Henrique Pereira dos Santos
Tenho visto muita gente
decretar a morte política de Passos Coelho, e para a generalidade da imprensa
pelo menos desde 2013 que Passos Coelho é um cadáver político.
Uns dizem que vai perder as
eleições autárquicas e eventualmente demitir-se, abrindo as portas à renovação
da direita.
Outros acham que se arrastará
penosamente até às legislativas de 2019, que perderá fragorosamente, obrigando
à sua demissão e consequente renovação da direita.
Outros, como Nuno Garoupa,
estão sempre a demonstrar, matematicamente, que a direita ficará muito, muito
tempo na oposição, se Passos Coelho não desamparar a loja.
E se Passos Coelho estiver de
acordo com a ideia de que a direita vai ficar muito tempo na oposição e não
achar que isso seja um problema de maior?
E se Passos Coelho entender
que tem melhores políticas para o país que a atual maioria, mas serenamente
aceitar que só são aplicáveis quando as pessoas quiserem, preferindo esperar
que tenha condições para aplicar essas políticas a adaptar as políticas às
necessidades eleitorais?
E se Passos Coelho entender
que as eleições são o mero instrumento de escolha das políticas, e não um fim
sem si mesmo?
E se Passos Coelho estiver
disponível para esperar uma, duas, três legislaturas para poder ter a
legitimidade política e a força eleitoral para aplicar políticas que sabe que
serão rejeitadas no curto prazo, mas que está convencido de que são aquelas de
que o país precisa?
Eu sei a resposta a todas
estas perguntas: o partido nunca aceitará estar tanto tempo na oposição.
Só que essa resposta implica
que alguém ganhe o partido a Passos Coelho, não porque ele se foi embora, mas
porque ganhou eleições internas contra Passos Coelho.
Eu não poria dinheiro meu
nessa hipótese, se tivesse que apostar.
Título e Texto: Henrique Pereira dos Santos, Corta-fitas, 18-7-2017
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