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Imagem: Robin
Bartholick/Corbis
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Rodrigo Constantino
Em Esquerda Caviar,
tentei enumerar nada menos do que vinte potenciais origens do fenômeno,
reconhecendo se tratar de algo complexo. Como pode um homem branco rico posar
de defensor dos negros pobres, das feministas e pregar o socialismo enquanto
desfruta de tudo aquilo que só o capitalismo liberal pode oferecer? Como não
notar a gritante hipocrisia?
Entre as causas, coloquei a
típica culpa da elite. Nada pior do que uma elite culpada! Normalmente
herdeiros de quem efetivamente construiu o patrimônio familiar, essa turma
mimada precisa se sentir “do bem”, útil para “causas nobres”,
expiar seus “pecados” mortais. Daí a passar à defesa de Che Guevara, das
feministas radicais e dos líderes de movimentos raciais extremistas é um pulo.
Nesse “debate” na GloboNews,
podemos ver o defensor dos “artistas” discutindo com Eduardo Wolf, e claramente
adotando o velho duplo padrão da esquerda: as causas das “minorias” gozam de um
salvo-conduto, pois temos uma “dívida histórica” com eles. A necessidade dele
em bancar o representante dessas “minorias”, no fundo defendendo as lideranças desses
movimentos coletivistas ideológicos e políticos, salta aos olhos, enquanto Wolf
aponta para a hipocrisia da turma:
Outro caso espantoso é esse texto da VIP, que um leitor me mandou hoje, de
Facundo Guerra, um argentino naturalizado paulistano e empresário da noite.
Reparem como ele precisa se “humilhar”, se “sacrificar” no altar das
feministas, pedindo desculpas por ser homem, por ser, portanto, um “machista”,
ainda que um “machista” velado, mas tão ruim quanto os que chama de bárbaros:
Falarei do meu machismo miúdo,
íntimo, que se esconde nos cantos escuros e úmidos meus, que aflora mesmo
quando tento me defender de seus ataques ardilosos, não importa quantos memes
sobre o feminismo eu tenha compartilhado em minha timeline do Facebook ou
quantos poucos livros sobre o assunto eu tenha lido.
Afinal, eu não sou machista
como os outros machistas. Sou um macho desconstruído, suficientemente
esclarecido pra não me chamar de feminista e passear com minha filha de
cavalinho em meio à marcha das mulheres, caladinho enquanto elas gritam “Meu
corpo, minha regra!”, que minha menina de 4 anos repete em tom desafiador para
orgulho de seu pai desconstruído.
Meu machismo é enrustido. Meu
machismo é de armário.
Posso me apropriar do discurso
sobre o feminismo, mas jamais deixarei de ser um machista. E isso me traz
vergonha, especialmente sendo pai de uma menina. E falar isso é machista,
diga-se de passagem.
Não há para onde correr! Ele é
feminista, cria a filhinha como uma feminista (pobre garota!), frequenta
passeatas feministas, mas ainda assim é um machista, pois é homem! E todo
homem, especialmente o homem branco ocidental, já é culpado por antecipação, é
o vilão das “minorias”, das mulheres, dos negros, ainda que seja no Ocidente
dominado pelo homem branco cristão onde mulheres e negros tenham mais liberdade
e prosperidade. Ele continua sua autoimolação:
Meu machismo não é do tipo
agressivo, virulento. Jamais tocaria uma mulher sem seu consentimento. Isso é
para animais, bárbaros. Sou humanista e demais refinado para isso. Meu machismo
é menor, mas diferentes graus de machismo não me fazem ser menos machista do
que os homens que chamo de bárbaros.
Ele é miúdo, pequeno, suave,
discreto, molinho, edulcorado, com pendor humorístico: ele vem fantasiado de um
discurso igualitário, mas redutor ou relativizador da condição da mulher em uma
sociedade extremamente paternalista.
[…]
Não se trata de consolo, eu
sei, mas confesso que sou machista. E, no fundo, isso pouco importa para uma
mulher; afinal de contas, uma mea culpa de um homem pouco mudará o perigo que
elas correm todos os dias na rua. Não é sobre nossa culpa, meu caro machista.
Por mais defesas que eu crie,
jamais deixarei de ser um machista, e isso me faz parte do problema e culpado
por tudo o que uma mulher enfrenta em seu dia a dia. De alguma forma, esse monstrinho
peludo que mora dentro de mim conseguirá superar as barreiras que erguerei para
dele me defender.
E me resta a esperança de
criar uma feminista em minha filha e não deixar que meus erros se perpetuem nas
gerações vindouras. É tudo o que eu posso esperar além do perdão de minhas
hermanas.
Não é sobre culpa? Risos.
É só sobre culpa! É uma patética tentativa de se mostrar
“superior” assumindo a “inferioridade”, de ganhar pontos com as feministas ao
confessar os “crimes”, especialmente o maior deles: ter nascido homem. Numa
sociedade “patriarcal”, claro!
A elite culpada é a origem de
inúmeros problemas, está no epicentro dessa revolução das vítimas, da marcha
das minorias, do império do oprimido. São normalmente os homens brancos
culpados, assim como algumas mulheres, que lideram ou ajudam a fomentar essas
causas “progressistas”. Ajuda na massagem do ego, e às vezes ajuda na carreira
também. Só não ajuda na busca da verdade, tampouco os próprios membros dessas
“minorias”. Esses são apenas mascotes, abstrações para esses discursos
sensacionalistas.
Eu sou homem. Sou
heterossexual. Sou branco. Sou da elite. E não devo desculpas por nada disso.
Não considero tais características como um pecado ou um crime. Certamente não
acho que devo ficar me martirizando publicamente, de forma um tanto hipócrita,
para cair nas graças das lideranças dos movimentos coletivistas que falam em
nome das minorias. Mas para agir assim é preciso um mínimo de coragem. E de
independência.
OMO está rezando de pés juntos para que o amaciante Ypê não aproveite a campanha “alternativa” que está bombando na Net
ResponderExcluirBolsonaro fez muito bem ao não cair em armadilha montada por milícias de extrema esquerda nos EUA
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