Luciano Amaral
Vivemos a maior crise do
capitalismo desde os anos 30, nunca o desemprego foi tão grande, todos os dias
se sucedem horrores típicos de um festim de "neoliberalismo
selvagem". E no entanto a esquerda mal se vê, para além de umas vagas
lamentações sobre a destruição do "Estado Social" e de uma ou outra
greve mais ou menos fracassada. O que se passa?
Passa que a esquerda nada tem
para oferecer de diferente. A esquerda não tem hoje um modelo de sociedade
alternativo: não quer regressar aos horrores do comunismo e a melhor coisa que
imagina é o "capitalismo social" desenvolvido no Ocidente no último
meio século. Ora, é isso mesmo que agora está em crise.
No fundo, a esquerda implora
para que os actuais pacotes de austeridade e reforma salvem o capitalismo, para
poder daqui a uns anos voltar à única coisa que hoje em dia sabe fazer: usar a
prosperidade do capitalismo para lançar grandes programas de despesa pública.
Mais do que ninguém, ela precisa do sucesso dos programas de ajustamento para
continuar a existir. A gente de esquerda não tem para onde se voltar: a
esquerda também faz parte do "partido da austeridade".
Título e Texto: Luciano Amaral, Professor
Universitário, Correio da Manhã
Curto e grosso!
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Luciano Amaral |
Jamais em tempo algum temos a certeza que nos fazem de idiotas.
ResponderExcluirTome RIVOTRIL ministra quem sabe a Sra. volte a dormir bem e ponha esse processo para ser julgado.Ou V.Sas. aguardam todos os aposentados morrerem para que a validade seja extinta?