas não acredito que vão destruir a humanidade, nem que somos a causa principal. Os oceanos estão sempre a emitir CO2. Um vulcão como o Pinatubo, nas Filipinas, emite mais CO2  do que a humanidade alguma vez fez. As árvores vivem de CO2  e libertam oxigénio. (…)

Após o regresso tornou-se cristão praticante. Isso teve alguma coisa a ver com a viagem ao espaço?
Não. O espaço não foi uma experiência espiritual. Foi uma aventura. O foco estava na operação e apreciei a beleza.

Acreditava em Deus na altura. Ia à igreja todos os domingos, mas não era real para mim. Tinha ambição, mas não tinha paz. E nem andar na Lua me deu isso. A minha família estava a desmoronar-se, a minha mulher e eu falámos de divórcio, ela esteve à beira do suicídio. Fomos à igreja e estas pessoas tinham uma relação com Jesus, Deus era real para eles. A minha mulher disse “é disso que eu preciso”. Ela tornou-se cristã em outubro de 1975. 

Dois anos e meio mais tarde, depois de ser bem-sucedido nos negócios, de ser promovido a general na Força Aérea, vi a mudança nela. Um amigo convidou-me para um estudo da Bíblia e Deus desafiou-me: “Esta é a verdade ou é uma mentira? Vives numa mentira.” Acabei sentado no carro a dizer: “Eu acredito. Deus, entrego-te a minha vida.”

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