Alberto de Freitas
Nunca assisti a qualquer
espetáculo que inclua o sofrimento de animais. Considerar a tourada um
divertimento, com o argumento que o toureiro também corre riscos, excluindo o
facto de se tratar de dois seres vivos, lembra-me outros desportos possíveis,
como correr aos zig-zag numa autoestrada.
No entanto, reconheço que
infligimos sofrimento aos animais, por questão de nossa sobrevivência. Não
querendo entrar nessa discussão por incapacidade para tal, fico-me pelos ovos.
A UE, por força dos lóbis de defesa dos animais, decidiu-se por “arejadas”
condições nos aviários. E como tudo o que é politicamente correto, peca por
ignorar a realidade. Com Portugal a atravessar um grave problema, em que as
condições de muitas famílias se estão a degradar ao nível da fome, os ovos vão
aumentar 40%. E de exportadores vamos passar a importadores de 50% das
necessidades, aumentando o desequilíbrio da balança de pagamentos e destruindo
a capacidade de produção instalada.
Mas tal como o sofismo do
absurdo de fazer explodir (com pessoas incluídas) clinicas onde se pratiquem
abortos, teremos crianças (humanas e humanos) com problemas alimentares
acrescidos, para alívio da consciência dos amigos das galinhas.
Teremos que importar ovos de
países terceiros “torcionários de galináceos”, que serão os fornecedores a
preços baixos. A mesma hipocrisia que nos faz ser contra as centrais nucleares
e importarmos energia obtida por esse meio.
Aguardo entretanto a batalha
contra o assassinato de formigas, pisadelas a baratas e envenenamento de ratos.
Que diabo, são tal como nós, seres vivos com direito a vida digna e “arejada”
Texto: Alberto de Freitas
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