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Foto: Remax |
Casa da Torre da Lagariça, localizada na freguesia de São Cipriano, em Resende, no distrito de Viseu, serviu de inspiração a Eça de Queiroz para escrever a obra ‘A Ilustre Casa de Ramires’.
Agora, 119 anos depois da sua
publicação, a torre, a casa e o pomar estão à venda por 990 mil euros numa
conhecida imobiliária em Portugal.
De referir que a Torre da
Lagariça foi construída na primeira metade do século XII para servir de ponto
de vigia e prisão, tendo um papel importante de defesa do Douro durante a reconquista
cristã.
Só depois é que foi construído
o casario para habitação de fidalgos em torno da torre, essa “antiquíssima
Torre, quadrada e negra sobre os limoeiros do pomar que em redor crescera, com
uma pouca de hera no cunhal rachado, as fundas frestas gradeadas de ferro, as
ameias e a miradoura bem cortadas no azul de Junho”, conforme a descreve o
próprio Eça de Queiroz no livro ‘A Ilustre Casa de Ramires’.
Quanto à propriedade, a mesma
tem um total de 700 metros quadrados de área útil, com o lote a ocupar 59.999
metros quadrados. Em termos de assoalhadas são 20, das quais 10 são quartos,
estando o imóvel classificado como sendo de Interesse Público desde 1977.
A propriedade de quase seis
hectares onde está situada ‘A Ilustre Casa de Ramires’ - eternizada em romance por
Eça de Queiroz - está nas mãos da mesma família há quatro séculos e desabitada
há 10 anos.
O espaço, em São Cipriano,
Resende, distrito de Viseu, está à venda, desde a semana passada, na página da
Remax, na internet, por 990 mil euros. "Está parcialmente em ruína e a
família não tem capacidade para a recuperar.
Algumas apostas na tentativa
de financiar a reparação falharam e chegou a altura de lhe dar a nova vida que
merece", contou ao CM Miguel Cochofel, um dos proprietários.
A "quinta T10", como é descrita pela
imobiliária, integra ainda a Torre da Lagariça, que data do século XII. "É
da fundação do Condado Portucalense e servia para defender as terras",
conta Miguel - um dos cinco irmãos que, com a mãe, de 82 anos, tentam a
"passagem dolorosa" do património, que é de interesse público desde 1977.
A propriedade sempre foi
privada. Em tempos, a Câmara de Resende tentou negociar a passagem para o
domínio público, por 1,25 milhões de euros, o que nunca foi concretizado.
"Para isso acontecer, era necessário o município ter condições financeiras
e que a família mostrasse disponibilidade, o que nunca foi mostrado",
disse ao CM Garcez Trindade, atual presidente da autarquia.
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Foto: Remax |
PORMENORES
Jardim e ribeiro virgem A
propriedade inclui um jardim labiríntico, com uma ferradura a meio "para
dar sorte aos futuros donos", diz Miguel Cochofel, uma mata com uma
réplica da torre que serviu de pombal, campos de cultivo e árvores de fruto,
terminando junto ao Cabrum, um "ribeiro virgem".
Texto: Manuel Jorge Bento, Correio da Manhã, 14-1-2019
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