Caso aconteceu na Choperia 1408, que fica na esquina da Rua Siqueira Campos, com Praça Serzedelo Correia
Patricia Lima
O inferno astral de Copacabana está longe de acabar. Como se não bastassem assaltos, pancadarias, venda de drogas, prostituição e uma população de rua cada vez mais dominante e desavergonhada, agora os letreiros de estabelecimentos comerciais começam a desabar. Na noite desta sexta-feira (12), o letreiro da Choperia 1408, localizada na esquina da Rua Siqueira Campos com Praça Serzedelo Correia despencou. O incidente foi documentado e postado nas redes sociais de moradores do bairro.
Por sorte o incidente não
gerou feridos. Segundo Agora RJ, mesmo com a queda do letreiro, o
estabelecimento continuou em funcionamento por algum tempo, sendo interditado
depois. Ainda segundo veículo, que entrou em contato com a choperia, não há
informações sobre se a casa funcionará neste sábado.
Quem anda pelas ruas de Copacabana não fica surpreso com a queda do letreiro da 1408. Pelo bairro, outrora um dos mais chiques da cidade, há vários estabelecimentos comerciais com fachadas ou letreiros em péssimo estado de conservação. Sem contar a fachada de vários prédios que não passam por manutenção há anos. O cenário é de risco iminente de acidentes, que podem não afetar ninguém, mas também podem ferir ou causas vítimas fatais.
A própria Praça Serzedelo
Correia, bem localizada e arborizada, representa uma ode à desordem pública e
ao abandono. Com bancos quebrados, muitos ocupados por dorminhocos de variadas
categorias, além de moradores de rua, o espaço é sujo e maltratado. À noite, o
medo impera nos arredores da praça, que é uma das campeãs de furtos no bairro.
Infelizmente, o brilho de
Copacabana se apaga, sem que as autoridades públicas tomem providências
enérgicas para impedir o ocaso da “Princesinha do Mar” como denunciou o DIÁRIO
DO RIO na matéria “Abandonada
à própria sorte, Copacabana assiste à decadência de seus principais edifícios e
negócios privados”, na qual aborda a negligência da subprefeitura da Zona
Sul nos cuidados com o bairro, que sofre com a atuação predatória de
usuários de craque e de moradores de rua, dedicados ao furto de todo tipo de
material que possa ser convertido em dinheiro em algum ferro-velho ilegal
da Rio de Janeiro.
A matéria é uma verdadeira
resenha sobre a dilapidação do patrimônio material e simbólico do bairro, que
vê prédios comerciais tradicionais e antes disputados tendo que alugar ou
vender salas por valores bem abaixo do mercado, sem que a medida resulte em
novos inquilinos ou proprietários.
Apesar de ser o bairro
turístico mais conhecido do mundo, Copacabana sofre há anos com problemas que
vão desde a depreciação imobiliária à favelização, processo que ultrapassou os
morros do bairro para se horizontalizar nas calçadas de Copa.
Detentora de uma população
idosa numerosa, Copacabana tem oferecido muito pouco para quem trabalhou duro
para ter um pouco de segurança e comodidade ao passear pelo bairro. Muitas são
as calçadas esburacadas ou ocupadas por carros, camelôs, colchões ou
acampamentos de moradores de rua. Sair para ir ao mercado, dependendo da
região, pode representar um verdadeiro safari, onde uma fera qualquer pode
atacar para furtar pertences pessoais ou para simplesmente agredir um
transeunte gratuitamente.
De incidente em incidente, de
desordem em desordem, de crime em crime, um dos mais bairros mais charmosos do
mundo tem perdido o seu brilho e se transformado em um local violento e
decadente, apesar da beleza da sua praia.
Título e Texto: Patricia
Lima, Diário do Rio, 13-7-2024
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