O guru dos invejosos derruba
qualquer máscara de moderação
Rodrigo Constantino
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Foto: Folha de S. Paulo |
Thomas Piketty [foto] virou celebridade na esquerda mundial. Passou a ter o
livro mais vendido – e menos lido – da área econômica. O motivo? Uma nova
embalagem para o marxismo que, por sua vez, mascara a inveja mesquinha das
pessoas que não suportam o sucesso alheio. Claro, tudo vinha disfarçado de
muitas estatísticas (e falácias), mas ninguém precisava ler o livro para
idolatrar o economista francês – e sua mensagem: vamos taxar mais ainda os mais
ricos! Vamos confiscar até 80% do que ganham!
A luta contra a desigualdade é mesmo uma pretensão e tanto para avançar
sobre o patrimônio dos outros, ainda que tenham conquistado tudo de forma
legítima, por meio de trocas voluntárias no livre mercado. A situação absoluta
dos mais pobres não é o que interessa a essa turma, e sim a riqueza relativa,
como se a economia fosse estática, um jogo de soma zero, um bolo a ser dividido
de forma mais igualitária. Por que ler o calhamaço se é só a conclusão que
importa?
Após ser massacrado por várias críticas, Piketty passou a ser defendido
pelos “moderados”. Ah, sempre esses “moderados”, aqueles que procuram ver o
outro lado de Lenin, Fidel Castro, Chávez, enquanto demonizam Reagan, Thatcher
etc. Piketty passava a ser, então, um economista “moderado”, bem diferente de
Marx, alegavam seus defensores. “Você não leu o livro para dizer que ele é um
neomarxista”, alegavam seus seguidores.
“Ele até defende o capitalismo, só que quer mudanças, reformas, uma cara
mais humana, igualitária”, diziam. Ora, Marx também “defendeu” o capitalismo, e
isso nunca o impediu de ser seu maior detrator e inimigo. Esse papo de
“reformar” o capitalismo e lhe dar um “rosto mais humano” é papo para boi
dormir, é disfarce de quem odeia o capitalismo liberal com seus resultados
inexoravelmente desiguais, já que os seres humanos são, felizmente, desiguais
em habilidades, desejos, capacidades, méritos etc.
Eis que agora a máscara da moderação de Piketty caiu totalmente, foi por
água abaixo. O homem será assessor de ninguém menos do que o Podemos, o partido
de ultra-esquerda espanhol. Ele será parte de um comitê internacional que vai
assessorar o espanhol Pablo Iglesias, e ajudará a elaborar um “plano integral
de luta contra as desigualdades”. “Precisamos de novas forças políticas para
mudar a Europa”, disse Piketty, durante o anúncio da parceria com o partido
nesta segunda.
Não custa lembrar que o Podemos, além do seu radicalismo socialista, já
foi até acusado de envolvimento em tráfico de drogas com a Venezuela
bolivariana. A ligação da extrema-esquerda latino-americana com o comércio
ilegal de drogas é velha e conhecida, e tinha Cuba como um “hub” para escoar a
mercadoria, sob o controle direto do regime ditatorial. Faz até sentido: já que
o próprio socialismo é uma droga mesmo, por que não expandir o mercado e
incluir outras drogas pesadas, como a cocaína?
Mas divago. O fato importante aqui é a aliança entre o “moderado”
economista francês e o radical partido socialista espanhol, o que derruba de
uma vez a máscara daquele que defende um absurdo, ineficiente e imoral aumento
de imposto sobre os “ricos”. Alguém que prega 80% de taxação só pode ser um
tarado pelo estado, uma pessoa que detesta os (outros) ricos mais do que ama os
pobres. A parceria com o Podemos apenas explicita algo que qualquer pessoa
razoável já sabia. Mas dificulta a retórica dos “moderados”…
Título e Texto: Rodrigo Constantino, veja,
8-9-2015
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