Luciano Henrique
Lá vamos nós de novo, sempre
avisando, sempre alertando, sempre pontuando… Quem sabe um dia a direita
consiga compreender o quanto é importante pressionar deputados para acabar com
o uso de verbas estatais de forma desproporcional para blogs estatais, não é? A
esperança é a última que morre.
Mas enquanto a direita não
elenca esta questão como uma de suas mais prioritárias, que tal ver este trecho
de um texto de Paulo Nogueira? Leia e vejam se há algum exagero no que falo sobre a BLOSTA:
Um traço essencial do caráter
das pessoas de extrema-direita é a desumanidade, o ódio torrencial, a falta de
compaixão, solidariedade e outras coisas que conectam os seres
humanos. Detestam imigrantes. Detestam pobres. Detestam negros. Detestam
homossexuais e demais minorias. São incapazes de se comover com o
sofrimento de uma criança miserável. Preferem vê-la morta. Petra é deste
grupo.
Ela guarda uma notável
semelhança física com uma alma gêmea sua, o norueguês Anders Breivik, o
ultradireitista que matou mais de 70 jovens em nome do combate à expansão dos
muçulmanos. O mesmo semblante, a mesma frieza, o mesmo ar de pretensa
superioridade racial. No Brasil, essa escória moral está por trás de grupos
que vestem verde e amarelo e vão para as ruas pedir a volta da
ditadura. Nas redes sociais, eles disseminam seu ódio patológico, cego e
obtuso. Um de seus alvos frequentes são os nordestinos, para eles uma subraça,
assim como os refugiados para Petra.
Há um mentor por trás da
extrema-direita brasileira, o pseudofilósofo Olavo de Carvalho, que é a própria
personificação do ódio. Ele arregimentou seguidores que espalham sua
pregação raivosa, intolerante e primitiva. Entre eles está uma espécie de
duplo de Petra, Rachel Sheherazade. Sheherazade virou um caso nacional
quando defendeu os linchadores de um garoto que tem todos os defeitos para
gente que pensa como ela: pobre e negro.
Até o governo federal, tão
leniente quando se trata de encher de dinheiro empresas de mídia que sabotam a
democracia, ficou passado. Para não perder o Anualão de 150 milhões de
reais de verbas publicitárias do governo, Silvio Santos colocou-a na geladeira.
Transformou-a numa locutora, à espera, com certeza, de que o PT saia do poder
para devolvê-la à condição de comentarista. Petra faria o mesmo que
Sheherazade, caso fosse brasileira.
Se estivesse filmando o menino
justiçado que trouxe notoriedade a Sheherazade, daria os mesmos pontapés que
deu em refugiados em situação extrema, incluídas crianças. Parecia que o
Brasil estava livre da praga da extrema-direita inumana. Mas não. Ela
está aí, com todo o catálogo de abominações típicas dos nazistas. E o pior
é que, por razões oportunísticas e sórdidas, os senhores do ódio recebem no Brasil
o estímulo da oposição e, claro, da imprensa. Basta ver o número de
ultradireitistas com posições privilegiadas nas corporações de
mídia. Sheherazade, nossa Petra, é um caso que está longe de ser único.
Ah, é claro: é sempre bom
lembrar, certo? Veja a imagem abaixo dos anúncios da Petrobrás:
É para isto que serve verba
estatal desproporcional de anúncios na Internet.
Agora resta-nos entender o
fenômeno que faz com que este tipo de afronta não se transforme em uma polêmica
de fazer empalidecer os protestos febris contra a nomeação de Luis Fachin para
o STF. Que “espírito ruim” faz com que os republicanos não entendam o quanto
isto é grave? Se os deputados são pressionados em tantas questões, por que não
são por esta?
Decifrar este mistério é um de
nossos desafios. Espero que este exemplo trazido hoje tire os republicanos do
mais inexplicável caso de torpor político da história recente: a falta absoluta
de indignação diante da manutenção das verbas estatais desproporcionais para a
BLOSTA.
Título, Imagens e Texto: Luciano Henrique, Ceticismo Político, 12-9-2015
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