domingo, 6 de junho de 2010

Dr. Jack, o médico-cachorro

Cão ajuda na recuperação de pacientes da Clínica Mayo, nos Estados Unidos
Natasha Madov, iG São Paulo | 06/06/2010 16h39

Dos 50.000 funcionários da Clínica Mayo, em Rochester, Minnesota, o Dr. Jack é um dos mais populares. Sua ronda de visitas, de oito a dez por dia, é uma das mais aguardadas do hospital, dos sorrisos que arranca de pacientes, visitantes e equipe. Mas Jack não é exatamente um médico simpático ou um enfermeiro brincalhão, e sim um pinscher miniatura de nove anos, que ajuda na reabilitação e socialização dos doentes do hospital.A clínica resolveu aplicar na prática estudos que mostram que o contato com animais no ambiente hospitalar diminui dor em crianças, melhora o estado de pacientes cardíacos e diminui a medicação em idosos, e Jack já ajudou na recuperação de duas mil pessoas (quatro brasileiros, entre eles), de idades que variam dos 11 meses aos 92 anos, desde que começou a trabalhar na Mayo, há sete anos. Como havia sido treinado desde filhote para ser um cão de serviço, Jack logo foi incorporado à equipe de fisioterapeutas da instituição.“Jack trabalha com pacientes em atividades físicas, terapia da fala e recuperação de memória, além de diminuir o stress dos pacientes e da equipe médica,” explicou ao iG sua dona, Marcia Fritzmeier, terapeuta da clínica.“Jack faz suas visitas por encaminhamento dos médicos, que definem metas para que ele trabalhe com os pacientes durante a recuperação”.

Ajudando crianças 
O envolvimento emocional dos pacientes com o cãozinho é um fator de cura, segundo Marcia. Um exemplo, conta, foi o de uma menina de cinco anos que sofria de dores nas pernas após uma cirurgia. “Era muito doloroso para ela andar, ela chorava a maior parte do tempo. Na fisioterapia, Jack ficava em pé na frente dela e a cada passo, ele a encorajava a ir mais longe. Ela se divertia tanto que parava de chorar e sorria. Em outro momento, quando teve problemas com o andador, Jack ficou ao seu lado, e ela ia contando os passos que ambos davam. Um momento ela parou e disse a ele: ‘Jack, eu sei que é difícil, mas nós vamos conseguir’”.
Outro caso foi o de um menininho de seis anos com tumor cerebral. Após uma cirurgia, ele não respondia a nenhum pedido da equipe médica, mas interagia com o cãozinho. “Ele tocava Jack e o seguia com os olhos, e continuou a vê-lo durante vários meses. Mesmo sem conseguir falar, ele sorria quando Jack respondia a seus sinais. Jack o incentiva a tomar seus remédios, e era o único que o menino queria ver durante a quimioterapia. Ao ir embora do hospital, sinalizou um ‘obrigado’ e disse a Jack que o amava. Não poderíamos receber um melhor presente que esse,” descreveu a terapeuta ao iG.
O sucesso gerou um livro infantil, “Dr. Jack the Helping Dog” (Dr. Jack o Cão Ajudante), distribuído nas sedes da Mayo nos Estados Unidos. O livro conta a história de Jack, traz fotos e depoimentos de pacientes e um ensaio do oncologista Edward Creagan sobre o poder de cura de animais de estimação. Por enquanto, Jack é o único cachorro-terapeuta da Mayo. A clínica estuda ampliar o serviço com mais cães, mas para isso, depende de financiamento para desenvolver um programa mais amplo.
Dr.Jack, o médico-cachorro

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