O Padre Manuel da
Nóbrega, qualificado a muito justo título de “Primeiro Apóstolo do Brasil”,
nasceu em 18 de outubro de 1517 — exatamente há cinco séculos —
em Sanfins do Douro, Província de Trás-os-Montes (Portugal), e faleceu no Rio
de Janeiro em 18 de outubro de 1570, dia em que completava 53 anos.
O Brasil, em seu processo
civilizatório, muito deve ao monumental esforço do Padre Nóbrega, que
juntamente com o Padre Anchieta e outros heroicos missionários catequizaram,
civilizaram e salvaram nossos indígenas, libertando-os de seus costumes tribais
que incluíam práticas de bruxaria, canibalismo etc.
Hoje, entretanto, uma nova
corrente de missionários indigenistas procura relegar e silenciar a memória
desses gigantes da fé, e até mesmo desprezar sua fantástica epopeia.
Ao mesmo tempo, desejosos de
deitar por terra o nosso passado glorioso, esses neomissionários esquerdistas
agitam o País com arengas favoráveis ao primitivismo dos indígenas, promovendo,
por exemplo, a demarcação de suas terras para que nelas vivam como num
zoológico, distantes e sem o bafejo da civilização, inflamando-os contra os
brancos, provocando uma fratricida luta de raças e de classes.
Em memória do V centenário do
nascimento do grande Padre Manuel da Nóbrega, segue uma análise de Plinio
Corrêa de Oliveira, extraída de sua obra Tribalismo Indígena, ideal
comuno-missionário para o Brasil no século XXI, publicada em 1977.
“Quomodo obscuratum est
aurum! Como chegou a tornar-se escuro o ouro! — exclama o profeta
Jeremias (Lm. 4, 1).
Desde Nóbrega e Anchieta, a
luminosa atuação dos missionários em nosso País consistiu em evangelizar,
educar, civilizar nossos irmãos silvícolas.
Mas o ouro inestimável, ao
qual a ação missionária tradicional pode ser comparada, obscureceu-se.
Em nossos dias, uma poderosa
corrente missionária, influenciada pelo progressismo cada vez mais difundido em
nossos meios eclesiásticos, visa precisamente o contrário: proclama o estado
dos silvícolas como a própria perfeição da vida humana, opõe-se à integração do
silvícola na civilização, afirma o caráter secundário — quando não a
inutilidade — da catequese, e não poupa críticas à ação dos grandes
missionários de outrora, nem mesmo a de Nóbrega e Anchieta, os quais o Brasil
todo venera.
Do fundo de nossas selvas,
esses neomissionários lançam apelos em prol da luta de classes, que desejam ver
corroendo, até às entranhas, o Brasil civilizado.
O estudo do pensamento dessa
corrente neomissiológica é indispensável para quem queira conhecer a grande
crise da Igreja no Brasil. E compreender de que maneira essa crise tende a
contagiar o País, transformando-se, de crise da Igreja, em crise do Brasil”.
Título, Imagens e Texto: Paulo Roberto Campos, ABIM, 17-10-2017
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