José Manuel
Once upon a time... não, não vai dar certo!
De novo... era uma vez um país neste planeta, que se chamava
"Parvônia" e ficava localizado... bem, isso também não interessa. O
fato é que ele existiu e ainda restam resquícios de sua civilização aparvalhada.
Os parvoneses eram um povo incomum e jamais algo parecido foi visto sobre
o solo terrestre. Gabavam-se de ser um grande país, no sentido não só de
tamanho, que também o era, mas sim na grandeza de sua civilização. Eram os
maiores e melhores do mundo em tudo.
No futebol andaram-se perpetuando em proezas passadas, até que um certo
povo do Norte enfiou-lhe sete gols pela goela abaixo, acabando com a sua pseudo
hegemonia, que só os parvos acreditavam.
Realmente, para dizer a verdade, chegaram a fazer grandes realizações,
que duraram poucos anos em relação à sua história. Os parvoneses adoravam criar
grandes organizações, industriais, comerciais, públicas e privadas, mas,
infelizmente, não conseguiam conviver bem com isso.
Uma prova disso e ainda se podem ver desenhos nas cavernas, é que
construíram a terceira maior empresa de exploração de petróleo do mundo, e
quando ela funcionava a pleno vapor, começaram a saqueá-la nas formas mais
abomináveis possíveis, sempre em proveitos pessoais.
Criaram a quinta maior empresa de aviação do mundo, o creme de lá creme
de tecnologia aeronáutica comercial, mas derreteram-na sem dó nem piedade, pois
incomodava a eles próprios ter uma empresa de sucesso em nível internacional. E
aí preferiram entregar os seus céus aos estrangeiros espertos. Depois, não
ficou uma sequer legítima parvonesa.
Então, ao longo de sua história foram dizimando tudo que haviam feito, de
bom e bem, por sinal, deixando ao abandono e na miséria o parvo povo que
assistia a tudo, simplesmente aparvalhado e sem reagir.
Há registros escritos, falados e gravados clandestinamente, de que os
parvoneses só se sentiam bem fazendo mutretas, e a corrupção era sistêmica, não
se salvando nenhum setor, principalmente o público, que se misturava com o
privado numa simbiose jamais vista na raça humana.
Acostumados desde criancinhas a se julgarem os maiores do mundo,
conseguiram recordes mundiais, como a maior corrupção do mundo, o maior ladrão
do mundo, a maior concentração de dinheiro em um apartamento, do mundo, o maior
número de contas clandestinas no exterior, do mundo, as eleições mais fraudadas
do mundo, os políticos mais corruptos do mundo e por aí vai uma extensa
relação, maior do mundo.
Na retroengenharia social, os parvoneses também se destacaram em níveis
superlativos, tais com o pior sistema educacional do mundo, o pior sistema de
saúde do mundo, a pior seguridade social do mundo, o maior número de
desempregados do mundo, as maiores taxas de insalubridade do mundo civilizado,
as maiores áreas sem saneamento básico do mundo e mais uma extensa lista,
encontrada nas cavernas, por arqueólogos.
Era um país que certamente hoje com a globalização e o modernismo poderia
perfeitamente se chamar " Selfie Country ". Eles
construíam, eles mesmo destruíam, se roubavam mutuamente e com a maior
naturalidade como se roubar fosse a coisa mais natural do mundo.
Um dos seus ladrões mais famosos, certa vez em reunião ministerial disse
com a maior naturalidade, como se isso fizesse parte do senso comum:
"Mandem comprar as
sondas e já separem a nossa comissão". Isso está escrito por delator funcional da Parvônia que, segundo ele,
como ministro e participante oficial do saque, deixou a todos aparvalhados com
tamanha cara de pau do mandatário à época.
Felizmente para a humanidade a Parvônia entrou em extinção.
Título e Texto: José Manuel - cada vez mais intrigado como um povo
se aparvalhou desta maneira, 23-10-2017
Colunas anteriores:
Um ministro da Parvônia, cujo governo militar parvonense lhe tirou uma empresa de aviação por pura inveja, disse que na Parvônia "saía mais barato dar 10% de propina do que executar uma obra planejada"! Na Parvônia do nordeste, construíram um porto moderno onde navios de passageiros não conseguem entrar pois o projetista importado fez a obra com 50 metros de altura para a suposta passagem de navios que medem 56!
ResponderExcluirEm um grave acidente de aviação, com muitas vítimas o juiz parvonense libertou os dois pilotos culpados que estavam "testando" o avião novo no espaço aéreo da Amazônia e, confrontado pelo poderoso país dos culpados, atribuiu a culpa e puniu modestos militares controladores de voo.