Aparecido Raimundo de Souza
Concessão
de benefício
O APOSENTADO JUAREZ SOSSEGADO protocolou, em 1994, pedido de
aposentadoria, no INSS. Até hoje, quando são passados mais de vinte e três
anos, o processo que tramita num dos muitos postos existentes na grande São
Paulo, ainda não teve homologação.
Resposta: O INSS informou que após análise, os peritos
constataram que Juarez não desfruta de tempo suficiente para desfrutar do
bendito benefício. Aplicaram o enquadramento e a conversão de período, mas nem
assim foi possível conceder o pleiteado. Segundo o delegado regional, o senhor
Juarez Sossegado, atualmente com 80 anos, se durar mais vinte e três (tempo que
vem lutando com a autarquia), talvez consiga, mesmo que passe a receber,
mensalmente, depois de morto, em seu endereço, no cemitério. Para isso é
preciso que atualize, com certa urgência, seu cadastro, para que o instituto
não erre de cova e acabe pagando o benefício ao defunto errado.
Fumacê
A mecânica de máquinas Izidora Toca Sete, do Jardim dos Pernilongos,
reclama que o carro do Fumacê tem passado desligado no bairro.
“Circula fazendo barulho, mas não solta fumaça. Isso tem ocorrido com
frequência na Rua dos Sabichões, onde a incidência de mosquitos é maior”.
Resposta: A coordenadora do programa de Combate à
Dengue, Francisca da Vala Aberta, explica que: “nas bombas de UBV, dos carros
fumacê, usados no combate ao Aedes Aegypti, a fumaça é muito fina, tendo em
vista ser formada por partículas de inseticida, que não são visíveis a olho nu.
Por outro lado, se o veneno for despejado com força, acima do normal, poderá
irritar os mosquitos, o que não seria nada interessante, pois os mesmos,
sentindo-se sufocados, precisariam ser internados às pressas, nos hospitais da
rede pública. Isso, claro, geraria elevados números de protestos, pois se os
mosquitos forem parar nos prontos socorros, uma enorme multidão de criaturas
ficaria sem atendimento. Em paralelo, os médicos do SUS não conseguiriam
atender aos mosquitos e as pessoas, de uma só tacada. Por essa razão, o
inseticida é misturado ao óleo de soja, por ser mais leve que o óleo diesel
usado nos carros fumacê. Assim, neles há muita fumaça, ao contrário do que ocorre
nos fumacês do combate ao mosquito. O poder de dispersão das partículas que
saem dos carros de combate à dengue é grande, se mantêm mais tempo no ar,
alcançando o mosquito dentro de casa. Todavia, não mata, porque, se matasse,
acabaria com a dengue, e, se acabar com a dengue, a prefeitura terá que parar
os veículos, mandar os funcionários embora e gastar o dinheiro pagando
indenizações trabalhistas. Se essa tragédia vier a ocorrer, a administração, na
figura do prefeito não poderá embolsar nenhum centavo antes de findar seu
mandato”.
Processo
Elpídio Laranjão, do bairro Pé Quente, quer saber quando a Fábrica de
Linguiça “Come Bem Prá Cachorro” pagará o que deve aos seus ex-empregados.
“A empresa faliu em 1996, deixou várias famílias no prejuízo e depois
seus donos a reabilitaram com outro nome. O processo de indenização trabalhista
continua tramitando na justiça, sem solução”.
Resposta: O ouvidor do TRT, Eurico Guerrra Fria,
informa que, pelo que se verifica no andamento processual, todas as medidas para
executar a empresa, estão sendo tomadas. “Falta apenas os advogados da fábrica
de linguiça liberarem a propina que será paga ao juiz, para que o feito
continue a tramitar sem maiores inconvenientes”.
Revolta
no hospital
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos Eufrásio Frazia Nada reclama
da falta de leitos para internação no hospital das Clínicas de São Paulo.
“Meu irmão, Euclásio, tem câncer no aparelho respiratório e necessita de
internação. O problema foi detectado sexta-feira, no Ambulatório dos
desesperados, para onde foi levado após passar mal. O laudo indica canceroma de
alto grau, que precisa ser tratado com urgência”.
Resposta: A Diretoria do Departamento de Apoio
Técnico do Hospital das Clínicas, Aidê Mama nas Tetas, informa que estava acompanhando
pessoalmente o problema, mas que não gosta de fazê-lo, para evitar contágio com
esse tipo de doença.
“O paciente está internado numa enfermaria, e antes da internação, estava
com consulta marcada no ambulatório da unidade. Na consulta, ontem pela manhã,
foi detectado que, devido ao seu estado clínico, havia necessidade de
internação imediata. Como o hospital desconhecia isso, não houve como
providenciar, com antecedência, um leito. A gente esperava que o sujeito
desistisse e fosse embora, mas o cara é carne de pescoço. Contudo, diante da
gravidade do caso, o hospital está disponibilizando uma vaga para internação
imediata. Assim que tiver, o elemento será informado para imediata
transferência. Todavia, esperamos, sinceramente, que ele bata antes as botas e
volte para casa sem maiores complicações”.
Aparelho
Udislane de Nossa Senhora, do jardim das Macacas, reclama do Hospital
Infantil.
“Meu sobrinho de um ano e sete meses está passando mal, com problemas no
estômago, e o médico o encaminhou ao Infantil. Mas o hospital nega atendimento,
dizendo não ter aparelho de endoscopia nem vagas para internação”.
Resposta: O Diretor do Hospital Infantil, Ricardo
Quero Que se Foda, esclareceu que a ficha do paciente não foi encontrada, nem
nos banheiros da unidade. “Talvez, por descuido, algum médico tenha usado como
papel sanitário... no que tange a falta de equipamento, a reclamação não
procede, pois disponibilizamos de atendimento de endoscopia para urgência e
emergência, além de atender pacientes através de triagens e consultas
previamente marcadas. Com relação ao sobrinho de dona Udislane, no momento em
que ela aqui esteve o médico endoscopista estava com forte diarreia e
caganeira, e por esses motivos teve que faltar ao trabalho”.
Título e texto: Aparecido Raimundo de
Souza, jornalista. De São Paulo Capital. 6-4-2017
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3.
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