Reinaldo Azevedo
Leiam o que informa Mariângela Gallucci no Estadão. Volto em seguida:
Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e advogados cobraram ontem explicações do ministro do STF Joaquim Barbosa, de licença médica desde abril por causa de um problema crônico na coluna, mas foi visto em uma festa e num bar em Brasília no final de semana. De acordo com eles, Barbosa tem de resolver a sua situação: se fica no tribunal, trabalhando, ou se pede afastamento definitivo da Corte.“Que se defina a situação”, disse o ministro do STF Marco Aurélio Mello. “Seria o mínimo de consideração com a sociedade, com o erário, com os seus pares, com o Supremo, que o ministro Barbosa viesse a público dar uma explicação”, disse o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante Júnior. “Não há coerência entre a postura de não trabalhar por um problema de saúde, que é natural, qualquer pessoa pode ter, e de ter uma vida social onde isso não é demonstrado.”O presidente da OAB manifestou na semana passada uma preocupação dos advogados com a paralisação dos processos no gabinete de Barbosa. Integrantes do STF também estão aflitos e sobrecarregados. “O Supremo tem 11 ministros, mas hoje está com 9 apenas “, observou Ophir. Barbosa está de licença e Eros Grau se aposentou na semana passada. “O STF tem de dar vazão a todos os processos que lá tramitam. Há processos parados há mais de cinco anos com o relator. É preciso fazer frente a esse déficit de julgamentos”, disse o presidente da OAB.
Leiam o que informa Mariângela Gallucci no Estadão. Volto em seguida:
Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e advogados cobraram ontem explicações do ministro do STF Joaquim Barbosa, de licença médica desde abril por causa de um problema crônico na coluna, mas foi visto em uma festa e num bar em Brasília no final de semana. De acordo com eles, Barbosa tem de resolver a sua situação: se fica no tribunal, trabalhando, ou se pede afastamento definitivo da Corte.“Que se defina a situação”, disse o ministro do STF Marco Aurélio Mello. “Seria o mínimo de consideração com a sociedade, com o erário, com os seus pares, com o Supremo, que o ministro Barbosa viesse a público dar uma explicação”, disse o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante Júnior. “Não há coerência entre a postura de não trabalhar por um problema de saúde, que é natural, qualquer pessoa pode ter, e de ter uma vida social onde isso não é demonstrado.”O presidente da OAB manifestou na semana passada uma preocupação dos advogados com a paralisação dos processos no gabinete de Barbosa. Integrantes do STF também estão aflitos e sobrecarregados. “O Supremo tem 11 ministros, mas hoje está com 9 apenas “, observou Ophir. Barbosa está de licença e Eros Grau se aposentou na semana passada. “O STF tem de dar vazão a todos os processos que lá tramitam. Há processos parados há mais de cinco anos com o relator. É preciso fazer frente a esse déficit de julgamentos”, disse o presidente da OAB.
Aposentadoria.
Assim como Marco Aurélio Mello, outros colegas de Barbosa no STF consideram que ele tem de resolver logo sua situação para que o tribunal encaminhe os mais de 13 mil processos em seu gabinete.
Um dos ministros defendeu que o STF se reúna, comandado pelo presidente Cezar Peluso, para tomar uma decisão institucional sobre o problema. “Não podemos ficar com alguém doente por tanto tempo. Não podemos chamar substituto”, afirmou.
Segundo um integrante do STF, se não for possível o retorno definitivo de Barbosa ao trabalho, o tribunal poderia acionar dispositivos da Lei Orgânica da Magistratura, que estabelece regras para aposentadoria por afastamento prolongado para tratamento de saúde. O problema tem de ser comprovado em perícia de médicos independentes.
Comento
Na tarde de sábado, a reportagem do Estadão encontrou Joaquim Barbosa confraternizando com amigos no bar Mercado Municipal. À noite, ele esteve numa festa de aniversário. Todos folgamos em saber que a coluna de Barbosa, que não o deixa trabalhar desde abril, não o impede de ter uma vida social movimentada.
Com todo o respeito à excelência, é o caso de exclamar: “Não dá!” A mais recente licença do ministro se estende até 30 de setembro. Nomeado em 2003, considerando-se todos os dias em que não trabalhou — e não estou contando o recesso normal — serão 225 desde 2003. E, parece, não há garantia de que ele volte, não. À Folha, ele declarou: “Volto quando estiver 100% curado. Não quero mais sacrificar minha saúde, como fiz nos últimos três anos”. Sacrifício? Em 2008, foram 66 dias de licença; em 2009, 30; em 2010, se voltar mesmo no dia 30 de setembro, 127.
Se alguém está sendo sacrificado aí, ministro, é o STF — e, por conseqüência, seus colegas e, principalmente, aqueles a quem o tribunal atende: a população brasileira. Barbosa tem todo o direito de se curar “100%”. Se não pode, então, cumprir a rotina a que seu cargo o obriga, considerando que ser ministro não é um imposição, ele que se aposente. Não lhe faltará trabalho, dada a sua formação, na iniciativa privada se quiser. Ou como advogado autônomo. A rotina talvez seja menos dura. E saem ganhando o erário, o tribunal, seus colegas e os brasileiros.
