Plínio Sgarbi
Não foi surpresa para mim, e
esses como o Demóstenes, que investem como arautos da moralidade e se vestem de
paladinos da justiça e da ética, são os piores. DEMóstenes, PTóstenes,
PSDBóstenes e outras cacas mais. Para os
criminosos, as penas da lei, não importa quem sejam eles e quais sejam elas.
Mas num país paraíso da
impunidade, a Têmis está vendada a vista grossa que nada cega, e, vendida,
pendendo a balança para o vendável com a espada como um martelo na pancada de
um leilão no "quem dá mais".
Por isso que venho há anos, e
até, provocando calorosos debates, com a proposta da fogueira cívica: queimar o
título de eleitor em praça pública. Talvez seria um início do povo começar a
dizer: Basta!
Creio que o valor das pessoas
é proporcional à seriedade com seus compromissos.
Onde a sociedade não se impõe
de forma organizada, não são gerados controles efetivos do poder. Assim, seus
detentores não se sentem obrigados a prestar contas e a corrupção e a
roubalheira correm soltas.
Se o voto mudasse alguma
coisa, o povo seria proibido de votar. E, entre tantas razões da minha proposta
da fogueira cívica, que até cansei de divulgar, uma delas é a simples continha
matemática, por exemplo: um candidato a vereador precisa investir na sua
campanha em média 100 mil reais. Há dois caminhos possíveis de onde decorre
este montante: primeiro, do próprio bolso do candidato; segundo, de empresas e
amigos interessados na sua eleição. Caso decorra do primeiro caminho, fica a
pergunta: por que o candidato gastaria 100 mil reais para, caso se eleja,
ganhar de salário uns 5 mil reais por mês? E se por acaso sua campanha for
financiada por uma empresa, ou amigos, também resta uma pergunta: os
financiadores farão essa doação gratuita, sem esperar nada em troca?
Ora! É impressionante a fé do
eleitor em crer que há realmente alguém limpo, honesto e acima de qualquer
suspeita nesse business.
De religiosos a partidos e
partidários, não há ninguém e nada realmente limpo.
Uma das origens dessas
"tretas demóstinianas" é a campanha eleitoral e o poder Executivo e
Legislativo estão amarrados a uma estrutura corrupta (lícita e ilícita) que
envolve financiamento de campanha e círculos viciosos em que os agentes
trabalham apenas para se conservarem e reproduzirem, que emana de uma estrutura
visivelmente invencível, seja pela estabilidade com que essas máfias se
apropriaram do espaço público, seja pela ausência de alternativas por dentro
capazes de reverter significamente o quadro geral.
Aqueles que entram pelo seu próprio prestígio já se valeram de seus cargos para apoderamento do dinheiro público. Os políticos em cargos eletivos são fantoches de grandes corporações, segmentos da sociedade que os financiam para que governem, legislem e etc., sob os seus interesses, transformando órgãos públicos em fábricas de licitações forjadas e outras tantas mais serventia (chega-se a ser tragicamente hilário, num país reconhecidamente corrupto pelos seu povo, já teve o circo das obras dos jogos do pan e haverá as obras da copa de futebol e dos jogos olímpicos, para o delírio do povo).
Decorre aí a mazela principal
do atrelamento dos parlamentares eleitos aos interesses das empresas
financiadoras, ficando seu comportamento e seus votos no Congresso amarrados a
esses interesses, tantas vezes distintos do interesse da Nação, isto é, do povo
nacional. Ainda uma segunda e funesta mazela: Os grandes grupos econômicos,
bancos e grandes empresas, só financiam as lideranças, os políticos que
comandam e influenciam mais as votações no Congresso. Os parlamentares menos
destacados, do chamado baixo clero, têm que recorrer a grupos menores,
empreiteiros locais, empresas ou ONGs que captam recursos públicos alocados por
eles, deputados financiados, em operações ilegais, ilícitas e corruptas. A
maior fonte de corrupção dos políticos de hoje está na formação da caixa para a
reeleição, que é uma necessidade criada pelo crescimento dos gastos de campanha
e pelo sistema de financiamento.
Seria muito ingênuo imaginar
que existe algum parlamentar que escapa dessas "tretas
demóstinianas".
O Poder seduz.
O Poder corrompe.
