sexta-feira, 7 de junho de 2013

Reféns

João Pereira Coutinho

Cresci numa casa de professores. Duvido que qualquer um deles fizesse greve aos exames nacionais.
Porque eram militantes dos partidos do governo? Longe disso: nunca militaram em nada, excepto no único partido que interessava. O partido dos alunos. E saber que os alunos seriam duramente atingidos por uma greve nesta fase, que põe em causa o normal acesso ao ensino superior, seria uma traição à vocação académica.
O que não significa que os professores não tenham razões de queixa. A maior delas é a forma como sucessivos governos os reduziram a meros burocratas sem alma. Mas da mesma forma que os professores não são burocratas, os alunos candidatos à universidade não são como os utentes da carris que, em dia de paralisação, têm de optar pela bicicleta ou pelo táxi.
Permitir que os alunos sejam usados pelos sindicatos como reféns para a guerrilha política é uma vergonha para a classe.
Título e Texto: João Pereira Coutinho, Correio da Manhã, 07-06-2013

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