Aparecido Raimundo de Souza
“A vida é um ofício difícil de ser vivido, todavia, fácil demais para
quem completou todas as etapas de aprendizado que ela nos ofereceu sem ter
faltado um dia sequer”.
Carina Bratt
DANDO
SEQUÊNCIA À SÉRIE “O que é a vida?” falemos, agora, da árvore da vida, do caminho da
vida, do manancial da vida, do livro da vida e do país da vida. Naturalmente,
como já vimos nos textos anteriores, esta vida dada, ou doada por misericórdia
de Deus não pode ser outra, senão a vida sedimentada na prosperidade, na
felicidade e na paz, incluindo a longa duração por ela propiciada.
No antigo Israel, visto que a morte era a descida à
morada das sombras perpétuas e distanciadas de Deus, se considerava a benção
suprema um prolongamento dos dias do homem sobre a Terra, antes de se juntar a
seus entes já partidos para além-túmulo.
Alguns escritos do Velho Testamento parecem
indicar, entretanto, em termos vagos e misteriosos, que o fiel (aquele que não
se desvia da retidão nem por reza braba) poderia conhecer uma vida perene,
inacabável ou ininterrupta junto ao Pai Maior. Vamos conferir isto em (Sl
16.10-11; 73.22-28 e Jó 19.25-26).
Todavia, se constituem uma exceção nos livros do
Velho Testamento. Costumeiramente neles se encontra a crença de que o homem
recebe, no decurso de seus dias aqui vividos, a sua retribuição por parte do
Altíssimo, e que precisamente uma carreira longa é a condecoração ou ainda a
bonificação aos bens talhados e os justos de espírito.
Porém, a passagem violenta para o mundo dos
falecidos, ou o final prematuro (aquele não esperado) de um certo ou de um
justo, parecia colocar em xeque, ou em dúvida, a justiça do Senhor e
apresentava um problema doloroso para a fé inabalável dos imbuídos de corpo e
alma nos evangelhos. Voltando ao livro de Jó observamos que é disto testemunha
comovedora, e a resposta a tal quesito aparece apenas desordenadamente
atrapalhada.
Precisas e duras, duras e precisas serão as
experiências de perseguição, de morte brutal dos mais fiéis, sob a opressão dos
impérios pagãos (gregos e romanos) para que nasça nos entes de luz uma
esperança, qual seja a de uma ressurreição dos mortos no final dos tempos, e do
julgamento do Altíssimo condenando uns e outorgando a outros, a felicidade da
vida eterna no reino santo do Soberano Maior.
Por falar em Soberano Maior, devemos lembrar que a
vida suprema e perfeita, sem máculas, será uma imortalidade do ser espiritual,
posto que todo vivente passa impreterivelmente pelos caminhos da morte.
Trata-se de uma nova via um novo carreiro a partir da ressurreição no
derradeiro dia, até os confins da eternidade. A palavra vida nas traduções do
Novo Testamento corresponde a um dos três termos gregos: “zoê”, “psychê” e
“bios”.
O primeiro é bem mais usado. O segundo, menos
frequente. Significa exatamente alma. Da mesma forma que o hebreu “néphesch”
designa o alento da vida, ou o princípio da vida e, por conseguinte, o ser
vivente, especialmente o ser humano. O terceiro, que é ainda menos comum, se
aplica distintamente à vida considerada em suas modalidades, dito de outra
maneira, nas circunstâncias das quais decorrem ou nos recursos necessários para
a sua total e dura manutenção.
Se a noção que temos da vida no Velho Testamento
(ou que se tem visto por uma ótica paralela), se encerra geralmente nos limites
deste mundo. O mesmo não acontece no Novo Testamento. A ressurreição de Jesus,
por um lado, o dom do Espírito Santo por outro, renovam profundamente esta
noção, dilatando as fronteiras deste conceito. Isto não obstacula os autores do
Novo Testamento de falarem da vida tal como a conhecem na experiência comum.
A ideia da vida se associa se relaciona, se
arregimenta, assim, à de agitação, energia, peleja, dinamismo. Em outras
palavras, movimento. Vivente é aquele que é dotado de força e eficácia. A vida
é passageira confinada a um lapso de tempo indeterminado, sendo a morte, seu
término ou a consumação definitiva e sem volta.
Não podemos viver realmente se não tivermos, ou se
não desfrutarmos de uma boa saúde, um estado pleno de excelência. A vida (como
dissemos em outros textos deste trabalho) é o maior dos bens. O homem pode
dispor livremente dele e viver a seu bel prazer.
Consultem por exemplo (Lc 15.13; Cl 3.7 e 2Tm
3.12). Até aqui estamos conversados? OK. Fechamos então nosso pensamento sobre
“O que é a vida?” observando que seria bom, aliás, ótimo, que ele, o homem,
vivesse em paz consigo mesmo e, sobretudo... sobretudo com o Pai Maior, Deus.
PS: Em nosso próximo encontro, que se dará dia 18
de janeiro, sexta-feira, encerraremos a nossa conversa sobre “O que é a vida?”
falando um pouquinho do “Dia do Senhor”. Até.
Título e Texto: Aparecido Raimundo de Souza, jornalista. De São Paulo, Capital.
15-1-2019
Colunas anteriores:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-