Filipe G. Martins
O dia de ontem marcou o
final dos primeiros seis meses da presidência de Donald Trump, que teve início
em 20 de janeiro de 2017, após uma das vitórias eleitorais mais impressionantes
da história. Por ser a primeira pessoa a chegar à presidência dos Estados
Unidos da América sem nunca ter exercido um cargo eletivo previamente e por ser
um bilionário de muito sucesso no mundo dos negócios, além de uma figura
polêmica e politicamente incorreta, Donald Trump tem sido observado com
especial atenção.
Sua experiência empresarial;
seu status de outsider; sua abordagem reformista; seu resgate de princípios
como a soberania das nações e a autodeterminação dos povos; e uma série de
outras características atípicas para um político contemporâneo; somadas ao fato
de ele estar à frente da nação mais poderosa e influente do mundo, o colocam
sob o olhar atento de políticos e eleitores do mundo todo, que veem em seu
governo uma demonstração do que se pode esperar de outsiders, de nacionalistas
e de outras categorias de políticos que, direta ou indiretamente, se espelham
nele.
Por isso mesmo, este assunto
demanda um amplo debate e um balanço mais detalhado destes seis primeiros
meses, abrangendo os sucessos e as falhas do Governo Donald Trump. No entanto,
nem um debate de qualidade nem um balanço preciso poderão ser obtidos sem uma
cobertura equilibrada do que está ocorrendo por lá, o que depende da publicação
de matérias que apresentem uma perspectiva distinta daquela que tem bombardeado
a grande mídia brasileira.
Para contribuir com esse
equilíbrio, deixo aqui uma lista das realizações do Governo, oferecendo um
contraponto às matérias que estão sendo publicadas, desde o início da semana,
por inúmeros veículos de mídia e que, em sua maioria, apresentam uma
perspectiva excessivamente negativa da presidência e até tentam avançar a ideia
falsa de que nada foi realizado nestes seis meses.
A lista foi organizada de modo
temático, tomando como critério as promessas e os objetivos de Donald Trump e
de seus eleitores e não os desejos de seus opositores. Ressalto ainda que essa
lista foi elaborada sem qualquer pretensão de ser exaustiva e que muitas outras
vitórias poderiam ser mencionadas. Ao final dele, sugiro que a confrontem com o
que tem sido mostrado na TV, e perguntem a si próprios se gostariam de ter no
Brasil um presidente que fizesse pelo nosso país o que Donald Trump está
fazendo pelos Estados Unidos da América.
Vitórias políticas e
estratégicas
Nomeou um excelente juiz para
a Suprema Corte;
Retirou os EUA do opaco e impermeável TPP;
Aprovou 40 projetos de lei, 13
atos de revisão legislativa e 30 ordens executivas para desfazer decisões
nocivas e prejudiciais do Governo Obama;
Ajudou o Partido Republicano a
vencer todas as eleições especiais disputadas até agora – todas eram vistas
como termômetros da aprovação de seu trabalho;
A credibilidade da grande
mídia nunca foi tão baixa;
Canais que não fazem nada além
de atacá-lo, como a CNN e a MSNBC, estão experimentando as audiências mais
baixas que já tiveram em anos;
Apesar de uma taxa de
aprovação pessoal baixa (shy effect), todas as pesquisas mostram que os
americanos estão otimistas com a direção do país e com a economia;
Criou uma comissão para
identificar, investigar e produzir um relatório sobre fraude eleitoral.
Economia
Congelou a criação de
regulações governamentais;
Eliminou regulações que
afetavam a economia;
Congelou a contratação de
funcionários públicos;
Estabeleceu que uma nova
regulamentação só pode ser criada se duas anteriores forem eliminadas;
Criou um programa para
identificar e eliminar regulações desnecessárias no setor agrícola;
Anunciou o corte de bilhões de
dólares no financiamento da ONU;
Reduziu a dívida americana em
100 bilhões;
Está realizando uma reforma
administrativa da máquina estatal;
Está promovendo o corte de
gastos administrativos do governo;
Tomou providências para
realizar uma auditoria dos gastos públicos;
Estabeleceu um exemplo ao doar
todo o seu salário;
A folha de pagamento da Casa
Branca de Donald Trump é 5.1 milhões menor do que a da Casa Branca de Obama;
O número de pessoas
desempregadas é o menor em 16 anos;
Alguns estados estão passando
pela menor taxa de desemprego da história;
O número de pessoas fora do
mercado laboral já é menor do que o apresentado dez anos atrás, em junho de
2007;
Desde que Trump foi eleito, cerca
de 600 mil novos empregos foram criados;
O percentual de americanos
efetivamente empregados tem se mantido acima dos 60%, um patamar que nunca foi
alcançado durante o Governo Obama;
Há cerca de 6 milhões de vagas
de emprego disponíveis, o maior número da série histórica do Bureau of Labor
Statistics;
Desde que Trump assumiu o
governo, 589 mil pessoas conseguiram empregos em período integral, melhorando
suas condições de trabalho;
O aumento na demanda por
mão-de-obra já está elevando os salários reais dos trabalhadores e diminuindo a
dependência de programas governamentais;
De fevereiro a abril, a renda
familiar média aumentou mil e trezentos dólares, indo de US$58.061,00 a
US$59.361,00;
O número de pessoas que
dependem de benefícios como o seguro desemprego é o menor desde janeiro de
1974;
O número de dependentes de
programas governamentais como o "food stamps" também tem caído mês a
mês;
O otimismo dos consumidores já
supera os números anteriores à crise de 2008;
O Dow Jones Industrial
Average, o NASDAQ e o S&P 500 vêm subindo e batendo recorde atrás de
recorde;
Apresentou um programa de
reforma tributária, que realizará uma simplificação e uma diminuição drásticas
dos impostos;
Os termos do NAFTA e de outros
acordos comerciais estão sendo renegociados;
Regulações mais rígidas foram
criadas para inviabilizar o lobby de ex-funcionários públicos e agentes do
governo;
Recriou o Conselho Nacional
Espacial, ampliou o orçamento da NASA e estabeleceu o objetivo de colocar o
homem em Marte até 2030, com a finalidade de facilitar o desenvolvimento de
novas tecnologias.
