quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Centeno sem espinhas

Vitor Cunha
Hoje, nas redes sociais, só se fala da cabazada de demolição que o deputado Miguel Morgado administrou de forma intravenosa e acção fulminante no mais destacado dos desossados membros deste governo de matilha uivante, Mário Centeno, o Ministro das Finanças.


Centeno, cabeça de cartaz do happening cultural que consiste na destruição intelectual da politizada Academia portuguesa, a começar pelo próprio e passando por todos os estultos que apoiam o golpe do bimbo da Caras, foi escolhido como o manequim de reduzido biquini na capa do magazine de uma espécie de Cientologia a que deram o nome de “programa do PS”, isto na esperança de transmitir uma credibilidade aos patos dos contribuintes que só querem ver esta gente devidamente estuprada por um urso com SIDA. A alegada credibilidade que um esbelto capa da Caras podia almejar, não sendo particularmente cómica, é – e sempre foi – uma má anedota, tão seca como a capacidade do país para aturar o culto de hienas que insiste em rebentar com isto tudo pelo menos uma vez por década.

Não menosprezando a excelente intervenção do Miguel Morgado, que considero um dos grandes trunfos parlamentares que o PSD apresentou para esta legislatura, o mérito é, em grande parte, do próprio Centeno, capaz de afirmar peremptoriamente que o que defendia academicamente era uma receita para o desastre. Centeno brilhou, abrindo caminho para justificar a sua acção governativa, daqui a uns tempos, como “defendi a receita para o desastre”: usando esta desculpa uma vez, pode ser usada sempre. É isto que caracteriza um ser invertebrado, a capacidade da enguia de se enrolar em torno de si própria, demonstrando que, realmente, este governo não é ideológico, só tristemente patológico. 
Título, Imagem e Texto: Vitor Cunha, Blasfémias, 3-12-2015

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