segunda-feira, 6 de junho de 2011

Pedro Passos Coelho foi o único deputado que recusou receber a subvenção vitalícia da Assembleia da República

A longa marcha de Pedro Passos Coelho
Candidatou-se à Câmara da Amadora e perdeu, foi eleito à segunda líder do PSD e ontem conseguiu mais deputados que toda a esquerda.

O novo primeiro-ministro de Portugal nunca fez parte de nenhum governo, mas começou cedo na política. Era um menino sério, "um parvo", diziam os seus amigos do liceu Camilo Castelo Branco, em Vila Real, que não compreendiam por que raio de razão o Pedrocas gostava mais de falar com os amigos do pai do que com eles.

Pedro Manuel Mamede Passos Coelho nasceu em Coimbra em 24 de Julho de 1964. Os pais eram de Trás-os-Montes, família de pequenos industriais de madeira. O seu pai, António Passos Coelho, é médico pneumologista e foi dirigente do PSD em Vila Real.

Foi a política que o trouxe a Lisboa. Veio para estudar Matemática. Mas a JSD tomava-lhe todo o tempo. Foi secretário-geral aos 20 e presidente aos 26. Eleito deputado em 1991, viria a integrar a Comissão Política Nacional (CPN) do PSD de Cavaco Silva. Muitos se lembram de o jovem Pedro ter feito frente a Cavaco Silva. Um dos motivos era a política de Educação. Era então ministra, curiosamente, Manuela Ferreira Leite.

Passos Coelho teve como secretário-geral Miguel Relvas, que ainda hoje é o seu braço-direito. Mas havia outros. Como Jorge Moreira da Silva, que também foi seu secretário-geral e lhe sucedeu na liderança após três mandatos na Jota.

Um dos episódios em que Passos mostrou a sua frieza passou-se com o seu amigo Luís Nobre, hoje advogado. Manuel Dias Loureiro, braço-direito de Cavaco Silva no PSD, apresentou a Passos a lista da CPN a qual incluía apenas um representante da JSD, o próprio Pedro. Passos foi inflexível: ou Luís Nobre entrava na lista ou ele saía. A lista, que já estava pronta, foi mesmo alterada. E ninguém soube que houvera um braço-de-ferro e que este fora ganho por Passos.

A mesma discrição foi usada, muito mais tarde, quando abandonou a CPN presidida por Marques Mendes. Passos deixou de ser vice-presidente e ninguém soube os motivos pelos quais se zangara com Mendes. Manteve a lealdade até ao fim. Sem comentários.

Outro episódio que retrata bem Pedro Passos é a sua recusa de receber a subvenção vitalícia da Assembleia. Foi o único deputado que a recusou. E fê-lo por uma questão de princípio. Hoje inicia uma nova fase, sem alimentar triunfalismos.
Inês Serra Lopes, jornal "i", 06-06-2011

Clique nas imagens para acessar as matérias


 





Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.

Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.

Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-