Política externa e segurança
nacional
Conduziu com maestria e força
momentos difíceis como o uso de armas químicas na Síria;
Está pressionando a China e a
Rússia e criando um ambiente sem precedentes para conter as loucuras da Coréia
do Norte;
Reverteu as mudanças
promovidas pelo Governo Obama que favoreciam a ditadura cubana;
Anunciou um cessar-fogo na
Síria;
Encerrou o programa da CIA que
armava os rebeldes sírios (dentre os quais, muitos eram ligados à Al Qaeda e ao
próprio ISIS);
Concedeu mais autonomia ao
Departamento de Defesa, o que resultou no uso da GBU-43B (conhecida como
"mãe de todas as bombas) contra um complexo de túneis utilizados pelo ISIS
no Afeganistão. O ataque matou pelo menos 100 terroristas, incluindo quatro
comandantes importantes, sem qualquer baixa de civis.
O ISIS está vivendo o seu pior
momento e está próximo de se tornar uma organização meramente simbólica;
Impôs uma nova rodada de
sanções contra o Irã;
Anunciou a expansão de 21
bilhões de dólares no orçamento das Forças Armadas;
Está desenvolvendo um programa
para ampliar a Marinha americana e o poder bélico dos EUA em geral;
Libertou prestadores de
serviço humanitário no Egito;
Impediu que Sabrina de Sousa,
uma agente da CIA, fosse extraditada para a Itália;
Conseguiu a libertação de
inúmeros prisioneiros civis e militares no exterior;
Segundo o pai de Otto
Warmbier, que foi mantido em uma prisão norte-coreana até junho de 2017, se o
Obama tivesse se engajado tanto quanto o Trump na negociação o seu filho teria
tido um destino melhor;
Acordou a venda de recursos
energéticos americanos para a Polônia, dando autonomia e independência para o
seu maior aliado no Leste Europeu;
Tem se aproximado dos países
da Iniciativa dos Três Mares para conter o avanço russo sem fortalecer a União Europeia;
Escolheu, para sua primeira
viagem internacional como presidente, um itinerário simbólico que incluía
Jerusalém, Riad, o Vaticano e Bruxelas;
Realizou um dos melhores discursos da história recente em Varsóvia na Polônia,
se comprometendo a defender a Civilização Ocidental;
Renegociou a compra de 90
caças F-35 da Lockheed Martin, reduzindo 725 milhões de dólares nos custos com
que o Governo Obama havia concordado e abrindo o caminho para a economia de
bilhões ao longo do programa.
Segurança migratória e das
fronteiras
Acabou com a política "Catch
& Release", leniente e negligente com a imigração ilegal;
Reduziu em 73% a travessia
ilegal das fronteiras americanas;
Aumentou em 38% a prisão de
imigrantes ilegais;
Aumentou em 40% a deportação
de imigrantes ilegais;
Ampliou a segurança nas
fronteiras e tomou previdências para facilitar o trabalho dos agentes de
segurança;
Os agentes de controle
alfandegário e de imigração realizaram quase 42 mil prisões em 100 dias;
Aprovou uma lei que aumenta a
punição de criminosos, caso eles já tenham sido deportados previamente;
Cortou o envio de fundos para
"cidades santuários", que dificultam o combate à imigração ilegal;
Aumentou o orçamento da ICE, a
agência que exerce função de controle alfandegário e de imigração;
Anunciou a ampliação do quadro
de agentes da ICE;
Colocou uma equipe de
engenheiros e especialistas para planejar a construção do MURO, que deve
começar em breve.
