Centenas de milhares de
brasileiros protestam no país inteiro contra os governos pela falência dos
serviços públicos
Francisco Vianna
Uma expressiva parcela da
população brasileira acabou indo, ontem, finalmente para as ruas a se
manifestar no sentido de cobrar dos governos, tanto locais como regionais e
nacional, que sejam revistas as suas políticas administrativas e suas agendas
de prioridades do uso do dinheiro público ao longo de décadas de lentidão e
incompetência governamental eivadas de extensa corrupção e práticas espúrias e
inconstitucionais, principalmente depois que o PT (Partido dos Trabalhadores)
chegou ao poder.
As manifestações, que se
iniciaram na segunda-feira, ganharam magnitude ao longo da terça-feira de
ontem, não só nas maiores capitais do país, mas em muitas outras cidades.
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Manifestantes ocupam a Praça da Sé, em São Paulo num movimento que não é de todo pacífico pela ação de pequenos grupos orientados e financiados pelos partidos de esquerda radicais e do próprio PT. |
Tais manifestações, que no
total envolveram mais de 250 mil pessoas, em outros tempos seria o bastante
para, com o apoio das Forças Armadas, governantes serem destituídos e se
restabelecer a ordem institucional no país, mas que, hoje, após extenso grau de
aparelhamento do estado pelo PT e base aliada, este é um resultado que, apesar
de muito esperado pelo povo, é difícil de ser realizado.
O contraste dos investimentos
bilionários do governo para a Copa do Mundo da FIFA em 2014 e para as
Olimpíadas em 2016 no Rio de Janeiro e a situação calamitosa em que se
encontram os principais serviços públicos e a falta de infraestrutura num país
que tem uma das mais altas cargas tributárias do planeta, tem sido o motor
dessas manifestações de insatisfação social.
O aumento de vinte centavos de
real na passagem dos ônibus em São Paulo, a maior cidade da América do Sul,
serviu apenas de estopim para o extravasamento de tanta insatisfação e
indignação há décadas reprimidas pelo povo. A subida da inflação, de aumento
geral de preços e do custo de vida no país, paralelamente à farra com que os
governos fazem com os recursos tributários agravada do alto enriquecimento ilícito
evidente dos agentes públicos, acabou determinando toda a movimentação.
A presidente Dilma Rousseff,
uma ex-guerrilheira comunista e que esteve presa durante o regime militar que
governou o país de 1964 a 1985, que alegadamente a teria torturado, embora os
dados conhecidos não confirmem isso, buscou imediatamente tirar proveito
político dos protestos, apesar de o seu governo ser o alvo central das
manifestações, assim como a Prefeitura da cidade de São Paulo. Dilma chegou a
dizer que “o Brasil acordou mais forte hoje”, embora isso signifique que o
prestígio dela e de seu partido tenha amanhecido muito mais fraco.
Dilma Roussef continuou seu
discurso de capitalização dos protestos, afirmando ainda que “o tamanho enorme
dos protestos de ontem demonstra a energia da nossa democracia, a força das
vozes da rua e a civilidade de nossa população. As manifestações pacíficas são
legítimas e fazem parte da democracia e é natural que os ‘jovens’ estejam
insatisfeitos”.
O movimento inicial foi de
maioria estudantil que luta por “Passe Livre” nos ônibus e trens do metrô em
São Paulo, mas se fosse apenas isso, os protestos não teriam prosperado. De
fato, as manifestações de insatisfação logo recrudesceram levando para as ruas
um contingente cada vez maior de pessoas a reivindicar coisas muito mais
importantes do que simplesmente a anulação de um aumento de vinte centavos nas
passagens dos transportes coletivos.
O movimento de protestos hoje
no Brasil envolve espontaneamente brasileiros de todas as idades e não apenas
em São Paulo, mas em muitas cidades médias e grandes do país. Brasileiros, no
exterior, também têm feito demonstrações contra o governo de Brasília, o que
recebe a devida cobertura da grande mídia nacional. Exigem uma série de
reivindicações das quais, todavia, se destaca uma: a da melhoria importante dos
serviços públicos de saúde, educação, infraestrutura e segurança pública, que
têm sido deploráveis, apesar dos governos arrecadarem uma das maiores taxas
tributárias do mundo.
Mesmo tendo a imensa maioria
dos manifestantes vindo às ruas para protestar pacificamente, como soe
acontecer, há uma minoria militante e organizada pelos partidos de extrema-esquerda
e, em alguns lugares, pelo próprio PT associado a eles, que promovem a baderna,
o quebra-quebra, a destruição do patrimônio público e privados, mediante
invasões, e choques diretos com as forças de segurança. Tais embates têm sido
responsáveis pelos pouquíssimos casos de morte de ferimentos durante as
manifestações, tendo havido casos de violência, como os do Rio de Janeiro, por
exemplo, onde o choque de vinte policiais e dez manifestantes resultou em
diversos feridos, da mesma forma como ocorreu em Porto Alegre e Belo Horizonte.
Já as manifestações nas
cidades de Curitiba, Vitória, Fortaleza, Recife, Belém e Salvador contaram
apenas com casos esporádicos e isolados de vandalismo e violência.
A onda de protestos acontece
durante a realização da Copa das Confederações de Futebol da FIFA e quando
falta apenas um mês para que o Papa venha visitar o Brasil, um dos países mais
católicos do mundo. No ano que vem, o país sediará o Mundial de Futebol e em
2016 os Jogos Olímpicos que serão realizados no Rio de Janeiro.
Causa repugnância à maioria
dos brasileiros conscientes que haja tanto dinheiro investido em estádios de
futebol espetaculares e inúmeras obras acessórias em função dessas competições,
enquanto as escolas, os hospitais, a segurança pública, os transportes públicos
permanecem fora das prioridades governamentais, em estado de deterioração e
falência, ao mesmo tempo em que a inflação aumenta e custo de vida foge do
alcance do poder aquisitivo da maior parte da população brasileira.
Título e Texto: Francisco
Vianna, 19-06-2013
1º de julho de 2013
O Brasil vai parar!
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