Barbosa certamente não é culpado por sua doença. Mas nós também não somos. Quanto a bares e festas, bem…, a gente é tentado a achar que ele poderia estar lendo um processozinho ou outro, ainda que de pé…
Indagado pelo Estadão, Barbosa afirmou que reportagem anterior do jornal sobre o caso era uma “leviandade” e que ela estava sendo usada por pessoas que o querem fora do tribunal, afirmando que vai ficar. O ministro tem um temperamento forte e gosta de palavras duras.
Mas quem mesmo o quer fora do tribunal? Ao contrário, ministro! A gente quer o senhor dentro. Fora está hoje, no barzinho ou na festa. A gente quer o senhor lá, sentado ou de pé, tanto faz, mas dando conta dos milhares de processos que estão sob seus cuidados. O senhor é pago para isso. E ministro do STF não tem “vice”, né?
E arremato: ministro, não há trabalhador brasileiro que “só volte ao trabalho” quando está com a “saúde a 100%”. Isso é privilégio de nababos. E tem mais: depois dos 40, se a gente não sente uma dorzinha, é porque já morreu.
Mire-se no exemplo do conjunto dos trabalhadores brasileiros. Será melhor para todo mundo.
Reinaldo Azevedo
Assim como Marco Aurélio Mello, outros colegas de Barbosa no STF consideram que ele tem de resolver logo sua situação para que o tribunal encaminhe os mais de 13 mil processos em seu gabinete.
Um dos ministros defendeu que o STF se reúna, comandado pelo presidente Cezar Peluso, para tomar uma decisão institucional sobre o problema. “Não podemos ficar com alguém doente por tanto tempo. Não podemos chamar substituto”, afirmou.
Segundo um integrante do STF, se não for possível o retorno definitivo de Barbosa ao trabalho, o tribunal poderia acionar dispositivos da Lei Orgânica da Magistratura, que estabelece regras para aposentadoria por afastamento prolongado para tratamento de saúde. O problema tem de ser comprovado em perícia de médicos independentes.
Comento
Na tarde de sábado, a reportagem do Estadão encontrou Joaquim Barbosa confraternizando com amigos no bar Mercado Municipal. À noite, ele esteve numa festa de aniversário. Todos folgamos em saber que a coluna de Barbosa, que não o deixa trabalhar desde abril, não o impede de ter uma vida social movimentada.
Com todo o respeito à excelência, é o caso de exclamar: “Não dá!” A mais recente licença do ministro se estende até 30 de setembro. Nomeado em 2003, considerando-se todos os dias em que não trabalhou — e não estou contando o recesso normal — serão 225 desde 2003. E, parece, não há garantia de que ele volte, não. À Folha, ele declarou: “Volto quando estiver 100% curado. Não quero mais sacrificar minha saúde, como fiz nos últimos três anos”. Sacrifício? Em 2008, foram 66 dias de licença; em 2009, 30; em 2010, se voltar mesmo no dia 30 de setembro, 127.
Se alguém está sendo sacrificado aí, ministro, é o STF — e, por conseqüência, seus colegas e, principalmente, aqueles a quem o tribunal atende: a população brasileira. Barbosa tem todo o direito de se curar “100%”. Se não pode, então, cumprir a rotina a que seu cargo o obriga, considerando que ser ministro não é um imposição, ele que se aposente. Não lhe faltará trabalho, dada a sua formação, na iniciativa privada se quiser. Ou como advogado autônomo. A rotina talvez seja menos dura. E saem ganhando o erário, o tribunal, seus colegas e os brasileiros.
Barbosa certamente não é culpado por sua doença. Mas nós também não somos. Quanto a bares e festas, bem…, a gente é tentado a achar que ele poderia estar lendo um processozinho ou outro, ainda que de pé…
Indagado pelo Estadão, Barbosa afirmou que reportagem anterior do jornal sobre o caso era uma “leviandade” e que ela estava sendo usada por pessoas que o querem fora do tribunal, afirmando que vai ficar. O ministro tem um temperamento forte e gosta de palavras duras.
Mas quem mesmo o quer fora do tribunal? Ao contrário, ministro! A gente quer o senhor dentro. Fora está hoje, no barzinho ou na festa. A gente quer o senhor lá, sentado ou de pé, tanto faz, mas dando conta dos milhares de processos que estão sob seus cuidados. O senhor é pago para isso. E ministro do STF não tem “vice”, né?
E arremato: ministro, não há trabalhador brasileiro que “só volte ao trabalho” quando está com a “saúde a 100%”. Isso é privilégio de nababos. E tem mais: depois dos 40, se a gente não sente uma dorzinha, é porque já morreu.
Mire-se no exemplo do conjunto dos trabalhadores brasileiros. Será melhor para todo mundo.
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