O processo de incorporação dos
partidos repartidos e partidos ao sempre continuísmo e oportunismo, não ocorre
somente na compra da consciência com cargos públicos, mas, sobretudo, na
formação de redes de negócios que se estabelecem entre corporações privadas,
cúpulas partidárias e aparelhos de Estado, com a adesão aberta ou dissimulada
das lideranças políticas e dos partidos aos interesses dos diversos segmentos
do capital. Banqueiros, industriais, ruralistas, gestores de negócios
especulativos, empreiteiros, especuladores imobiliários, publicitários, órgãos
de comunicação, enfim, os detentores do poder real-paralelo, com raízes dentro
e fora do país, não encontram obstáculos para cooptar grupos inteiros. A
mercantilização do processo eleitoral facilitou, em muito, esse trabalho.
Assim sendo, que condições
conscientes têm os eleitores para escolher o Candidato "menos ruim"
que realmente os representem?
Mas o fato é que também
perpetuam-se as "tretas demóstinianas" graças aos currais eleitoras,
ao custo de dentaduras, pares de botinas e dinheiro vivo, além de todo tipo de
favores bolsas-voto, bolsas disso ou aquilo e toda uma claque paga com dinheiro
público. Tudo isso sob as vistas grossas e complacentes do TSE, que não enxerga
a dinheirama usada nas gastanças de campanhas.
Os políticos nascem, crescem e
se reproduzem no ventre da sociedade, ou seja, são gens dominantes, que, em
tese, representam a maioria. Entendo também que enquanto nós, "cidadãos
honestos", dermos gorjeta ao garção de uma festa de aniversário para
sermos melhor atendidos, não teremos força moral e genética para depurar a
nossa genealogia política".
Tão logo resolveram os
militares devolver o país às mãos dos civis, estes, trataram logo de escrever a
quinhentas e tantas hábeis mãos em manipular o dinheiro público em proveito
próprio e explorar a indigência intelectual das massas estúpidas e ignorantes,
é a democracia dos seus sonhos, ou seja, um esquema criminoso para funcionar em
proveito próprio e jamais aquela democracia que estabelece a ordem para gerar o
progresso.
Lamentável, triste e
decepcionante que chegamos à perfeição de nossa ruína e decadência.
O brasileiro sempre será
vítima de uma quadrilha de marginais muito bem articulada e organizada,
composta por diversas agremiações criminosas empenhadas em saquear o país e que
descaradamente se auto-nomeiam de partidos políticos. Também passando à
condição de cúmplice o povo brasileiro ao comparecer as Urnas Eleitoreiras,
postando-se na mais covarde letargia, aceitando todas as vilanias perpetradas
pela quadrilha oriundas das fartas colheitas das Urnas Eleitoreiras sem esboçar
a menor reação.
Em qualquer país sério do
mundo os assuntos de estado são resolvidos de acordo com a vontade da maioria.
No Brasil, faz-se o contrário: tudo é resolvido em proveito das minorias, não
das minorias desamparadas pelos poderes públicos, os verdadeiramente carentes
da proteção do estado, mas das minorias imorais e criminosas.
Mas é assim mesmo, a
democracia para funcionar bem exige que a população do país onde ela se instala
tenha um certo nível de instrução e cultura que possibilite à maioria escolher
bem os seus dirigentes. Isto porque a alma da democracia é o voto popular.
Democracia, o sistema de governo menos imperfeito do mundo mas que só funciona
em países onde o povo tem um alto ou bom nível educacional e cultural.

E por essas e tantas outras
mais, o Brasil segue sem povo e continua sendo público desses oportunistas,
dessas encenações, desses espetáculos de militantes, políticos, bispos e pastores.
No processo Eleitoral não há inocentes e a cada eleição, em dois em dois anos,
o povo comparece alegremente às urnas eletrônicas para eleger seus algozes.
Com eleição de A ou B, C ou D,
1ª, 2ª ou 3ª via, seja quem for o eleito, esse será o administrador dos
interesses de apoios "interesseiros".
Creio que devemos colocar
muito de nosso senso crítico para analisarmos todo esse processo do oportunista
continuísmo em que vivemos e não sair por ai comprando qualquer produto ou
qualquer teoria aos modos do entre os piores, o menos ruim. Taí o Demóstenes
para comprovar.
Será que o eleitor ainda não
percebeu que o Sistema Político e Eleitoreiro é um grande esgoto a céu aberto
onde o fedor contamina toda a consciência da Nação.
Texto: Plínio Sgarbi
Edição: JP Foto: do blogue Parque Evereste |
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Queimar título de eleitor, bater panela, etc....etc...pura babaquice, ato de covardes, o que resolve mesmo é bala em todos esses vagabundos
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