quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Questionário para desinteligentes

Carina Bratt

Se você fosse uma panela de pressão, optaria por perder a pressão ou a borrachinha que envolve a tampa?

Se imagine na pele de uma televisão: você seria um aparelho em preto em branco, ou um moderno. Se fosse moderno, seria a cores ou em cores?

Se você tivesse um piano deixaria que ele tocasse músicas clássicas, com certeza.  A pergunta que não quer calar: arrancaria do pobre instrumento todas as teclas, caso ele emperrasse e resolvesse executar somente as músicas de Pabllo  Vittar?

Se você fosse uma cobra seria venenosa ou não venenosa. Tentaria, numa segunda vez fazer com que a Eva comesse da maçã do Paraíso?

Se você fosse um lápis de cor, qual seria a cor de sua predileção: implicaria com seus outros colegas da caixinha ou simplesmente permaneceria indiferente?

Se você fosse uma lâmpada, ficaria grudada no bocal ou pegaria no pé do Benjamim, chamando-o de André, por exemplo?

Se você fosse uma chave, daria uma volta na fechadura ou deixaria o molho às voltas com a porta escancarada?

Se você fosse um trombone de vara, botaria a mesma na boca de quem o fosse tocar, ou ficaria quieto esperando uma oportunidade de esconder a dita onde o músico não conseguisse encontrá-la?

Se você fosse um porta-retratos hospedaria gente nova, pessoas velhas, mais ou menos, ou nenhuma das opções?

Se você fosse uma porta, daria entrada ou saída, ou via única, escancararia o vai-e-vem para ambos os lados?

Se você fosse um botijão de gás e encontrasse um fogão todo pomposo, com piercings no acendedor do forno ou luz de neon para que brilhasse à noite, na cozinha, você diria pra ele: “vamos vazar?”.

Se você fosse uma geladeira se importaria que a lusinha interna ficasse acesa, apagada ou pediria ao dono do aparelho para fazer um gato?

Se você fosse um palito de dente desses que ficam enfeitando as mesas de restaurante, preferiria bailar na boca de alguém, ou permaneceria quieto dentro do recipiente?

Se você fosse uma pulguinha se alojaria na orelha de algum sujeito chato, ou seria a chata em carne e osso no escutador de novela de uma loira só para se certificar se ela é mesmo burra como as piadas desse segmento costumam rotulá-las?

Se você fosse uma regra teria uma exceção na manga da camisa ou seria uma exceção sem regra para uma regra sem exceção?
Se você fosse uma campainha seria uma dessas comuns ou gostaria de se destacar tendo uma lista de desaforos na ponta do toque para atirar na cara de quem lhe apertasse mais de uma vez?

Se você pudesse escolher entre ser um LP de vinil e um CD, gostaria de vir com doze faixas ou preferiria usar uma só e, ainda assim de hospital?

Se você fosse um poste de rua, enxotaria os cachorros quando viessem fazer xixi em seus pés, ou jogaria o transformador nos costados desses infelizes caninos?

Se você fosse um prato, sua forma seria funda ou rasa?

Se lhe fosse dado escolher viver como um ponteiro de relógio, marcaria o tempo dos minutos, ou das horas?

Se você fosse um ganso, como gostaria de ser afogado?

Se você fosse o Mário gostaria de bancar o otário ou se deixaria ficar enclausurado dentro do armário sem reclamar da sorte?

Se você fosse uma escova, gostaria de pentear os cabelos da sua esposa ou escovar os dentes do amante dela?

Se você fosse um rolo de papel sanitário ficaria preso no rolo ou diretamente com a língua enfiada na merda?

Se você fosse torneira de lavatório, usaria lenço ou ficaria pingando de sacanagem só pra encher o tanque da cuba?

Se você fosse um selo de carta gostaria de levar uma carimbada na frente ou de lado?

Se você fosse um louro que outra parte do corpo gostaria de dar, no lugar do pé?
Se você fosse uma pimenta arderia no pescoço dos outros em francês ou deixaria o seu na reta, só pra sentir como é gostoso virar refresco ao se pegar enfiado em buracos alheios?

Se você fosse Papai Noel pegaria criancinhas no colo ou jogaria os chatos no seu saco para comer depois, de sobremesa, após o delicioso jantar com as renas?

Se você fosse uma pedrinha, se poria no caminho de alguém, ou se guardaria quietinha, dentro do sapato, só para perturbar o dono do pisante quando o infeliz dele viesse fazer uso?

Se você fosse um pregador de roupas e vivesse exposto num varal, seguraria as calcinhas da patroa ou se fixaria nas cuecas do patrão?

Se você não fosse um bobo alegre, um palhaço besta, de carteirinha, teria lido todas essas idiotices que acabei de escrever? 
Título e Texto: Carina Bratt, secretária e assessora de imprensa do jornalista e escritor Aparecido Raimundo de Souza. Do sitio “Shangri-La”, um lugar perdido no meio do nada. 13-2-2018

2 comentários:

  1. SIM TERIA.
    PENSEI QUE ALGUÉM INTELIGENTE E CULTO TIVESSE ESCRITO ALGUMA COISA PARA ACRESCENTAR EM NOSSAS VIDAS.
    SOU O TAL BOBO, ALEGRE.
    AS PESSOAS ESCREVEM O QUE PENSAM.
    FUI

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  2. Parabéns, gatinha linda. Você, a cada dia, me surpreende. Se você não fosse minha secretária, pediria você em casamento. Mas como parto daquele princípio antigo "onde se ganha a carne, não se come o dinheiro... continuo aqui, na minha humildade, aplaudindo a leveza de seus textos. Seu fã incondicional, Aparecido Raimundo de Souza, 64 anos, jornalista.

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