A Fenprof (do comunista Mário Nogueira) e o ministro da Educação, Nuno Crato, estão num braço de ferro devido à greve dos professores marcada para o dia do exame nacional de português. Em causa está a aplicação da mobilidade especial aos professores e o aumento das 35 para as 40 horas de trabalho semanais.
No que toca à greve, há um
fenómeno que o cidadão comum já deve ter reparado. Esta é uma forma de
contestação social utilizada em sectores muito específicos: nos Transportes, na
Saúde e na Educação. Pontos sensíveis para os cidadãos e que os sindicatos tomaram
de assalto, em nome, dizem-nos, de direitos sociais que, bem analisados, são
superiores aos auferidos pela maioria dos portugueses.
É considerando este facto que
os sindicatos têm sido acusados de proteger mais regalias e privilégios, que os
direitos, inerentes à dignidade humana, dos trabalhadores. São muitos os
desempregados neste País, cidadãos sem qualquer protecção social, a quem os
sindicatos pouco ligam. Os sindicatos, além do problema democrático que os
atinge, aburguesaram-se e quando falam de direitos adquiridos, mais não se
referem que a interesses instalados que prejudicam os que ficaram de fora.
A greve dos professores, prevista para o dia de um exame, é mais uma prova disso mesmo: uma greve para que os professores trabalhem menos que o resto da população e que prejudica essencialmente os alunos; aqueles que não têm meios para se defenderem dos seus efeitos nefastos.
A greve dos professores, prevista para o dia de um exame, é mais uma prova disso mesmo: uma greve para que os professores trabalhem menos que o resto da população e que prejudica essencialmente os alunos; aqueles que não têm meios para se defenderem dos seus efeitos nefastos.
Nuno Crato tem de vencer esta
guerra. Nela está em causa, não só a sua manutenção no Governo, mas a razão de
ser deste. O que o ministério pretende é indispensável para a viabilidade do
sistema educativo e enquadra-se na missão do Governo que é a exequibilidade do
Estado Social no seu todo. Se perder agora, o Governo perde tudo. Por isso, os
sindicatos fazem finca-pé. Por isso, o Governo não pode ceder. O bem-estar de
um País passa por contas públicas ordenadas, mas também por sindicatos
responsáveis, democráticos e legítimos.
Título e Texto: André Abrantes Amaral, Advogado, Diário Económico, 11-06-2013
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