quarta-feira, 5 de junho de 2013

Embraer pode comprar área de manutenção da TAP

A operação concentra os negócios da antiga Varig Engenharia e Manutenção (VEM), adquirida pela TAP em 2005
Marina Gazzoni

Foto: Nacho Doce/Reuters
Embraer está negociando com o governo português a compra da TAP Manutenção e Engenharia (M&E), uma unidade brasileira que pertence à companhia aérea estatal. A informação é do jornal português Público. A operação concentra os negócios da antiga Varig Engenharia e Manutenção (VEM), adquirida pela TAP em 2005.
A Embraer não comentou a questão. Em entrevista ao jornal português Diário de Notícias, o presidente da Embraer Aviação Comercial, Paulo Souza e Silva, confirmou, ontem (4), que a empresa está estudando o negócio. "Sim, temos interesse", disse à imprensa local.
A venda da TAP em fatias é uma das alternativas que está em avaliação pelo governo português para viabilizar a privatização da empresa, disse à reportagem uma fonte próxima à companhia. A unidade de manutenção é deficitária e teria afastado interessados em adquirir a empresa. Em 2012, a TAP M&E gerou perdas de 50 milhões de euros e fez o grupo fechar com prejuízo de 42 milhões de euros.
O governo português tentou vender 100% da TAP no ano passado, mas o processo de privatização fracassou. O único interessado foi o grupo brasileiro Synergy, controlador da Avianca, mas sua proposta foi recusada.
A TAP M&E é a maior empresa de manutenção de aeronaves do Brasil e tem como clientes grandes companhias aéreas brasileiras e estrangeiras. Com 2 mil funcionários, a empresa tem um centro de manutenção em Porto Alegre e outro no Rio.
A companhia é a única da América Latina autorizada a fazer a manutenção de jatos da Embraer, além do próprio centro de manutenção da fabricante de aeronaves brasileiras, em São José dos Campos (SP).
A aquisição da unidade da TAP pela Embraer divide especialistas. Para o professor da faculdade de Ciências Aeronáuticas da PUC-RS Enio Dexheimer, o serviço de manutenção pode gerar receitas crescentes com a recuperação das vendas de jatos da Embraer.
Já o consultor Nelson Riet, ex-diretor da Varig, lembra que o negócio é deficitário e perdeu mercado no Brasil. Empresas como Gol e TAM criaram seus próprios centros de manutenção. Não teriam feito isso se a TAP tivesse investido no negócio.
A imprensa portuguesa diz que o governo está consciente de que não conseguirá valores altos pelo unidade brasileira da TAP. A intenção de Portugal é pedir à Embraer como contrapartida investimentos em fábricas de aeronaves no País.
Título e Texto: Marina Gazzoni, Exame, 05-06-2013

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