quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Cenas nos dias atuais no Rio de Janeiro

“You're doing very well, but I think you have to stop. Don't push your luck”
Não abuse da sorte

Carlos Lira

Tenho um amigo norte-americano que é apaixonado pelo Brasil, pelo Rio de Janeiro, em particular. Reside em Copacabana, desenvolveu um trabalho que exigiu muito esforço e dedicação. Acredito que “iria” dar certo se o país não atravessasse esta crise de final imprevisível. Mesmo assim, ele está confiante já que é adepto do controle da mente através da ioga e da autoajuda.

Realmente, controlar a mente em momento de paz ou em momento de guerra é uma prática salutar. Independente das energias negativas que rondam o mundo, existem energias positivas também. Independente da situação política do país, nós, os seres pensantes, precisamos “vigiar e orar para não cairmos em tentação”. A tentação referida na advertência é exatamente procurarmos nos defender do mal que se avizinha em torno da vida de cada um de nós. Sucumbir à tentação é decretar a nossa própria destruição através de dissabores, sofrimentos, doenças e mortes. A oração é uma arma poderosa de defesa, a prudência é evitar que algo de mal se nos acometa.

Este meu amigo, feliz da vida que leva na “cidade maravilhosa”, feliz leva e se deixa levar nas ondas benfazejas dos mares poluídos de Ipanema, Copacabana ou Leblon; deixa-se embalar no canto da sereia em uma cidade violenta, inebriado está pelo calor de um pardacento verão sem viço e fora de época...

Claro está que para nós, brasileiros, a violência grassa de norte a sul, leste oeste, deste país brasileiro de nascença mas destinado à vermelhidão de uma violenta facção que nos maltrata, nos ameaça e nos domina, e nos amordaça de várias formas, somos maltratados em qualquer cidade ou região. Mas somos brasileiros...

Este meu amigo tem opção de ida ou vinda, mais aconselhável a saída, apesar de tanto amar o nosso rincão. 

Este meu amigo “gringo” neste sábado pedalava a sua bicicleta pela rua Siqueira Campos – Copacabana, quase próximo ao túnel velho que liga ao Bairro de Botafogo, sob a favela Ladeira do Tabajara. Da vida feliz este amigo estava, afinal o seu trabalho está rendendo fruto, fruto do labor, da luta e da esperança. Feito criança, ele pedalava pelo asfalto da avenida...


De repente, uma moto ultrapassa a sua bicicleta, dois rapazes saltam da moto, deixando-a deslizar pelo asfalto e ensaiam uma fuga espetacular, qualidade de bandidos que se prezam neste empreendimento de assaltar. Um deles consegue escalar a escadaria que vai dar no alto da favela. O outro, caído no chão, não consegue fugir. O carro da polícia para em frente deste meu amigo! Meu Deus!

A polícia vai prender o bandido, este reage utilizando um “cano longo”! Começa o tiroteio entre policiais e bandido! Balas que se cruzam em torno deste meu pobre amigo! Ele ficou inerte, de repente, ele precisou URGENTEMENTE utilizar o poder da mente através da IOGA! O bandido atirava, se movimentava em torno do gringo, defendendo-se das balas “inimigas” dos policiais! Finalmente, o celerado bandido consegue se safar, sobe a escada, a polícia corre atrás...

O desfecho ninguém sabe, ninguém viu!

Respirando fundo, meu amigo sobe na bicicleta e, desalentado exclamou:
- As balas furaram os dois pneus da bicicleta!

Lépido e fagueiro, ele narra esta aventura como um simples acaso, uma aventura do dia a dia em uma cidade grande!


Fiquei preocupado, ele está consciente do que está acontecendo no Brasil, é sua opção ficar, está enamorado deste Rio de Janeiro que muito amo também! Que Deus o proteja e o defenda de outras experiências funestas. Uma delas pode ser fatal...
Título e Texto: Carlos Lira, 8-9-2015


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