Mario Sabino
O primeiro turno da eleição
presidencial na França mostrou o tamanho real da esquerda no país que
americanos, ingleses e brasileiros consideram o mais esquerdista da Europa. No
total, os partidos da gauche somaram apenas 28% dos votos.
É o tamanho real porque,
depois de cinco anos desastrosos de governo socialista, só votou na esquerda
quem, de fato, acredita profundamente na sua ideologia. Tanto é que a
agremiação esquerdista que chegou a quase 20% dos votos foi a do radical
Jean-Luc Mélenchon, um sujeito que acha o bolivarianismo uma conquista do
balocobaco. Ou seja, os seus eleitores creem que o socialista François Hollande
foi uma calamidade por não ter sido esquerdista o suficiente.
Uma pesquisa mostrou que 22%
dos franceses se consideram de esquerda. Mas, como 28% votaram em partidos da
gauche em meio ao naufrágio socialista, é este número que deve ser levado em
conta. E o que melhor espelha o que ocorre em boa parte do Ocidente, no qual
tomo a liberdade de incluir o Brasil.
A imagem no espelho francês:
de 25% a 30% do eleitorado é irremediavelmente esquerdista. Se você duvida,
pegue o exemplo da eleição municipal em São Paulo, cidade que sofreu durante
quatro anos nas mãos do PT. Se considerarmos que pelo menos metade dos votos de
Marta Suplicy foi de esquerdistas, perfazem 25% os paulistanos que não votaram
no capitalista João Doria por convicção ideológica.
Você pode achar que essa
quantidade de esquerdistas renitentes é enorme. De fato, é espantoso verificar
que tanta gente ainda acredita num fantasma político que falhou de modo
miserável nas suas diversas encarnações em 170 anos de história. No entanto,
dado o grau de doutrinação socialista que vigora nas escolas e universidades,
para não falar da manipulação permanente dos desvalidos por sindicatos,
partidos e “movimentos sociais", é também admirável que a quantidade de
eleitores completamente iludidos seja minoritária.
É claro que é preciso lutar
para que a doutrinação e a manipulação sejam abolidas. Na minha opinião, o
marxismo poderia ser estudado como o feudalismo, sem o legado deste último. Na
minha opinião, sindicatos, partidos e “movimentos sociais” não poderiam receber
o nosso dinheiro. O esforço imediato, contudo, deveria ser para evitar que o
eleitorado flutuante, sem ideologia definida, caia outra vez na esparrela de
votar em socialistas por razões oportunistas. Em especial, quando socialistas
assinam cartas de apoio ao capitalismo escritas por empreiteiros bandidos.
Vive la France. Vive le
Brésil.
Título e Texto: Mario Sabino, Newsletter Antagonista,
24-4-2017
A Esquerda e a extrema-esquerda está nos governos de Portugal, Coreia do Norte, Cuba, Venezuela... e nas UNIVERSIDADES, na IMPRENSA e na... CULTURA. Ah, e nos sindicatos!
ResponderExcluirEU ME CONSIDERO COSMOPOLITA.
ResponderExcluirE enquanto houver radicalismo religioso e políticos, não há maneira de ser COSMOPOLITA.
Defender e proteger nossas pátrias é o mesmo que ter direito à propriedade, sem significar invadir as pátrias e propriedades dos outro.
Na realidade nós somos primeiro terráqueos, não deveria haver continentes, nem países, nem estados nem cidades, apenas sociedades.
Eu vejo que não havendo outros planetas, ameaçando nossas liberdades somos DESUNIDOS.
COMO VEMOS NOS FILMES DE INVASÕES EXTRA TERRESTRES, todo mundo unido.
Como não há inimigo comum somos todos egoístas.
Tal e qual no episódio do AERUS, só depois do terremoto houve reclamações e grandes desuniões, onde vários se consideram o salvador da pátria.
O inimigo é COMUM, mas possui diversos aliados, fora do próprio grupo.
Porém parte do grupo acredita que lutam por todos.
Singela mentira, há assuntos não resolvidos "ante morten".
fui...