“You're doing very well, but I
think you have to stop. Don't push your luck”
Não abuse da sorte
Carlos Lira
Tenho um amigo norte-americano
que é apaixonado pelo Brasil, pelo Rio de Janeiro, em particular. Reside em
Copacabana, desenvolveu um trabalho que exigiu muito esforço e dedicação.
Acredito que “iria” dar certo se o país não atravessasse esta crise de final
imprevisível. Mesmo assim, ele está confiante já que é adepto do controle da
mente através da ioga e da autoajuda.
Realmente, controlar a mente
em momento de paz ou em momento de guerra é uma prática salutar. Independente
das energias negativas que rondam o mundo, existem energias positivas também.
Independente da situação política do país, nós, os seres pensantes, precisamos
“vigiar e orar para não cairmos em tentação”. A tentação referida na
advertência é exatamente procurarmos nos defender do mal que se avizinha em
torno da vida de cada um de nós. Sucumbir à tentação é decretar a nossa própria
destruição através de dissabores, sofrimentos, doenças e mortes. A oração é uma
arma poderosa de defesa, a prudência é evitar que algo de mal se nos acometa.
Este meu amigo, feliz da vida
que leva na “cidade maravilhosa”, feliz leva e se deixa levar nas ondas
benfazejas dos mares poluídos de Ipanema, Copacabana ou Leblon; deixa-se
embalar no canto da sereia em uma cidade violenta, inebriado está pelo calor de
um pardacento verão sem viço e fora de época...
Claro está que para nós,
brasileiros, a violência grassa de norte a sul, leste oeste, deste país brasileiro
de nascença mas destinado à vermelhidão de uma violenta facção que nos
maltrata, nos ameaça e nos domina, e nos amordaça de várias formas, somos
maltratados em qualquer cidade ou região. Mas somos brasileiros...
Este meu amigo tem opção de ida
ou vinda, mais aconselhável a saída, apesar de tanto amar o nosso rincão.
Este meu amigo “gringo” neste
sábado pedalava a sua bicicleta pela rua Siqueira Campos – Copacabana, quase
próximo ao túnel velho que liga ao Bairro de Botafogo, sob a favela Ladeira do
Tabajara. Da vida feliz este amigo estava, afinal o seu trabalho está rendendo
fruto, fruto do labor, da luta e da esperança. Feito criança, ele pedalava pelo
asfalto da avenida...
De repente, uma moto
ultrapassa a sua bicicleta, dois rapazes saltam da moto, deixando-a deslizar
pelo asfalto e ensaiam uma fuga espetacular, qualidade de bandidos que se
prezam neste empreendimento de assaltar. Um deles consegue escalar a escadaria
que vai dar no alto da favela. O outro, caído no chão, não consegue fugir. O
carro da polícia para em frente deste meu amigo! Meu Deus!
A polícia vai prender o
bandido, este reage utilizando um “cano longo”! Começa o tiroteio entre
policiais e bandido! Balas que se cruzam em torno deste meu pobre amigo! Ele
ficou inerte, de repente, ele precisou URGENTEMENTE utilizar o poder da mente através
da IOGA! O bandido atirava, se movimentava em torno do gringo, defendendo-se
das balas “inimigas” dos policiais! Finalmente, o celerado bandido consegue se
safar, sobe a escada, a polícia corre atrás...
O desfecho ninguém sabe,
ninguém viu!
Respirando fundo, meu amigo
sobe na bicicleta e, desalentado exclamou:
- As balas furaram os dois
pneus da bicicleta!
Lépido e fagueiro, ele narra
esta aventura como um simples acaso, uma aventura do dia a dia em uma cidade
grande!
Fiquei preocupado, ele está
consciente do que está acontecendo no Brasil, é sua opção ficar, está enamorado
deste Rio de Janeiro que muito amo também! Que Deus o proteja e o defenda de
outras experiências funestas. Uma delas pode ser fatal...
Título e Texto: Carlos Lira, 8-9-2015
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