Valdemar Habitzreuter
Não basta apenas crer em Deus
pelo fato de as religiões assim nos induzirem, mas saber o porquê da nossa
crença, de como podemos fundamentar nossa fé racionalmente ou filosoficamente.
E isso pode ser realizado analiticamente com bastante acerto.
A ontologia nos auxilia nesta
tarefa. A ontologia é o estudo do Ser; ela se dedica ao estudo de tudo o que
existe; a partícula on significa ser
em grego. Há duas facetas de se estudar o Ser:
o Ser como tal e o ser dos entes (das coisas); significa estudar o Ser
em seu todo.
Há, pois, duas dimensões do
Ser a serem distinguidas: a dimensão do Ser como tal que é absolutamente
necessário por ser o Ser originário, e a dimensão do ser dos entes que é
absolutamente contingente pelo que os entes podem existir ou não.
Não podemos negar o Ser
absolutamente originário, pois sem ele nada existiria; nossa própria vida
significa ser, isto é: existimos. No Ser Absoluto nos movemos e agimos. Mas,
como temos acesso racionalmente ao puro Ser se não se apresenta como ente, como
alguma coisa? A filosofia, ao longo de sua História, desde Platão, esqueceu-se
propriamente do Ser fundamental; assim, não se ocupou o bastante com ele, pois
sempre se deparou com a dificuldade de desvendar o sentido do puro Ser, por não
ter materialidade, e se concentrou mais no ser dos entes – estudar a essência
das coisas.
Mas, o acesso ao Ser como tal,
podemos estabelecê-lo da seguinte forma: tudo o que existe na dimensão do Ser
contingente (nós e as coisas deste mundo) só podemos admitir sua existência se
um Ser necessário e originário existir, caso contrário, haveria um redondo
nada. Não é uma mera dependência causal, porque o Ser originário está ínsito no
ser dos entes.
Esta bidimensionalidade do Ser
inter-relaciona-se: a dimensão absolutamente necessária do Ser põe os entes na
dimensão absolutamente contingente do Ser. E isso caracteriza-se como criação.
Não é uma criação ex nihilo, um criar do nada, mas um transferir-se de si do
Ser absolutamente necessário para a dimensão do Ser contingente - o Ser
transcendente faz-se presente na dimensão do Ser contingente; é uma auto imanência. É aí que podemos introduzir o Deus das
religiões. Esse Deus seria o Ser-Absolutamente-Necessário. Mas, observem: esse
Deus não é o Ente Supremo ou Causa Suprema, mas o Ser Absoluto que a tudo
abarca. (Recomendo a leitura de Ser e Deus de Lorenz B. Puntel do qual tirei
este pequeno esboço)
Título e Texto: Valdemar
Habitzreuter, 22-4-2017
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MARAVILHA HABITZ
ResponderExcluirMas deixo o meu paradoxo.
QUEM CRIOU A AMEBA?
O SER COM O MAIOR DNA DO UNIVERSO ATÉ HOJE.
Eu não quero saber.
O ser se diz de várias maneiras; uma delas é ser ameba; sem o ser original não haveria entes, aí incluso a ameba - "o ser com o maior dna do universo até hoje" como vc diz... O Ser Absoluto não é o Deus das religiões, mas é o suporte de todo o universo. Foram as religiões que o transformaram em Deus e a partir daí toda a doutrinação dogmática...
ExcluirAmeba Amoeba dubia 670.000.000.000 O maior genoma conhecido
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