A operação concentra os negócios
da antiga Varig Engenharia e Manutenção (VEM), adquirida pela TAP em 2005
Marina Gazzoni
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Foto: Nacho Doce/Reuters |
A Embraer está
negociando com o governo português a compra da TAP Manutenção e Engenharia
(M&E), uma unidade brasileira que pertence à companhia aérea estatal. A
informação é do jornal português Público.
A operação concentra os negócios da antiga Varig Engenharia e Manutenção (VEM),
adquirida pela TAP em 2005.
A Embraer não comentou a
questão. Em entrevista ao jornal português Diário de Notícias, o presidente da
Embraer Aviação Comercial, Paulo Souza e Silva, confirmou, ontem (4), que a
empresa está estudando o negócio. "Sim,
temos interesse", disse à
imprensa local.
A venda da TAP em fatias é uma
das alternativas que está em avaliação pelo governo português para viabilizar a
privatização da empresa, disse à reportagem uma fonte próxima à companhia. A
unidade de manutenção é deficitária e teria afastado interessados em adquirir a
empresa. Em 2012, a TAP M&E gerou perdas de 50 milhões de euros e fez o
grupo fechar com prejuízo de 42 milhões de euros.
O governo português tentou
vender 100% da TAP no ano passado, mas o processo de privatização fracassou. O
único interessado foi o grupo brasileiro Synergy, controlador da Avianca, mas
sua proposta foi recusada.
A TAP M&E é a maior
empresa de manutenção de aeronaves do Brasil e tem como clientes grandes
companhias aéreas brasileiras e estrangeiras. Com 2 mil funcionários, a empresa
tem um centro de manutenção em Porto Alegre e outro no Rio.
A companhia é a única da
América Latina autorizada a fazer a manutenção de jatos da Embraer, além do
próprio centro de manutenção da fabricante de aeronaves brasileiras, em São
José dos Campos (SP).
A aquisição da unidade da TAP
pela Embraer divide especialistas. Para o professor da faculdade de Ciências
Aeronáuticas da PUC-RS Enio Dexheimer, o serviço de manutenção pode gerar receitas
crescentes com a recuperação das vendas de jatos da Embraer.
Já o consultor Nelson Riet,
ex-diretor da Varig, lembra que o negócio é deficitário e perdeu mercado no
Brasil. Empresas como Gol e TAM criaram seus próprios centros de manutenção.
Não teriam feito isso se a TAP tivesse
investido no negócio.
A imprensa portuguesa diz que
o governo está consciente de que não conseguirá valores altos pelo unidade
brasileira da TAP. A intenção de Portugal é pedir à Embraer como contrapartida
investimentos em fábricas de aeronaves no País.
Título e Texto: Marina Gazzoni, Exame,
05-06-2013
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