quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Lula, o onipotente, diz que poderia ter tido o terceiro mandato se quisesse. É mentira!


Lula sancionou nesta quarta a lei que amplia poderes do Ministério da Defesa e cria o Estado Maior Conjunto das Forças Armadas. A proposta estende à Marinha e à Aeronáutica prerrogativas de polícia que o Exército já tinha nas faixas de fronteira: fazer patrulhamento, efetuar prisões em flagrante e revistar pessoas e veículos. Em mais um de seus corriqueiros ataques de onipotência, afirmou que poderia “ter mandado uma emendinha [ao Congresso] para mais uns anos de mandato”.
Poderia mesmo? Depende! Nenhuma lei o impedia de enviar a emenda. Mas aí começariam os problemas, não é, companheiro? A “emendinha” a que ele se refere é uma emenda constitucional, que altera a Carta. Para ser aprovada, teria de contar com a aquiescência de três quintos da Câmara (308 deputados) e três quintos do Senado (49 senadores), em duas votações em cada Casa.
Lula nunca teve esse número no Senado para aprovar essa emenda, e ele sabe disso muito bem. E essa foi uma das barreiras que contiveram o seu apetite. Sabia que uma emenda como essa requereria a chamada “mobilização popular” — um “neoqueremismo” —, que se chocaria com a vontade majoritária do Senado. E a crise estaria instalada.
Mas não foi só isso, não! A maioria dos ministros do Supremo entendia que a emenda, ainda que aprovada pelo Congresso, seria INCONSTITUCIONAL. Para eles, mais de uma reeleição caracteriza uma agressão ao princípio da alternância de poder. Convenham: permitindo duas, por que não três, quatro, cinco, não é mesmo?

Não, não é verdade que teria bastado a Lula querer a (re)reeleição. Se não levasse uma ducha de água fria no Senado, teria sido barrado no Supremo. Não por acaso, o petista José Genoino, relator na CCJ da Câmara de uma emenda permitindo o terceiro mandato, encarregou-se de enterrá-la declarando a sua inconstitucionalidade. Os petistas resolveram fazer o que estavam certos que seria feito pelas instituições. São uns patriotas.
Ah, sim: na solenidade com os militares, Lula afirmou que, mais um ano no poder, e já os chamaria de “camaradas”. Pois é… “Camarada” é uma versão mais soviética do “companheiro”. É o tratamento tornado um clássico do comunismo. Ele deve ter achado a tirada engraçada.

Escrevi abaixo um post sobre aquela solenidade com os militares de que Lula participou. Leio agora no G1 este trecho de reportagem:
O presidente falou ainda do seu “arrependimento” de não ter comprado um avião maior, ou talvez dois aviões do tipo Airbus A-319, como o adquirido, por causa do tamanho das delegações de empresários que costuma levar em suas viagens pelo mundo para ampliar os negócios com o Brasil. “Hoje eu sei que precisava”, afirmou Lula, no discurso de improviso.
Ah, ele só está brincando… Pois é. Até a brincadeira se assenta numa mistificação. A participação do Brasil no comércio mundial em 2009 foi de 1,2%. O dado é da Organização Mundial do Comércio, não é meu, não. Em 2002, era de 1,1%. O que vocês me dizem desse fabuloso crescimento?
Lembrei isso outro dia, no programa “Entre Aspas”, comandado por Monica Waldvogel. O suposto crescimento fabuloso do Brasil no comércio mundial em razão da diplomacia presidencial lulista é outra dessa farsas que jamais são noticiadas. Eu noticio, entenderam? Que se dane se Lula tem 8.759% de popularidade. Isso não muda a verdade. O Brasil se expandiu, sim, mas o resto do mundo fez o mesmo. Aliás, fez mais: entre os emergentes, o Brasil come poeira.
“E por que não se diz isso por aí?” Bem, freqüentemente, abordo aqui os motivos. Mas eis uma pergunta que deve ser feita aos omissos. Eu me divirto denunciando as mentiras.
Reinaldo Azevedo

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