João Marques de Almeida
O PCP e o BE não desejam o enriquecimento
do país. Para as esquerdas radicais a fórmula é simples. Perdem votos com o
enriquecimento e ganham com o empobrecimento.
As notícias sobre o
crescimento económico são positivas, mas as esquerdas já estão empenhadas em
estragar o que corre bem. Antes de mais, quero ser claro. O governo não tem
qualquer mérito em relação ao crescimento da economia. Não é o investimento
público, de resto quase inexistente, que explica o crescimento da economia. O
mérito encontra-se sobretudo nos investimentos privados, nas exportações das
empresas nacionais e no consumo dos portugueses. E em fatores externos, como o
preço baixo do petróleo, o programa de financiamento do BCE e um ciclo de
crescimento na zona Euro. Devemos agradecer o crescimento da economia aos
empresários e aos trabalhadores portugueses, e não ao governo.
No entanto, os partidos da
geringonça já estão a trabalhar para prejudicar a economia, como mostram três
casos recentes. Como resposta aos incêndios do Verão, o PCP e o BE atacaram o
cultivo do eucalipto e as indústrias do papel, um sector onde Portugal lidera
na Europa. O maior produtor, a Navigator, foi o segundo maior exportador
nacional em 2016, atrás da Petrogal. Contribui com 3% para o total das
exportações e com 1% do PIB. A Navigator cria ainda dezenas de milhares de
postos de trabalho. Mas o BE e alguns sectores do PS acabariam de bom grado com
a indústria do papel em Portugal, contribuindo assim para o aumento do
desemprego, a redução das exportações e o empobrecimento do país.
O governo, com o PCP e o BE a
reboque, também resolveu atacar a Altice e a PT. Assistir a um governo
socialista a atacar um investidor externo que salvou o que restava da PT é
extraordinário. Foi um executivo socialista (sem qualquer responsabilidade de
António Costa, devo reconhecê-lo) que contribuiu para destruir o valor da PT,
empurrando-a para aventuras empresariais no Brasil que a levaram quase à
falência. O investimento da Altice salvou o que restava da PT (excluindo o
investimento na OI) e milhares de empregos. Aliás, até ao incêndio de Pedrógão
Grande e até à aquisição da TVI, o governo não atacava a Altice nem qualquer
situação laboral na PT. De um lado, os ministros das Finanças e da Economia
fazem tudo o que podem para captar investimento externo. Por outro lado, o PM e
os camaradas comunistas e bloquistas atacam os investimentos da Altice em
Portugal.
O terceiro caso diz respeito à
Auto Europa. Já muitos o disseram, é uma empresa modelo, quer nas relações
laborais entre a administração e os trabalhadores, quer na capacidade de
produção, e que ocupa desde 2000 um lugar entre os três maiores exportadores
nacionais. Devido às guerras entre o PCP e o BE, e os seus sindicatos, a
fábrica conheceu na semana passada a sua primeira greve. A CGTP não descansa enquanto
não conquistar o poder entre os trabalhadores. No contexto dessa luta sindical,
a contribuição da Auto Europa para o crescimento da economia portuguesa é
secundária.
Os problemas na Auto Europa
não afetam apenas as exportações, também podem prejudicar o investimento
externo. Há muitos países na União Europeia que gostariam de trazer a Auto
Europa para os seus territórios. E, na feliz expressão de Daniel Bessa, ela si
muove, se for necessário. Além disso, as outras grandes empresas olham
preocupadas para o que se passa em Palmela. Sublinharia, desde logo, a Bosh Car
e a Continental Mabor, igualmente campeões de exportações e ambas resultado de
investimentos vindos da Alemanha.
Estes casos revelam alguns
aspectos preocupantes em relação à geringonça. Ao contrário do que diz o
governo, o crescimento econômico não é a prioridade. Em segundo lugar, o
governo, de um lado, e o PCP e o BE, do outro, entendem o crescimento da
economia de modos diferentes. O governo sabe que beneficia politicamente do
crescimento econômico. Para as esquerdas comunistas e neocomunistas, o
crescimento é visto como uma fonte de recursos para o Estado e para as suas clientelas,
mas como um obstáculo para as suas estratégias políticas. É muito simples, o
PCP e o BE não desejam o enriquecimento do país. Para eles a fórmula é simples.
Perdem votos com o enriquecimento e ganham com o empobrecimento. O crescimento
econômico é o maior inimigo das esquerdas radicais, até porque sabem que será o
PS a beneficiar eleitoralmente.
Estas tensões e fraturas no
interior da geringonça prejudicam a economia nacional e o país. Se lermos os
relatórios de agências de rating, como a Moody’s, a Fitch e a Standard and
Poor’s, os fatores decisivos para voltar a classificar Portugal com o grau de
investimento são o crescimento económico, os investimentos e as exportações. Os
líderes do PCP e do BE gostam muito de atacar estas agências, mas estas
críticas não escondem um ponto curioso. O PCP e o BE têm votado a favor de
orçamentos elogiados pelas “Moody’s deste mundo”. Ou seja, concordam com as
agências em relação às medidas para reduzir o défice, mas discordam em relação
ao que se deve fazer para estimular o crescimento da economia. Colocam assim o
combate ao défice à frente do crescimento da economia. Quem diria? Os nossos
camaradas andam meio perdidos com a geringonça.
Título e Texto: João Marques de Almeida, Observador,
3-9-2017
Marcações: JP
O PCP anda a sabotar a economia portuguesa desde 1921, ano da sua fundação. O PCP sabe bem que numa sociedade próspera, ele desaparecerá. Assim, o PCP tem Todo o Incentivo para manter a sociedade portuguesa com bolsas de forte pobreza, nem que seja à custa de destruir produção e investimento, para conseguir sobreviver politicamente. Idem para o BE.
ResponderExcluirJoão Eduardo Gata
Eu acho que toda a colonização deixa uma herança.
ResponderExcluirAssim os portugueses tornaram o Brasil imenso.
Infelizmente há uma herança maldita deixada entre os povos colonizados pelos nosso irmãos de língua, a corrupção.
Angola, Moçambique e Brasil estão entre os países mais corruptos do mundo.
CHINA, ÍNDIA E RÚSSIA, numa lista de 176 países somo 79 junto dos BRICS.
Pelo banco mundial somos o antepenúltimo perdendo para Venezuela e Bolívia.
Portugal é 44
Hoje o Brasil ensina o governo português como FODER O POVO.