sábado, 12 de setembro de 2015

BLOSTA compara manifestantes anti-PT a agressores de imigrantes. E agora? Fica por isso mesmo?

Luciano Henrique


Lá vamos nós de novo, sempre avisando, sempre alertando, sempre pontuando… Quem sabe um dia a direita consiga compreender o quanto é importante pressionar deputados para acabar com o uso de verbas estatais de forma desproporcional para blogs estatais, não é? A esperança é a última que morre.

Mas enquanto a direita não elenca esta questão como uma de suas mais prioritárias, que tal ver este trecho de um texto de Paulo Nogueira? Leia e vejam se há algum exagero no que falo sobre a BLOSTA:

Um traço essencial do caráter das pessoas de extrema-direita é a desumanidade, o ódio torrencial, a falta de compaixão, solidariedade e outras coisas que conectam os seres humanos. Detestam imigrantes. Detestam pobres. Detestam negros. Detestam homossexuais e demais minorias. São incapazes de se comover com o sofrimento de uma criança miserável. Preferem vê-la morta. Petra é deste grupo.

Ela guarda uma notável semelhança física com uma alma gêmea sua, o norueguês Anders Breivik, o ultradireitista que matou mais de 70 jovens em nome do combate à expansão dos muçulmanos. O mesmo semblante, a mesma frieza, o mesmo ar de pretensa superioridade racial. No Brasil, essa escória moral está por trás de grupos que vestem verde e amarelo e vão para as ruas pedir a volta da ditadura. Nas redes sociais, eles disseminam seu ódio patológico, cego e obtuso. Um de seus alvos frequentes são os nordestinos, para eles uma subraça, assim como os refugiados para Petra.

Há um mentor por trás da extrema-direita brasileira, o pseudofilósofo Olavo de Carvalho, que é a própria personificação do ódio.  Ele arregimentou seguidores que espalham sua pregação raivosa, intolerante e primitiva. Entre eles está uma espécie de duplo de Petra, Rachel Sheherazade. Sheherazade virou um caso nacional quando defendeu os linchadores de um garoto que tem todos os defeitos para gente que pensa como ela: pobre e negro.

Até o governo federal, tão leniente quando se trata de encher de dinheiro empresas de mídia que sabotam a democracia, ficou passado. Para não perder o Anualão de 150 milhões de reais de verbas publicitárias do governo, Silvio Santos colocou-a na geladeira. Transformou-a numa locutora, à espera, com certeza, de que o PT saia do poder para devolvê-la à condição de comentarista. Petra faria o mesmo que Sheherazade, caso fosse brasileira.

Se estivesse filmando o menino justiçado que trouxe notoriedade a Sheherazade, daria os mesmos pontapés que deu em refugiados em situação extrema, incluídas crianças. Parecia que o Brasil estava livre da praga da extrema-direita inumana. Mas não. Ela está aí, com todo o catálogo de abominações típicas dos nazistas. E o pior é que, por razões oportunísticas e sórdidas, os senhores do ódio recebem no Brasil o estímulo da oposição e, claro, da imprensa. Basta ver o número de ultradireitistas com posições privilegiadas nas corporações de mídia. Sheherazade, nossa Petra, é um caso que está longe de ser único.

Ah, é claro: é sempre bom lembrar, certo? Veja a imagem abaixo dos anúncios da Petrobrás:




É para isto que serve verba estatal desproporcional de anúncios na Internet.

Agora resta-nos entender o fenômeno que faz com que este tipo de afronta não se transforme em uma polêmica de fazer empalidecer os protestos febris contra a nomeação de Luis Fachin para o STF. Que “espírito ruim” faz com que os republicanos não entendam o quanto isto é grave? Se os deputados são pressionados em tantas questões, por que não são por esta?

Decifrar este mistério é um de nossos desafios. Espero que este exemplo trazido hoje tire os republicanos do mais inexplicável caso de torpor político da história recente: a falta absoluta de indignação diante da manutenção das verbas estatais desproporcionais para a BLOSTA.
Título, Imagens e Texto: Luciano Henrique, Ceticismo Político, 12-9-2015

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