Luciano Ayan
Acabamos de ver mais uma
polêmica grotesca causada pelo fascismo cultural, que decidiu atacar Anitta por
usar dreads nos cabelos para o carnaval. Esses são os fatos, mas as
oportunidades políticas vão muito além do caso em si. O caso é que o fascismo
cultural (ou politicamente correto) oferece uma grande brecha para detonarmos a
esquerda.
Como muitos já ouviram, os esquerdinhas
sempre nos contaram historinhas dizendo que eles “lutam pelos pobres e pela
classe trabalhadora”. Claro que isso sempre foi uma mentira, dado que a luta
esquerdista sempre foi pela aquisição de mais verbas estatais para seus líderes
a partir, é claro, do aumento do poder estatal, da estatização, do aumento de
impostos e do totalitarismo. Mas ainda assim, havia uma historinha contada. E
muita gente da direita caía no conto, dizendo “é, eu opto pela liberdade,
enquanto ele, esquerdista, opta pela igualdade”. Isto é cair feito patinho na
conversa esquerdista.
Seja lá como for, o frame
“lutamos pelos trabalhadores” tem seu efeito psicológico, mas o fascismo
cultural simplesmente abandona essas supostas lutas. Não se fala mais de
“pobres contra ricos” ou “trabalhadores contra padrões”, mas de “negros contra
brancos”, “LGBT contra heterossexuais”, “mulheres contra homens”. Sempre surgem
oportunidades para a luta contra “coisas que ofendem”. A cada oportunidade,
eles se lançam em ataque em bando contra seus alvos. Em muitos casos destroem
por completo as vidas das pessoas. Eles se deliciam com isso, pois são sádicos.
Não é o caso de Anitta, que é uma atriz rica, que dificilmente terá sua vida
destruída e capitalizará positivamente coma polêmica. Mas se ela fosse uma
atendente de supermercado, por exemplo, talvez fosse vítima de linchamento
virtual a tal ponto que dificilmente conseguiria novo emprego.
Justamente aí é que se
encontra a grande oportunidade política para destruir a esquerda a partir das
brechas dadas pelo fascismo cultural. Ao encontrar oportunidades para destruir
vidas dos outros (ou, pelo menos, tentar censurá-las ou justificar violência
contra elas), os fascistas culturais tomam como alvos pessoas que supostamente
seriam rotuladas como inimigas de suas minorias escolhidas. Claro que eles não
protegem nenhuma minoria quando Lula diz que as feministas do PT possuem grelo
duro, mas destruiriam um adversário que falasse o mesmo. Os ataques são sempre
seletivos. O detalhe é que ao fazer isso, muitas vezes eles atacam pessoas da
classe trabalhadora.
Eles lutaram para destruir
inteiramente a vida da médica Gabriela Munhoz, que nunca mais vai conseguir
trabalhar em sua profissão, ao inventarem que ela teria vazado exames da esposa
de Lula (o que ela não fez). Talvez Gabriela tenha até que mudar de país.
Lutaram para provocar o desemprego de um estagiário, Gabriel Vaz, apenas por
ter feito uma piadinha sofre feministas (e não sobre as mulheres em geral, o
que transforma acusação de “machismo” em mentira deslavada). O que estamos
vendo aqui é o seguinte: eles destroem a vida de trabalhadores quando possuem
picuinhas para destilar seu sadismo, combustível sem o qual o fascismo cultural
não pode prosperar.
Em resumo, cada instância em
que eles jogam com o fascismo cultural – e não é algo que eles vão interromper
tão cedo – é uma oportunidade perfeita para que a esquerda seja exposta ao
público como aqueles que odeiam a classe trabalhadora. A prova desse ódio está
nas diversas oportunidades que eles encontram para destruir vidas de
trabalhadores.
O fascismo cultural serve para
mostrar que a esquerda de fato odeia os pobres e a classe trabalhadora. Agora é
só expor isso ao público. É a principal razão das derrotas de Freixo e Hillary.
Mas podemos ir além e usar cada caso de linchamento público do fascismo
cultural como exemplo do ódio da esquerda pelos reais oprimidos, que são os
pobres e trabalhadores.
Título, Imagem e Texto: Luciano Ayan, Ceticismo Político, 25-3-2017
Esses fascistas estão colaborando para o mundo ficar mais chato, onde até uma marchinha de carnaval eles entendem que pode ofender alguém.
ResponderExcluirEdson