sábado, 27 de julho de 2024

O grotesco em alturas de Olimpo

José Mendonça da Cruz

Em 1995, Ken Keeler, guionista da série Os Simpson, chamou aos franceses «cheese-eating surrender monkeys». E aí estão eles rendidos ao wokismo e ao politicamente correto -- ignoro mesmo se ainda comem queijo ou se o bem-estar do gado ovino tomou prioridade nos seus valores e práticas. E, rendidos, conceberam uma das mais grotescas aberturas de Jogos Olímpicos de que há memória.

Uma cerimónia com «tanto de inédito como de original», disse o comentador da RTP, antes de transformar Zizi Jeanmaire em Zizi Jeanmarie. Não querendo acompanhar essa mente sagaz em alguma outra tautologia, digo que a cerimónia variou entre o péssimo gosto e o grotesco engalanado.

Alguém achou oportuno um apontamento em que surge a cabeça de Maria Antonieta aos gritos depois de guilhotinada do corpo. 

Alguém achou inclusivo o bailado de um negro de saias que em apontamento posterior se fecha num quarto com um menino asiático.

Alguém decidiu excluir Jeanne d’Arc da celebração de uma série de «mulheres de ouro», das quais duas abortistas, uma anticolonialista e outra da Comuna de Paris, e a quem não devemos nada. Seria a mais famosa mulher francesa ofensiva para ingleses ou infiéis?

Alguém decidiu celebrar a canção francesa com o desfile cantante de uma negra vestida de dourado armada em Beyoncé, seguida de um gajo de óculos à Abrunhosa a cantar rap com a gesticulação própria dessa cultura negra americana.

Além da guilhotina, celebraram, obviamente, a liberdade, a igualdade, a fraternidade. Omitiram, evidentemente, qualquer referência a Napoleão, o maior estadista e militar francês de sempre, não só porque achava que a liberdade é cum granum salis, que da igualdade deus nos livre, e que isso da fraternidade depende, mas sobretudo porque os pequenos franceses de agora temem que pudesse ofender ingleses, holandeses, dinamarqueses, alemães, portugueses, espanhóis, austríacos, russos, italianos ou egípcios.

Alguém aprovou e se orgulha deste circo de horrores e insignificância.

Da história e da Grandeur de Luís XIV, de Napoleão e de De Gaulle, nada. Só sobrou o grotesco e o ridículo. Os franceses correm o risco de, um dia, como em Soumission, alguém os meter noutra ordem. Talvez se rendam e gostem.

E no fim da lamentável cerimônia, lá desfilámos nós no mesmo barco da Coreia do Norte, nós ou a nossa digna representação, que vai patrocinada pela Repsol.

PS. «Surrender monkeys» ou cobardes, pura e simplesmente. Em Inglaterra a manchete do Daily Mail chama-lhes «Les Miserables», entre outras coisas devido a esta «paródia» de travestis à Última Ceia: 

Título e Texto: José Mendonça da Cruz, Corta-fitas, 27-7-2024

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3 comentários:

  1. Não me surpreende o asqueroso silêncio do atual Papa, Francisco, sobre o insulto ao cristianismo exibido na apresentação dos JO 2024.

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  2. Acho que esse mingau, perdão, esse papa ou simplesmente seu chico é um tremendo bunda mole.
    Aparecido Raimundo de Souza
    de Congonhas, São Paulo (embarcando)

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  3. Le Comité Olympique retire la vidéo de la cérémonie d'ouverture dans près de 210 pays et refuse d'en donner les raisons : il y aurait comme une gêne...

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