O grande mufti e Hitler se uniam contra os
seus inimigos comuns, os judeus e os britânicos. Ainda hoje, estas duas
ideologias convergem.
Éric Brunet
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Foto: Keystone/Getty Images |
O fascismo e o islamismo já se
cruzaram na História. Recordem o grande Mufti de Jerusalém, Haj Mohammad Amin
al-Husseini (1895-1974). Esta grande autoridade da religião muçulmana não
hesitou em estabelecer uma aliança sólida e perene com Adolf Hitler. À origem,
o grande Mufti tinha os mesmos inimigos que o Führer: os judeus e os britânicos.
Desde o ano da ascensão de Hitler ao poder, os dois homens tinham começado a se
corresponder. Em 28 de novembro de 1941, Hitler convidou al-Husseini para vir a
Berlim. O chefe do IIIº Reich assumiu compromissos oficiais perante o seu
convidado: depois da sua (dele, Hitler) vitória sobre o Reino Unido e a URSS, a
Alemanha visaria a destruição dos judeus residentes na “esfera árabe sob proteção britânica” e caberia a al-Husseini
deslanchar “operações árabes que ele terá secretamente preparadas”. A transcrição
de este encontro é conhecida dos historiadores. (Aqui,em inglês).
Al-Husseini admirava também
Estaline. Coisa estranha, bem depois da guerra, os dirigentes da Autoridade
Palestina ainda admiravam o grande Mufti de Jerusalém... Em 27 de junho de
2017, em um leilão, seis fotografias mostrando o grande Mufti al-Husseini
visitando um campo na Alemanha nazista, em 1943, foram vendidas por 12 300
dólares.
Há alguns anos, o canal de TV
Arte difundiu um documentário fascinante sobre este tema: A Cruz gamada e o Turbante, a tentação nazi do grande Mufti (Turban und
Hakenkreuz, der Großmufti und die Nazis).
Como não evocar a 13ª da
Waffen-SS Handschar, composta de muçulmanos bósnios. Para justificar a criação
desta divisão, em contradição às teorias raciais du Reich, Heinrich Himmler
pretendia que os muçulmanos bósnios estavam na origem dos Godos [imagem], portanto, dos
Arianos. A propaganda alemã criou nesta ocasião o termo “germano-muçulmano”. Os
SS da divisão Handschar portavam um fez muçulmano, ornamentado de uma caveira,
tradicional emblema das SS. No colarinho da camisa, a Sieg Rune foi substituída por uma cimitarra e uma cruz gamada. Mais
de dois milhões de Reichmarcos serão destinados à campanha de recrutamento; 26
000 homens serão recrutados para esta divisão. Nenhum recrutamento forçado foi constatado,
de acordo com os arquivos militares alemães.
Em 2017, ainda existem elementos
de convergência entre o fascismo e o islamismo? Sim, responde Hamed
Abdel-Samad, livre-pensador germano-egípcio vivendo sob proteção policial, que
publica O Fascismo islâmico, pela
editora Grasset.
Sim, responde também Zineb El
Rhazoui, jornalista franco-marroquina e militante feminista ameaçada com várias
fatwas. Zineb estava de folga em 7 de
janeiro de 2015, dia em que os seus colegas de Charlie Hebdo tombaram sob as balas dos irmãos Kouachi. Ela é
atualmente uma das mulheres mais protegidas em França. Publicou Destruir o fascismo islâmico (Ring) a
fim de denunciar os islamitas, claro, mas também os “colaboracionistas” franceses. Essas boas consciências que perseguem
a islamofobia. Ela diz: “Aqueles que têm
proposições consideradas como ‘islamofóbicas’ na Europa seriam colocados em
prisões no mundo muçulmano, açoitados, agredidos ou assassinados. O último
assassinato tem menos de um mês, foi o do escritor jordaniano Nahed Hattar, que
foi morto quando se dirigia ao tribunal para responder a processo por ‘insulto’
ao islão. No mundo muçulmano, os islamitas dispõem de meios legais para calar
todos os que criticam a ideologia deles. Na Europa, eles não têm esses meios e
não podem nos meter na prisão. Eles podem ou nos matar, como fizeram com a
redação de Charlie Hebdo. Ou então,
se eles não quiserem optar pela via terrorista, o único meio que lhes sobra é o
de recorrer ao ardil semântico que é a islamofobia. Criticar a ideologia deles,
é ser racista, pois que a ideologia seria inerente à sua raça”...
Zineb tem razão: as boas
consciências que repetem exaustivamente que a islamofobia é um crime racista
são idiotas úteis ao serviço de islamitas extremistas.
Título e Texto: Éric Brunet, Valeurs Actuelles, nº 4219, de 5 a 11 de
outubro de 2017
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