Combate à infiltração de
terroristas
Aprovou o banimento temporário
do ingresso de pessoas originárias de um grupo de Estados falidos ou que
financiam o terrorismo;
Reduziu em 50% a recepção de
refugiados;
Os perseguidos (cristãos e
outras minorias) passaram a ter prioridade frente aos perseguidores
(terroristas islâmicos) no programa de refugiados;
Está tomando providências para
estabelecer um programa para vetar o ingresso de extremistas.
Segurança pública
Solicitou estudos para
encontrar formas de ampliar as penas para crimes violentos;
Tornou o Departamento de
Justiça um ambiente menos hostil para os policiais e outros agentes de
segurança;
Facilitou o processo de
levantamento de fundos e de orçamento por parte das polícias locais;
Aprovou uma lei que facilita e
agiliza o auxílio para a família de policias mortos em atividade;
Identificou um esquema
fraudulento no sistema de saúde envolvendo 412 pessoas e o desvio de 1.3
bilhões de dólares;
Enviou agentes federais para
auxiliar no combate à epidemia de crimes violentos em Chicago.
Energia
Autorizou e estimulou a
aceleração dos dutos de Keystone e Dakota;
Retirou os EUA do Acordo de Paris, evitando que a economia
fosse afetada por uma carga extra de regulações ineficazes;
Tomou providências para
desregulamentar o setor energético, o que já tem gerado milhares de empregos;
Ampliou a área do Alaska que
pode ser explorada para a extração de recursos energéticos;
Pediu uma reforma do
Departamento de Energia para agilizar o processo de aprovação de operações de
exploração de gás e petróleo;
Eliminou uma lei que impedia a
criação de novas operações de extração de petróleo do fundo do mar e solicitou
uma revisão de todas as regulações do setor energético;
Negociou a ampliação da venda
de recursos energéticos para a Polônia e outros países do Leste Europeu.
Questões sociais e
educação
Cortou o financiamento de organizações que promovem o aborto no exterior;
Aprovou medidas que asseguram
e ampliam as liberdades religiosas;
Anunciou o fim da intervenção
federal na educação de crianças de até 12 anos;
Reverteu a lei que permitia
que os estudantes de escolas públicas utilizassem o banheiro destinado a
pessoas do sexo oposto;
Eliminou regulações para
facilitar o ingresso de jovens em programas de aprendizado e treinamento
profissional, bem como de ensino vocacional;
Solicitou que sua Secretária
de Educação combata ativamente o Common Core e crie um programa para devolver o
controle das políticas de educação para os estados;
Tem dado todo o auxílio (fundos
e especialistas) para resolver os problemas ligados à contaminação da água na
cidade de Flint, no Michigan.
Atos simbólicos
Foi o primeiro presidente,
desde Ronald Reagan, a discursar na convenção anual da NRA, a Associação
Nacional de Rifles, maior responsável pela manutenção do direito de portar
armas nos EUA e no mundo;
Mike Pence, seu vice, foi
designado para fazer um discurso na Marcha Anual pela Vida, se tornando o
primeiro vice-presidente da história a participar do evento;
Trump também designou sua
conselheira Kellyanne Conway para falar no evento e explicitar o apoio do
presidente aos movimentos pró-vida;
Em vez de realizar o seu
primeiro discurso de formatura na Universidade de Notre Dame, como todos os
presidentes, Trump fez seu primeiro discurso numa universidade conservadora, a
Christian Liberty University. No discurso, ele lembrou que "na América,
não adoramos o governo, nós adoramos Deus e Deus somente";
A Casa Branca criou um grupo
diário de oração e um grupo semanal de estudos bíblicos;
Em vez de comemorar o
centésimo dia de seu governo no Jantar dos Correspondentes da Casa Branca, o
presidente optou por ir para Pensilvânia se reunir com os seus apoiadores. Isso
fez dele o primeiro presidente, desde o Reagan, a não participar do jantar;
No mesmo dia, uma pesquisa do
Morning Consult descobriu que 37% dos americanos confiavam mais na Casa Branca
do que na mídia enquanto 29% confiavam mais na mídia do que na Casa Branca;
No dia de sua posse, anunciou
a criação do Dia Nacional do Patriotismo;
Ainda em seu primeiro dia de
governo, ele retornou o busto do Primeiro Ministro britânico Winston Churchill
ao Salão Oval, de onde o Obama havia o removido. Ele também aceitou a oferta do
Reino Unido de emprestar outro busto de Churchill para a Casa Branca.
Em junho, o Homeland Security
anunciou o corte do financiamento para inúmeras organizações islâmicas que
recebiam fundos do Governo Obama.
O Departamento de Justiça
abriu um processo contra dois médicos e uma terceira pessoa por realizarem
mutilação genital no território americano, a primeira demonstração de executar
a lei que proíbe esse ato desde que ela foi criada em 1996.
Apesar do que tenta dizer a
grande e velha mídia, na realidade é bem difícil apontar quais seriam os
deméritos do primeiro semestre de Donald Trump como homem mais poderoso do
mundo.
Título, Imagem e Texto: Filipe
G. Martins, Senso Incomum, 21-7-2017
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E MUITA MENTIRA para o meu gosto.....
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