Argentina frustrada em seus
esforços de punir culpados por atentado terrorista iraniano em Buenos Aires
Francisco Vianna
O Irã não apenas deixou de
acatar as acusações do promotor público argentino aos iranianos envolvidos no
ataque a bombas à AMIA em Buenos Aires em 1994, como também o considerou um
‘sionista’.
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O chanceler argentino, Héctor
Timerman, com seu par iraniano ao assinar o acordo entre ambos os países para
investigar a causa da AMIA.
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A agência de notícias EFE, da Espanha, divulgou ontem
que o Promotor Público Geral da Argentina, Alberto Nisman – que investiga o
atentado terrorista que destruiu a seda da AMIA (Associación Mutual Israelita de Argentina) em Buenos Aires em 1994
matando 85 pessoas e ferindo centenas – que tinha concluído seu trabalho e
acusado formalmente o Irã de tê-lo perpetrado e de se infiltrar em vários
países da América do Sul, aproveitando-se de governantes irresponsáveis.
Teerã considerou hoje as acusações do Promotor
Público Alberto Nisman sobre o que denunciou como sendo a “infiltraçãodo Irã em vários países da América do Sul com o propósito de organizar
redes de inteligência em apoio a grupos terroristas que agem no subcontinente
com o beneplácito e financiamento de países como a Venezuela e Cuba”, por
considerá-las – e o seu autor – de "caráter sionista", informou a
agência estatal iraniana, IRNA (que controla toda a informação na ditadura
islamofascista persa). “Devido ao histórico de caráter sionista desse Promotor,
não damos nenhuma importância às suas afirmações”, disse a agência de notícias
do escritório de informação diplomática do Ministério de Assuntos Exteriores do
Irã, sem dar mais detalhes.
Todos sabem que, junto com os EUA, o principal
inimigo do regime islamofascista do Irã é o Estado de Israel e o termo
‘sionista’ (derivado do monte Sion em Israel) representa a doutrina que criou o
estado judeu, cuja existência o regime persa não reconhece e publicamente
promete a sua extinção.
Nisman destacou, em sua
acusação formal ao país islâmico que "existem fortes e concordantes
indícios de que a citada ‘infiltração e instalação de estações de inteligência’
só foi possível graças à colaboração dos governos de países como Brasil,
Paraguai, Uruguai, Chile, Colômbia, Guiana, Trinidad y Tobago e Suriname".
O Promotor do caso pediu que a INTERPOL envide todos os esforços para deter
todos os acusados do atentado da AMIA sobre os quais existem mandatos de prisão
internacionais. Os acusados são: um cidadão libanês, oito iranianos do alto
escalão do regime persa, cinco dos quais com “alerta vermelho” da INTERPOL, que
são o Ministro da Defesa do Irã, Ahamad Vahidi, o Ministro da Informação, Ali
Fallahijan, o ex-assessor governamental Moshen Rezai, o ex-adido da embaixada
iraniana em Buenos Aires, Moshen Rabbani, e o ex-diplomata Ahmad Reza Ashgari.
Além disso, sem o “alerta vermelho”, estão sendo procurados, desde 2006, o
ex-presidente iraniano Alí Akbar Rafsanjani, o ex-ministro do Exterior, Alí
Akbar Velayati, e o ex-Vice-Ministro do Exterior para Assuntos Africanos, Hadi
Soleimanpur.
Em janeiro último, a Casa
Rosada e o Irã assinaram um acordo, rejeitado e denunciado pela comunidade
judaica local e pela oposição argentina, que prevê a criação de uma comissão de
juristas para revisar as atuações judiciais em torno do atentado terrorista de
1994. Quando isso ocorreu, a presidente Cristina Kirchner passou a ser
considerada por muitos como um dos governos irresponsáveis que tentam livrar a
cara do Irã com uma medida que tende a relativizar o crime hediondo cometido
pelos dirigentes persas contra a comunidade judaica civil argentina.
O “memorando de entendimento”
assinado, foi ratificado pelo Parlamento da Argentina (que ratifica até receita de bolo enviada por Cristina) e o governo
de Teerã, e também prevê a realização de interrogatórios em Teerã aos acusados
pela destruição da AMIA.
Esses episódios mostram
claramente que o Estado persa, por seu islamofascismo fundamentalista - que
associa a autocracia socialista ao fundamentalismo islâmico -, é um dos
principais estados bandidos que agem no mundo atual e do qual qualquer governo
responsável deve manter uma distância segura.
Título e Texto: Francisco Vianna (da mídia
internacional), 05-06-2013
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