João Bosco Leal
Os jovens normalmente são
muito afoitos em tudo. Quando descobrem os prazeres provocados pela carne,
então, são insaciáveis. Parece que o mundo acabará no dia seguinte e sua
necessidade de aproveitar ao máximo esses prazeres - e com o maior número
possível de pessoas -, chega a ser indescritível.
Com os anos, vão percebendo
que muito do que pensavam ser um prazer, na realidade não foi tanto assim e,
depois de ocorrido, muitas vezes pode até provocar uma série de problemas,
físicos, de saúde, psicológicos, de repulsa pelo outro ou um enorme
arrependimento por ter ocorrido.
Muitas pessoas que pensavam
ser de determinada maneira não o eram. Física, mental, cultural ou moralmente,
elas eram uma espécie de lixo humano. Mas aí tudo já havia ocorrido e só
restava o arrependimento, que muitas vezes perdurará pelo resto da vida, pois
em alguns casos elas continuarão próximas, presentes, ou ao menos conhecidas de
conhecidos.
Poderão, indefinidamente,
fazer comentários maldosos a seu respeito, dizer coisas que ocorreram e outras
que não. E só depois de passar por experiências negativas como essas, o jovem
começará a perceber que a entrega física a um parceiro ou parceira é algo muito
importante para ocorrer com qualquer um.
Os mais velhos - que já
passaram ou viram muitas pessoas passar por diversos problemas ou
constrangimentos por terem se relacionado com muitos ou com qualquer um -,
sabem que essa entrega física só deveria ocorrer com alguém que realmente valha
a pena, não só fisicamente, mas quando for uma pessoa que possua outras
qualidades como princípios éticos, moral, e dignidade.
Sem esse conjunto de
atributos, as entregas quase que certamente causarão muito mais arrependimentos
que saudades. Entretanto, quando o envolvimento e a entrega, ocorre com alguém
com essas características, percebe-se que a espera foi gratificante e que,
agora sim, a pessoa vale a pena.
Aqueles com maior idade, mas
que por um motivo ou outro acabaram se casando muito jovens e depois de
determinado tempo, por separação ou viuvez encontram-se novamente solteiros -
tenho um amigo vivenciando isso -, também passam por essa fase de "liberdade"
e, principalmente, por uma busca alucinada por novas experiências de
satisfações físicas.
Mas logo perceberão que isso
também não vale a pena, que aquele prazer físico é muito rápido, pouco
duradouro e nada construirá. Muito pelo contrário, certamente ocorrerão as
mesmas experiências negativas, de arrependimento, de asco pelas pessoas erradas
e riscos desnecessários.
Claro que todos possuem seus
defeitos, mas em sua grande maioria, eles têm origem no fato de estarem sós,
longe da pessoa que desejam. Passei mais de meio século para encontrar alguém
que, ao fim do dia, me provocasse ter vontade de voltar para casa e sempre
imaginei que quando esse encontro ocorresse, não poderia, em hipótese alguma,
ou por qualquer motivo, ser desperdiçado.
Entretanto, ao encontra-la,
por mais que eu tente, lhe explique que ela é quem busquei por toda a vida,
suas dúvidas, questionamentos e os disse-me-disse, não permitem que ela comigo
viva esse amor.
Todos viveriam muito melhor se
deixassem de lado a grande maioria das opiniões alheias, suas dúvidas e
questionamentos para, diante da pessoa que desejam, dizer: Eu cuido de você e
você cuida de mim. Não desisto de você e nem você de mim.
Entretanto, só sou normal
até ouvir tocar minha música favorita. Portanto, deixe tudo de lado e venha
dançar.
Título e Texto: João
Bosco Leal, Jornalista e
empresário, 3-10-2015
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